TEOLOGIA EM FOCO

sábado, 26 de agosto de 2017

O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR


Neemias 13.1-8: “Naquele dia, leu-se no livro de Moisés aos ouvidos do povo; e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na congregação de Deus, 2 porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, assalariaram contra eles a Balaão para os amaldiçoar, ainda que o nosso Deus converteu a maldição em bênção. 3 Sucedeu, pois, que, ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda mistura. 4 Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias; 5 e fizera-lhe uma câmara grande, onde dantes se metiam as ofertas de manjares, o incenso, os utensílios e os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, e cantores, e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes. 6 Mas, durante tudo isso, não estava eu em Jerusalém, porque, no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei de Babilônia, vim eu ter com o rei; mas, ao cabo de alguns dias, tornei a alcançar licença do rei. 7 E vim a Jerusalém e compreendi o mal que Eliasibe fizera para beneficiar a Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da Casa de Deus, 8 o que muito me desagradou; de sorte que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara”.

INTRODUÇÃO. No capítulo 13 de Neemias nos mostra que a vida cristã não termina após uma vitória. Muitos fracassam por imaginar o contrário. Após vencerem uma batalha, concluem que a guerra terminou. O que não deveria acontecer com o povo de Deus, ou seja, a quebra de promessas que haviam sido feitas a Deus, ocorreu.

Neemias descobriu que o fogo da devoção havia se apagado em Jerusalém. Seu primeiro mandato como governador durou onze anos e meio, depois dos quais voltou ao palácio a fim de dar seu relatório ao rei. É provável que tenha permanecido na Babilônia por doze anos. Porém, quando voltou a Jerusalém, descobriu que a situação se deteriorara drasticamente, pois o povo não cumprira os votos que havia feito (Ne 10).

I. A AMEAÇA DO ECUMENISMO

1. Uma mistura proibida por Deus.
“Naquele dia, leu-se no livro de Moisés aos ouvidos do povo; e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na congregação de Deus, 2 porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, assalariaram contra eles a Balaão para os amaldiçoar, ainda que o nosso Deus converteu a maldição em bênção” (vs. 1-2).

1.1. A proibição de Deus não é racial, mas religiosa. Os amonitas e moabitas adoravam outros deuses. Eles não só foram hostis ao povo de Deus, mas contrataram um profeta amante do dinheiro para amaldiçoar o povo de Deus (v. 1).

1.2. A tolerância com o mal foi a causa da quebra da aliança firmada. O sacerdote Eliasibe que sempre fora um opositor velado, com a ausência de Neemias por 12 anos, abusivamente usa seu posto para desviar o povo de Deus. “4 Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias” (v. 4).

1.3. Rute era moabita, mas ao converter-se foi aceita no meio do povo e tornou-se da linhagem do Messias. Mas aqui, o caso é diferente. A mistura com aqueles que adoram outros deuses corrompe a teologia, o culto e a moral.

2. Um afastamento necessário.
Sucedeu, pois, que, ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda mistura” (v. 3).

2.1. Deus nunca ordenou o seu povo a se unir com os pagãos com o fim de ganhá-los. A ordem de Deus é sempre: Retirai-vos do meio deles…” (2º Co 6.17); 2) “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices de seus pecados e para não participardes de seus flagelos” (Ap 18.4).

2.2. A Palavra traz santificação. O v. 3 diz que o povo ao ouvir a Palavra de Deus apartou de Israel todo elemento misto.

2.3. Foi a leitura pública das Escrituras que tornou Israel consciente das suas obrigações diante de Deus como seu povo.

2.4. Há muita coisa do mundo entrando na igreja que precisa ser tirado. “Procurei a igreja e a encontrei no mundo; procurei o mundo e o achei na igreja”.

2.5. Existem doutrinas falsas entrando nos seminários, nos púlpitos, nas igrejas.

II. A PROFANAÇÃO DA CASA DE DEUS

1. A família sacerdotal se une aos inimigos de Deus.

1.1. Eliasibe, o sacerdote se aparenta com Tobias, o amonita. Ele se torna aliado do inimigo. Ele faz aliança com o próprio adversário. Ele corrompe o sacerdócio. “Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias” (v. 4).

1.2. O neto do sacerdote tornou-se genro de Sambalá, o arqui-inimigo de Israel. “Também um dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim” (v. 28).

1.3. Formaram uma aliança espúria, perigosa. Quando Neemias expulsou esse sacerdote, diz Flávio Josefo que, Sambalá construiu para ele um templo em Gerisim, e aí começou o culto pagão dos Samaritanos.

2. A família sacerdotal leva o inimigo para dentro da Casa de Deus.
E fizera-lhe uma câmara grande, onde dantes se metiam as ofertas de manjares, o incenso, os utensílios e os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, e cantores, e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes” (v. 5).

2.1. Se não bastasse o parentesco com o inimigo, agora, Eliasibe leva Tobias para dentro do templo. Ele põe o inimigo dentro da Casa de Deus. Certamente ele substitui os sacerdotes e levitas que cuidavam da Casa de Deus, por um homem vil, que perseguira tão tenazmente o povo de Deus.

2.2. Não há maior corrupção do que essa de tirar da Casa de Deus os obreiros fiéis e colocar no lugar, o próprio inimigo.

2.3. Eliasibe, um líder que aproveita a ausência de Neemias para destruir a obra de Deus. Mas, durante tudo isso, não estava eu em Jerusalém, porque, no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei de Babilônia, vim eu ter com o rei; mas, ao cabo de alguns dias, tornei a alcançar licença do rei” (v. 6).
Eliasibe era o grande líder religioso, mas em vez de usar sua influência para abençoar o povo, usou-a para minar a sua fé.

3. A família sacerdotal beneficia o próprio inimigo, e contamina a Casa de Deus.
3.1. Eliasibe fez uma câmara grande para Tobias exatamente no lugar onde eram depositados os dízimos e ofertas para os sacerdotes, levitas e cantores. “E lhe fizera uma câmara grande, onde dantes se recolhiam as ofertas de cereais, o incenso, os utensílios, os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite, que eram dados por ordenança aos levitas, aos cantores e aos porteiros, como também as ofertas alçadas para os sacerdotes (v. 5).

3.2. Neemias diz que ele fizera isso para beneficiar Tobias. “E vim a Jerusalém; e soube do mal que Eliasibe fizera em servir a Tobias, preparando-lhe uma câmara nos átrios da casa de Deus” (v.7).

3.3. Os dízimos e as ofertas para o sacerdócio tiveram outro destino. “Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (v. 10).
O v. 10 nos informa que os obreiros da Casa de Deus, por falta de sustento, precisaram fugir para os campos e o inimigo instalou-se dentro da Casa de Deus e a profanou. O verbo fugir indica fugir por perseguição. Quantos obreiro hoje, tem fugido para os campos por cauda da perseguição!

3.4. A corrupção religiosa é mais ignominiosa. A parcialidade já é um grave pecado, mas o favorecimento daqueles que são inimigos do povo de Deus é uma declarada apostasia.

4. Atitudes de Neemias para corrigir essa profanação da Casa de Deus.
Isso muito me desagradou; pelo que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara. Então, por minha ordem purificaram as câmaras; e tornei a trazer para ali os utensílios da casa de Deus, juntamente com as ofertas de cereais e o incenso” (vs. 8-9).

4.1. Sentiu grande indignação. “Isso muito me desagradou... (v. 8a). Neemias era um homem capaz de chorar e também de sentir grande indignação. Ele não era condescendente com o pecado. Ele irou-se contra aquele terrível mal.

4.2. Lançou fora todos os móveis de Tobias. Há coisas que são impróprias dentro da Casa de Deus. Neemias fez uma faxina na Casa de Deus. O inimigo deve sair e também tudo aquilo que lhe pertence.

4.3. Purificou as câmaras da Casa de Deus. A Casa de Deus precisa ser um lugar consagrado, exclusivo para o serviço de Deus.

4.4. Mandou trazer de volta os utensílios e as ofertas. Os objetos sagrados precisam estar na Casa de Deus. As ofertas retidas precisam ser novamente trazidas.

III. A DISPERSÃO DOS OBREIROS DE DEUS

1. Quando a igreja deixa de cumprir o seu papel, as contribuições são retidas.
Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (v. 10).

1.1. O sacerdócio estava corrompido. As contribuições estavam sustentando Tobias e não os obreiros de Deus. Então, os sacerdotes, levitas e cantores deixaram o seu posto e o povo reteu os dízimos e as ofertas

1.2. Esse tempo vivido por Neemias em sua segunda visita a Jerusalém é praticamente o mesmo do tempo do profeta Malaquias. O povo antes do cativeiro trazia o dízimo para subornar a Deus; agora, ostensivamente, eles o retém para roubar a Deus.

1.3. A retenção do dízimo é desamparar a Casa de Deus (Ne 10.39).
Malaquias alertou os sacerdotes para esse problema nesse tempo: reter o dízimo e administrar o dízimo.

2. Quando a igreja retém as contribuições e as ofertas, os obreiros se ocupam com outras atividades.
“....de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (v. 10b).

2.1. O projeto de Deus é que os sacerdotes e levitas trabalhassem integralmente na sua obra. Eles deviam cuidar exclusivamente das coisas de Deus. Mas, com a retenção do sustento, eles foram para os campos e a Casa de Deus foi desamparada.

2.2. Com a falta de ensino da Palavra o povo entregou-se a uma vida espiritual frágil e a um grande declínio moral.

3. Quando os obreiros de Deus voltam a abraçar a vocação divina, o povo responde com fidelidade em suas contribuições financeiras.
“Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto. Então todo o Judá trouxe para os celeiros os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite” (vs.11-12).

Neemias contendeu com os magistrados. Eles deixaram de agir, eles foram frouxos na liderança, permitindo a corrupção do sacerdócio e a dispersão dos obreiros.

4. A administração financeira na igreja precisa ser feita com integridade e transparência.
“E por tesoureiros pus sobre os celeiros Selemias, o sacerdote, e Zadoque, o escrivão, e Pedaías, dentre os levitas, e como ajudante deles Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias, porque foram achados fiéis; e se lhes encarregou de fazerem a distribuição entre seus irmãos” (v. 13).

4.1. Neemias é um homem íntegro. E ele entende que as coisas de Deus precisam ser tratadas com seriedade, integridade e transparência. Ele nomeia pessoas fiéis para cuidar dos dízimos e ofertas na Casa de Deus.

4.2. Hoje, muitas igreja lidam com dinheiro de forma suspeita. “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fl 3.17.20).

[...] Há igrejas que se tronaram empresas comerciais. Estão mercadejado a Palavra de Deus e transformam o Evangelho de Jesus em objeto de liquidação. Vende às pessoas um lugar no céu; não tem nenhum escrúpulo de cobrar quantias vultosas por uma oração de libertação e cura. Negociam com os carismas de Deus, dizendo estarem incentivando a fé. De acordo com o apóstolo Paulo, os que agem assim se tornam inimigos da cruz de Cristo, porquanto o seu Deus é o ventre e a sua glória é a vergonha (Fp 3.18-19). [PAULO CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, Pg. 90. Editora, CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

4.3. Zelo pelos recursos da igreja. As finanças da igreja local devem ser empregadas com fidelidade, sabedoria e transparência na expansão do Reino de Deus e no socorro aos mais necessitados. Tomando o exemplo de Neemias, administremos os bens que os santos consagram a Deus com lisura e temor (Pv 1.7). Menos do que isso, repito, é inaceitável.

IV. A PROFANAÇÃO DO DIA DO SENHOR

1. O líder deve estar atento ao povo.Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; cuida bem dos teus rebanhos” (Pv 27.23).

1.1. Procurando ver como procedem. “Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo mantimentos” (Ne 13.15).

1.2. Neemias viu o erro do povo, pois estavam desviando do mandamento da Lei. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar (Êx 20.8).

1.3. O líder é o responsável peal ordem na casa de Deus. “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei” (Tt 1.5).

2. Neemias viu que o povo havia quebrado aliança do dia do Senhor e a consequente profanação do culto foi uma das fortes causas da queda de Judá.

2.1. O sábado foi dado como descanso. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas” (Êx 20-8-10).

2.2. Era expressamente proibido trabalhar no sábado (Êx 35.3; Nm 15.32).

2.3. O sábado foi separado como santo (Êx 16.23-29; 20.10-11; 31.17).

2.4. A guarda do sábado era um sinal entre o Deus que guarda a aliança e o seu povo (Ez 20.12,20).

3. O sábado estava sendo profanado.

3.1. O trabalho e o comércio no dia do Senhor é visto como um mal. “Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo mantimentos. 16 E em Jerusalém habitavam homens de Tiro, os quais traziam peixes e toda sorte de mercadorias, que vendiam no sábado aos filhos de Judá, e em Jerusalém” (vs. 15-17).

3.2. Neemias mais uma vez se levanta para defender a Lei do Senhor.
“Então contendi com os nobres de Judá, e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado”? (vs. 17).

3.3. Neemias, preocupado com o descanso do povo, falou acerca do juízo divino aos desobedientes. “Porventura não fizeram vossos pais assim, e não trouxe nosso Deus todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? Contudo vós ainda aumentais a ira sobre Israel, profanando o sábado” (Ne 13.18).

3.4. A maior fraqueza do povo é o pecado. Judá não foi derrotado apenas pelo inimigo. Foi Deus quem trouxe todo o mal contra o seu povo para discipliná-lo por causa da sua desobediência.

3.5. O comércio no dia do Senhor corrompia completamente o propósito do descanso e da adoração nesse dia.

3.6. A quebra do dia do Senhor e a consequente profanação do culto foi uma das fortes causas da queda de Judá. “Porventura não fizeram vossos pais assim, e não trouxe nosso Deus todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? Contudo vós ainda aumentais a ira sobre Israel, profanando o sábado” (Ne 13.18).

4. Medidas práticas devem ser tomadas para que o dia do Senhor seja observado.
Neemias

E sucedeu que, ao começar a fazer-se escuro nas portas de Jerusalém, antes do sábado, eu ordenei que elas fossem fechadas, e mandei que não as abrissem até passar o sábado e pus às portas alguns de meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado. Então os negociantes e os vendedores de toda sorte de mercadorias passaram a noite fora de Jerusalém, uma ou duas vezes. Protestei, pois, contra eles, dizendo-lhes: Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão em vós. Daquele tempo em diante não vieram no sábado. Também ordenei aos levitas que se purificassem, e viessem guardar as portas, para santificar o sábado. Nisso também, Deus meu, lembra-te de mim, e perdoa-me segundo a abundância da tua misericórdia” (Ne 13.19-22).

4.1. Hoje, uma das maiores causas do secularismo galopante é a quebra da observância do dia do Senhor. Não nos preparamos para o dia do Senhor. Não nos deleitamos nesse dia. Muitos se entregam a um lazer profano. Outros entregam-se ao trabalho e ao desejo do lucro. Outros esquecem-se de Deus.

4.2. A inobservância do dia do Senhor é um forte sinal da decadência espiritual da igreja. Na Europa e na América muitas igrejas estão vazias. Hoje, muitos crentes deixaram de se congregar.

4.3. Neemias ordena, determina, controla, vigia, fiscaliza, protesta, ameaça, põe guardas. Ele não apenas fala, ele age. Ele não apenas ensina, ele toma medidas práticas para eliminação do mal. “E sucedeu que, ao começar a fazer-se escuro nas portas de Jerusalém, antes do sábado, eu ordenei que elas fossem fechadas, e mandei que não as abrissem até passar o sábado e pus às portas alguns de meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado” (v. 19).

4.4. Quando o lucro toma o culto do culto, então, estamos em grande perigo. Quando se passa a confiar na provisão mais do que no provedor.

4.5. O domingo é o dia do Senhor. Nesse dia devemos descansar de nossas atividades: trabalho e estudo e reservarmos esse dia para o descanso e para o culto. Nesse dia deve-se cessar todo o trabalho nos lembrarmos de Deus. A profanação do dia do Senhor é um sinal do secularismo.

CONCLUSÃO. A restauração da cidade de Jerusalém tem muito a ver com a forte liderança espiritual de Neemias: Homem sensível, íntegro, leal a Deus, ao rei e ao povo; estável emocionalmente, tinha grande discernimento espiritual, profunda coragem e era comprometida com a Palavra e com a oração.

A Palavra foi lida e Neemias está orando. O grande líder Neemias começa o livro orando e termina o livro orando. Sem a Palavra de Deus e sem dependência de Deus não há restauração do povo de Deus.


Se não estivermos comprometidos com a Palavra de Deus, nossa administração será reprovada por Deus e pelos homens. Entre as coisas que mais contribuem para a queda do obreiro (além daí sensualidade, da soberba e do poder) está o amor ao dinheiro! (1ª Tm 6.10). Tomemos, pois, o exemplo de Neemias. Ajamos com fidelidade e sabedoria em todas as coisas. E o nome de Cristo será exaltado em nossa vida.

Pr. Elias Ribas
Assembléia de Deus
Blumenau -SC.

domingo, 20 de agosto de 2017

A RESTAURAÇÃO DA ALIANÇA QUEBRADA


Neemias 13.22-26: “Também ordenei aos levitas que se purificassem, e viessem guardar as portas, para santificar o sábado. Nisso também, Deus meu, lembra-te de mim, e perdoa-me segundo a abundância da tua misericórdia. 23 Vi também naqueles dias judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas, e moabitas; 24 e seus filhos falavam no meio asdodita, e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de seu povo. 25 Contendi com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus filhos, e não tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos. 26 Não pecou nisso Salomão, rei de Israel? Entre muitas nações não havia rei semelhante a ele, e ele era amado de seu Deus, e Deus o constituiu rei sobre todo o Israel. Contudo mesmo a ele as mulheres estrangeiras o fizeram pecar. 27 E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, esta infidelidade contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras”?

INTRODUÇÃO. O povo de Deus sempre foi, é, e será separado do mundo. É mandamento de Deus para que haja diferença entre o que serve a Deus e o que não serve. Nos dias de Neemias foi necessário uma tomada de posição em face do desprezo que havia pelos mandamentos do Senhor, com respeito a separação dos povos e a observância dos preceitos divinos. A luta de Neemias pela santidade de Judá nos ensina que devemos também lutar, até que consigamos levar o povo s uma entrega total ao Senhor.

I. ISRAEL, ESCOLHIDO PARA SER SANTO

1. Deus exigiu separação do Seu povo.Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gn 12.1).
1.1. Deus nunca ordenou o seu povo a se unir com os pagãos com o fim de ganhá-los. A ordem de Deus é sempre: 1) Retirai-vos do meio deles…” (2ª Co 6.17); 2) “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices de seus pecados e para não participardes de seus flagelos” (Ap 18.4).
1.2. Deus fez questão de mostrar que Seu povo era diferente. “Mas contra os filhos de Israel nem mesmo um cão moverá a sua língua, nem contra homem nem contra animal; para que saibais que o Senhor faz distinção entre os egípcios e os filhos de Israel” (Êx 11.7).
“Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que o não serve” (Ml 3.18).

2. O Senhor elegeu o Seu povo em santidade.
2.1. Deus escolheu aquele povo para ser exemplo no meio duma geração incrédula e pecadora. Em tudo deveriam ser santos. Em sua maneira de alimentar, de se comportar e de adorarem a DEUS.
2.2. No monte Sinai, Moisés recebeu do Senhor as primeiras instruções acerca da santidade. “E vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êx 19.6).
2.3. Deus exigiu santidade de Seu povo. “Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: 2 Santifica-me todo primogênito, todo o que abrir a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais; porque meu é” (Êx 13.2).
E sereis para mim santos; porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26).

3. O Senhor exige separação do Seu povo.
3.1. Nos dias de Neemias o povo havia se corrompido. “Então Seeanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, dirigiu-se a Esdras, dizendo: Nós temos sido infiéis para com o nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra; contudo, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel” (Ed 10.2).
3.2. Após a leitura da Lei, Israel descobriu que o Senhor exigia sua separação dos povos. “Naquele dia leu-se o livro de Moisés, na presença do povo, e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na assembleias de Deus” (Ne 13.1.).
3.3. Deus é exigente quanto à nossa espiritualidade. “Que harmonia há entre Cristo e Belial? ou que parte tem o crente com o incrédulo”? (2ª Co 6.15).
3.4. A mistura sempre foi um perigo na vida de Israel. “Também subiu com eles uma grande mistura de gente; e, em rebanhos e manadas, uma grande quantidade de gado” (Êx 12.38).
3.5. Sede santos porque Eu, o Senhor, sou santo. “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento; porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo” (1ª Pe 1.15-16).
3.4. Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá ao Senhor. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

II O PERIGO DO JUGO DESIGUAL

1. O povo tomou uma decisão.
1.1. A decisão foi imediata ante ao mandamento do Senhor. “Ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda a multidão mista” (Ne 13.3.).
1.2. Neemias tomou uma posição firme com o povo. “E seus filhos falavam no meio asdodita, e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de seu povo. Contendi com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus filhos, e não tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos” (Ne 13.24-25).

2. A união reprovada por Deus.
2.1. Ao tirar Israel do Egito, ordenou-lhe Deus, de modo claro e veemente, que não se misturasse com outros povos.
“Guarda-te que não faças concerto com os moradores da terra aonde hás de entrar; para que não seja por laço no meio de ti e tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e suas filhas, prostituindo-se após os seus deuses, façam que também teus filhos se prostituam após os seus deuses” (Êx 34.12,16).
2.2. Esse preceito é repetido em outros textos sagrados. “Não contrairás com elas matrimônios; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos” (Dt 7.3).
2.3. Os israelitas, porém, distanciando-se de Deus, fizeram justamente o contrário: uniram-se às mulheres pagãs. E o resultado não poderia ser mais desastroso. Mas agora, avivados pela Palavra de Deus, comprometeram-se a não mais se misturar com os idólatras através do casamento. “E que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos” (Ne 10.30).

3. A dolorosa separação.
3.1. Antes de Neemias, Esdras já havia conclamado o povo a não se misturar com os gentios: “Por isso não deis vossas filhas a seus filhos, e não tomeis suas filhas para vossos filhos, nem procureis jamais a sua paz ou a sua prosperidade; para que sejais fortes e comais o bem da terra, e a deixeis por herança a vossos filhos para sempre. E depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa, ainda assim tu, ó nosso Deus, nos tens castigado menos do que merecem as nossas iniquidades, e ainda nos deixaste este remanescente; tornaremos, pois, agora a violar os teus mandamentos, e a aparentar-nos com os povos que cometem estas abominações? Não estarias tu indignado contra nós até de todo nos consumires, de modo que não ficasse restante, nem quem escapasse”? (Ed 9.12-14).
3.2. Apesar desta ordenação, os judeus mesclaram-se com os pagãos através de casamentos ilícitos. Tais uniões tiveram de ser desfeitas. Foi uma medida traumática, mas necessária. “E o resto do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, os netineus e todos os que se tinham separado dos povos das terras para a Lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, todos os sábios e os que tinham capacidade para entender” (10.28).
O povo é conclamado a desfazer as uniões com os pagãos, pois Deus não aprova casamentos entre crentes e descrentes.

4. O jugo desigual.
4.1. Deus não aceita seu povo comungar com pecadores.
4.2. Somos templo do ESPÍRITO SANTO e não podemos participar dos pecados alheios. “Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos”? (1ª Co 6.19).
4.3. Não são poucos os que, atualmente, namoram e até se casam com pessoas alheias à verdadeira fé cristã, contrariando, assim, a admoestação bíblica. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas” (2ª Co 6.14).
Jovem, cuidado. É melhor obedecer agora do que sofrer mais tarde. Espere no Senhor. Obedeça aos seus pais. Consulte o seu pastor.

III. O ESFRIAMENTO TRAZ DESPREZO PELO SAGRADO

1. Neemias luta pela obra de Deus.
1.1. Diante da triste situação, Neemias contende com os levitas. “Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto” (Ne 13.11).
1.2. Os levitas desprezam o sagrado. “Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (Ne 13.10).
Quando o povo esfria, a obra de Deus sofre.
1.3. O apóstolo Paulo sentiu o desprezo dos amigos. “Na minha primeira defesa ninguém me assistiu, antes todos me desampararam. Que isto não lhes seja imputado” (2ª Tm 4.16).
1.4. Jesus foi desprezado pelos discípulos. “Nisto, todos o deixaram e fugiram” (Mc 14.50).
1.5. Devemos honrar os que presidem. “Ora, rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obras. Tende paz entre vós” (1ª Ts 5.12-13).

2. O povo desprezou o mandamento.
2.1. Deus havia determinado uma benção para o servos, levitas e sacerdotes. “Tudo o que do azeite há de melhor, e tudo o que do mosto e do grão há de melhor, as primícias destes que eles derem ao Senhor, a ti as tenho dado. Os primeiros frutos de tudo o que houver na sua terra, que trouxerem ao Senhor, serão teus. Todo o que na tua casa estiver limpo comerá deles” (Nm 18.12-14).
2.2. Desta maneira o povo os sustentava e eles exerciam seu ministério. “Todas as ofertas alçadas das coisas sagradas, que os filhos de Israel oferecerem ao Senhor, eu as tenho dado a ti, a teus filhos e a tuas filhas contigo, como porção, para sempre; é um pacto perpétuo de sal perante o Senhor, para ti e para a tua descendência contigo” (Nm 18.19).
2.3. Nos dias de Neemias o povo desprezou este mandamento. “Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto” (Ne 13.11).
2.4. A Bíblia ensina que, aqueles que anunciam o evangelho vivam do evangelho. “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1ª 9.14).
2.5. Desamparamos a casa de Deus quando deixamos de contribuir. “Assim fala o Senhor dos exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo de se edificar a casa do Senhor” (Ag 1.2); “Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que causa? diz o Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, que está em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à sua própria casa (Ag 1.9).
2.6. Quando semeamos no reino de Deus somos ricamente abençoados. “Mas digo isto: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e aquele que semeia em abundância, em abundância também ceifará, Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra; conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também dará e multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça” (2ª Co 9.6-10).

4. O conversão de Judá.
4.1. Muitas vezes o líder precisa falar com maior autoridade. “Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado”! (2ª Co 6.11).
4.2. Para que o povo entenda melhor o propósito de Deus. “Então todo o Judá trouxe para os celeiros os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite” (Ne 13.12).
4.3. Um dos sinais da conversão ´´e o coração aberto para obra do Senhor. “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2ª Co 9.7).

IV. NEEMIAS CONDUZ ISRAEL A NOVOS PROPÓSITOS

1. O líder deve estar atento ao povo.Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; cuida bem dos teus rebanhos” (Pv 27.23).
1.1. Procurando ver como procedem. “Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo mantimentos” (Ne 13.15).
1.2. Neemias viu o erro do povo, pois estavam desviando do mandamento da Lei. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar (Êx 20.8).
1.3. O líder é o responsável peal ordem na casa de Deus. “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei” (Tt 1.5).


CONCLUSÃO. Assim que Neemias chegou em Jerusalém empreendeu uma luta contra tudo e contra todos, a fim de buscar o bem daquele lugar. Louvado por uns e odiado por outros, Neemias impôs seu estilo de trabalho e conseguiu o seu objetivo: reconstruir os muros e levar o povo a uma vida de comunhão com o Senhor. A lição de Neemias sempre estará em nossas mentes e corações, pois jamais podemos esquecer a luta de um líder pela causa do Senhor.

Pr. Elias Ribas

sábado, 12 de agosto de 2017

A INTEGRIDADE DE UM LÍDER


Neemias 1.5-11: E disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos! 6 Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos. 7 De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo. 8 Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos.9 E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os fareis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam no cabo do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. 10 Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão. 11 Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo e dá-lhe graça perante este homem. Então, era eu copeiro do rei.

INTRODUÇÃO. Nessa lição, destacaremos as características de Neemias como líder e servo de Deus. Com certeza você pode extrair importantes lições para o seu ministério e vida pessoal, estudando o livro e a vida de Neemias. Aprendemos a respeito de um homem íntegro que dependia inteiramente do Senhor e da sua Palavra. Como líder de sua classe siga o exemplo de Neemias e prossiga vitorioso em sua tarefa de ensinar e aperfeiçoar os santos (Ef 4.11-16).

I. DEUS ESCOLHE E PREPARA LÍDERES PARA SUA OBRA
1. Um copeiro a serviço do Reino. Neemias era copeiro do rei Artaxerxes quando Deus o chamou a liderar o seu povo num momento de profunda crise moral, espiritual e econômica. Ele tinha como função proteger a vida do rei, provando-lhe o vinho, a fim de que o monarca não fosse envenenado. Somente alguém especialmente qualificado poderia exercer semelhante cargo. Segundo alguns historiadores, os copeiros também aconselhavam o soberano em assuntos de estado. Não obstante, Neemias abriu mão de todas essas vantagens, para ajudar seus compatriotas a superar aquele momento tão difícil. Atualmente, não são poucos os homens e mulheres que tudo renunciam para se dedicarem integralmente ao Reino de Deus.

2. Uma rainha a serviço do Reino. Certa vez, o rei Assuero, já tomado pelo vinho, resolveu exibir a beleza da esposa aos seus convidados. Como a rainha Vasti se recusasse a comparecer perante ele, o monarca destronou-a. E para ocupar o seu lugar, o rei determinou que se convocassem as mais belas moças do reino, a fim de que, dentre estas, fosse escolhida a substituta de Vasti. E a escolha recaiu sobre Ester, que foi usada por Deus para operar um grande livramento. Ester destacou-se por uma coragem singular; ela não temeu perder a própria vida. Somente os grandes líderes agem assim.

3. Um pastor de ovelhas a serviço do Reino. Tendo já rejeitado a Saul, o Senhor determinou ao profeta Samuel que fosse a Belém ungir, dentre os filhos de Jessé, um rei segundo o seu coração (1ª Sm 16.1). A escolha divina recaiu sobre o caçula da família que, naquele momento, cuidava das ovelhas do pai (1ª Sm 16.13). E grandes foram as obras realizadas por Davi. Deus não olha para a aparência do ser humano, mas para o coração. O que agrada ao Senhor é um caráter reto e íntegro. Essa é uma das principais características de um verdadeiro líder.

II. AS CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER DE DEUS

1. Integridade espiritual. Neemias não compactuava com os pecados do povo. Homem íntegro e temente a Deus, não se limitou a reconstruir os muros e as portas de Jerusalém, mas conduziu a nação a uma profunda reforma moral e espiritual. Ele restaurou o ministério levítico, combateu o casamento misto (Ne 13.25) e restabeleceu a guarda do sábado. O líder espiritual conduz o povo à santidade e a um viver íntegro.

2. Integridade moral. Neemias administrou os recursos financeiros e patrimoniais da nação com honestidade, transparência e sabedoria. Ele não utilizou indevidamente os recursos financeiros do povo de Deus, mas agiu com muita correção e cuidado (Ne 5.9-12). Há um ditado popular que diz: “Quer saber quem é realmente uma pessoa? Dê-lhe poder”. Há certos homens e mulheres que, ao assumirem um cargo de liderança, mudam completamente. Agem com arrogância e desonestidade. O poder, entretanto, não corrompeu a Neemias. Ele soube como manter a sua integridade.

3. Um testemunho irrepreensível. Neemias viveu de forma correta e integra. Não podemos nos esquecer que liderança é exemplo. O discurso do líder tem de ser coerente com a sua prática.

III. A VIDA DEVOCIONAL DO LÍDER DE DEUS

1. A oração. Na Palavra de Deus, há vários exemplos de líderes que foram bem-sucedidos graças à oração. Davi e Daniel oravam três vezes ao dia (Sl 55.17; Dn 6.10). Paulo orava em todo o tempo (Ef 6.18). E Jesus orava diariamente (Mt 26.44). A oração preparou Neemias para enfrentar impiedosos ataques. Se ele não tivesse o hábito de orar, certamente teria sucumbido diante das dificuldades. A oração fortalece a alma e as mãos do homem de Deus.

2. O estudo da Palavra de Deus. Neemias reuniu o povo na praça principal da cidade para ouvir a Palavra de Deus (Ne 8.1-3). Todo crente necessita ler e estudar a Bíblia diariamente, para crescer no conhecimento do Senhor (2ª Pe 3.18). Infelizmente, há obreiros que, por não estudarem a Bíblia, acham-se espiritualmente fracos. Um líder nessas condições porta-se como menino espiritual. Precisamos ter a Palavra de Deus no coração para não pecarmos contra o Senhor (Sl 119.11).

3. Adoração ao Senhor. Adorar é uma forma de agradecer a Deus, reconhecendo-O como o Senhor de nossas vidas, pois tudo o que somos e temos vêm d’Ele. Observe o que diz o salmista: “Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo” (Sl 9.1,2).
Neemias adorou a Deus: “Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!” (Ne 1.5). Na dedicação dos muros e portas de Jerusalém, preparou um culto especial de adoração e louvores a Deus (Ne 12.27) e ordenou que dois corais fossem à frente dos cortejos durante a celebração (Ne 12.38). O verdadeiro líder adora a Deus, porque sabe que toda a glória deve ser endereçada ao Senhor de toda a glória. Aleluia.

VI. APRENDENDO COM NEEMIAS ALGUNS PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA

1. Tenha um propósito claro e continue avaliando-o à luz da vontade de Deus. Nada impediu que Neemias permanecesse em sua trajetória.

2. Seja direto e honesto. Todos sabiam, exatamente, do que Neemias precisava, e ele falou a verdade até mesmo quando a própria verdade aparentemente tornaria o seu objetivo ainda mais difícil de alcançar.

3. Viva de uma forma irrepreensível. As acusações contra Neemias eram falsas e vazias.

4. Seja uma pessoa que ora constantemente, recebendo poder e sabedoria através de seu contato com Deus. Todas as ações de Neemias glorificaram a Deus.

5. Leia e obedeça a Palavra de Deus. Neemias amava a Palavra. Ele reuniu o povo na praça principal da cidade para ouvir a Palavra de Deus.


CONCLUSÃO. Neemias é um exemplo de liderança bem-sucedida. Ele não permitiu que nada o impedisse de agradar ao Senhor. Ele soube como conduzir a reconstrução de Jerusalém e a restauração espiritual dos judeus. A sua vida de oração, leitura da Palavra de Deus e adoração fizeram com que ele prosseguisse vitorioso, apesar da oposição que lhe moviam os adversários. Há muito trabalho no Reino de Deus até ao arrebatamento da Igreja. Trabalhemos, pois, como Neemias. Sejamos fiéis e íntegros em todas as coisas, a fim de que o nome do Senhor seja sempre exaltado.

Pr. Elias Ribas

quarta-feira, 26 de julho de 2017

AS BENÇÃOS CELESTIAIS


Efésios 1.3-14 “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, 4- assim como nos escolheu (elegeu), nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5- nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6- para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, 7- no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, 8- que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, 9- desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, 10- de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra; 11- nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, 12- a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; 13- em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; 14- o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.

INTRODUÇÃO 

1. Paulo escreveu aos efésios com o objetivo de ensinar aos cristãos o quanto é maravilhoso ser a igreja de Cristo e quais são as implicações práticas disso. 

2. Depois de saudar os irmãos, Paulo agradece a Deus pelas bênçãos espirituais.

V. 3. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”

* Benção espirituais.

* Benção celestial.

* Toda sorte de bênção espiritual nos é concedida para louvor de Sua glória.

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

Autor: O apóstolo Paulo.

Local: Roma

Data: 60 ou 62 DC

Destinatários: A Carta foi escrita e enviada às igrejas da Ásia Menor.

Tema da carta: A Igreja, o Corpo de CRISTO. 

II. AS BÊNÇÃOS DA IGREJA EM CRISTO (1.3-23). 

Ela se divide em três seções:

1. Benção do Pai que nos elege (vs. 3-6).

2. Benção do Filho que nos redime (vs. 7 – 12).

3. Benção do Espírito com o qual somos selados (vs. 13-14). 

- O pai Planeja.

- O filho executa.

- O Espírito Santo gera vida. 

III. A BENÇÃO DO PAI 

- Nas perícopes (no verso 4 e 5), há dois termos (verbos) que precisam ser examinados. O primeiro no versículo 4 (escolheu) e o segundo no versículo 5 (predestinou). 

- Perícope é um termo grego que significa “cortar ao redor”, ou seja, uma parte destacada de um texto, para ser analisada e estudada em separado. 

1. Nos escolheu antes da fundação do mundo. V. 4.Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”. 

-  Eleger ou escolher são sinônimos. 

- A palavra escolher no hebraico bahar e eleger no grego “ekletos” que significa selecionar ou escolher, preferir, eleger. 

Ek. Significa tirar; chamar. 

Escolheu. Do verbo escolher; do grego proginosko;é o ato de escolher; nomear; selecionar; 

- Ekleto é a raiz da palavra Ekklesia; chamados para fora. 

- Kaleo: Chamar. 

 

- O ato da eleição deu-se “antes da fundação” do mundo ou seja antes do primeiro instante da criação. 

Em Sua sabedoria, Deus planejou salvar o homem em Cristo “antes da fundação do mundo”, mesmo antes que o homem tivesse cometido o primeiro pecado. 

1.1. Nos elegeu pela sua presciência. 1ª Pe 1.2 “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas”. 

- A palavra presciência no grego é prognosi que significa: conhecer de antemão, conhecimento prévio, conhecer o futuro; saber os fatos antes de acontecer. 

·         Pela Presciência; Deus conhece todas as coisas de antemão.

 

·         Precisamos entender que, antes da predestinação vem a presciência de Deus. 

·         Em Sua Presciência Deus conhece o coração de todos os homens e estabelece a eleição de todos aqueles que n’Ele crerem. 

1.2. Nos elegeu n’Ele em Jesus Cristo. v. 4 “Assim como nos escolheu (elegeu), nele....” 

V. 6 “...para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado...”. 

O verso 4 diz: “n’Ele”; o verso 6 diz: “no Amado”, se refere a Cristo.

1ª João 5.12 “Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.” 

2ª Tm 2.10 “Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna”. 

1.4. Deus nos escolheu pela fé em Jesus Cristo, mediante Sua graça.

Efésios 2.8 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.” 

João 3.16-18 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17- Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18- Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” 

Marcos 16.16 “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” 

João 6.47 “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna.” 

1.4. Nos elegeu com um propósito. 

A. Nos elegeu para sermos santos. Ele nos selecionou com uma meta: “para sermos santos e irrepreensíveis”. Aqueles que estão em Cristo foram perdoados de seus pecados e deverão viver de tal modo que não pequem mais. 

B. Nos elegeu para proclamar as Boas Novas de salvação ao mundo perdido.

1ª Pedro 2.9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. 

Somos geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para um determinado propósito: “...para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. 

C. Nos chamou para uma santa vocação. 2ª Tm 1.9 “Que nos salvou e nos chamou com uma santa vocação, não em virtude das nossas obras, mas por causa da sua própria determinação e graça”. 

D. Nos elegeu para vivermos em amor uns com os outros (v. 4) “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”. 

2. Nos predestinou. 

V. 5. “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade”. 

- O verbo grego traduzido como “predestinar” é proorizo, significa, literalmente, “determinar de antemão, predeterminar, preordenar”. 

Deus nos elegeu e predestinou para salvação pela sua presciência.

2.1. Deus nos predestinou, nos escolheu para:

A. Sermos ...filhos de adoção...

B. Sermos ...conformes à imagem de seu Filho... 

Romanos 8.28-30E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou”.

Cinco pontos mencionados nos versículos são verdades para todos os crentes que amam a Deus, sem exceção.

• “conhecidos” por Deus (vs. 29).

• “predestinados” por Deus (vs. 29).

• “chamados” por Deus (vs. 30).

• “justificados” por Deus (vs. 30).

• “glorificados” por Deus (vs. 30). 

3. Chamados através do convite de Jesus.

Precisamos atender o convite de Jesus. 

3.1. Primeiro lugar Ele nos chama.

Mt 11.28 “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” 

Chamar é um verbo grego Kaleo. Significa chamar em alta voz. 

3.2. O convite de Jesus não é seletivo, mas para todos os homens.

João 3.16-18 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 

3.3. Somos aceitos mediante a fé.

Jo 3.18“Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. 

Rm 10.17 “a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus.” 

3.4. Mediante ao arrependimento e conversão.

Atos 3.19 “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.”

Arrepender é reconhecer o nosso pecado.

Converter é deixar o pecado. 

3.5. Deus chama o homem para desfrutar de uma porção especial no Seu evangelho.

Is 55.1-3 “Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. 2- Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. 3- Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi”. 

A. Um convite divino ao pecador. “Todos vós que tendes sede...” (v. 1)

- O convite é universal. 

B. A salvação vem do Senhor. “...vinde às águas” (v. 1).

Jo 413-14 “Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; 14 Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” 

A Água representa nosso desejo de nos refrescar. É o refrigério para nossa alma. 

C. Sem ajuda divina nenhum homem poderia jamais ser salvo.

Ef 2.8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”

Jo 6.37 Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.

Jo 6.39-40 “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. 40 De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.

A vontade do Pai é: (1) que todos que vierem ao Filho sejam aceitos e não se percam; (2) que todos que virem o Filho e crerem nele recebam a vida eterna. 

Jo 6.44 “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia”.

Jesus volta a falar da vida aqui. Ninguém pode receber o pão da vida se o Pai não o trouxer. 

pode vir a mim – no sentido de Jo 6.35. “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.” 

“...exceto o Pai que me enviou...”.

Esse verbo (gr. helkuo) também é traduzido por levar, no sentido de ser arrastado (At 16.19; 21.30). Ninguém pode ser salvo, a não ser que seja levado a Jesus pelo Espírito Santo. 

Conforme a resposta positiva que Deus vê no coração do homem em aceitá-lo, ele restaura, liberta, perdoa e transforma o homem numa nova criatura. 

D. A Salvação é ato da justiça divina, não algo que se compra com dinheiro.e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço” 

Por isso, convida a quem “não tem dinheiro”.

Ef 2.8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” 

D. A alegria da salvação. “...sim, vinde e comprai vinho e leite”.

O vinho significa a alegria.

O leite significa a Palavra, o leite racional. 

3.6. O pecador precisa tomar uma decisão.

Ap 3.20Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” 

3.7. Aos que aceitam o convite de Jesus são recebidos como filhos de Deus por adoção em Jesus Cristo. 

- A adoção por Deus não é apenas uma adoção por acaso. É uma escolha feita “por meio de Jesus Cristo”. Se respondemos em obediência ao evangelho de seu Filho, Deus nos adota.Jo 1.12 “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome”.

Rm 8.15-17 “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. 16 - O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. 17 - E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e coerdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.” 

·         Agora somos livres. Porque o Espírito que vocês receberam de Deus não torna vocês escravos e não faz com que tenham medo. Pelo contrário, o Espírito torna vocês filhos de Deus; e pelo poder do Espírito dizemos com fervor a Deus: “Pai, meu Pai!”

 

·         Éramos criatura, mas em Cristo Jesus somos filhos. 

·         Estamos mortos em nossos delitos, mas em Cristo Jesus fomos vivificados.

 

Efésios 2.1 “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados”.

Efésios 2.5 “Estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)”.

Colossenses 2.1 E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas”. 

3.8. “No qual também fomos feitos herança” (1.11). Os filhos adotados receberão a mesma herança que Cristo, o filho legítimo e primogênito.

Romanos 8.14-17 “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus. 15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. 16 O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. 17 E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e coerdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados”. 

Quando recebemos Jesus como nosso Senhor:

A. Guiados pelo Espírito Santo (15).

B. Passamos ser filho de Deus. “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (16).

C. Somos filhos por adoção. “...mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai”.

D. Somos herdeiros e coerdeiros em Cristo Jesus.

F. E seremos glorificados em Cristo Jesus. 

IV. A BENÇÃO DO FILHO 

1. Em Jesus temos a redenção. “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça” (v. 7).

 

Redenção no grego lutroô, significa: livramento, resgate, libertação mediante o pagamento de uma soma.

 

Redenção segundo o dicionário português é o ato ou efeito de redimir ou remir, que significa libertação, reabilitação, reparo, salvação. É o ato de adquirir de novo, de resgatar, de tirar do poder alheio, do cativeiro. É livrar-se de um passo arriscado, é livrar-se das penas do inferno. Neste caso, o valor infinito do sangue vertido de Cristo é eficaz para remir os nossos pecados.

Na Bíblia, a palavra “resgate” envolve três aspectos: 

É um pagamento (Números 3.46, 47). 

Traz livramento, ou redenção (Êxodo 21.30). 

Equivalência. O preço dele equivale, ou é igual, ao valor do que se quer resgatar.

- O sacrifício de Jesus corresponde ao que Adão perdeu — uma vida humana perfeita. (1ª Co 15.21, 22, 45, 46) A Bíblia diz: “Assim como por meio da desobediência de um só homem [Adão] muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um só [Jesus Cristo], muitos serão feitos justos.” (Rm 5.19).

- Esse texto explica como a morte de um único homem pagou o resgate de muitos pecadores. Assim, o sacrifício de Jesus é um “resgate correspondente”. Todos os que fazem o que é necessário podem receber os benefícios desse sacrifício (1ª Tm 2.5-6). 

2. Redenção é o resgate da humanidade por Jesus Cristo. No conceito Cristão os privilégios da redenção incluem:

2.1. O perdão dos pecados (Efésios 1.7).

2.2. A justiça (Romanos 5.17).

2.3. E a vida eterna (Apocalipse 5.9,10). 

- Deus perdoa os pecados dos filhos adotados porque Jesus morreu para sofrer o castigo por eles.

Colossenses 1.14: “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados”.

Romanos 3.24 “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”. 

V. BENÇÃO DO ESPÍRITO 

V. 11-14 Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo; 12- Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; 13- O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória. 14- Por isso, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus, e o vosso amor para com todos os santos”. 

1. O Espírito Santo é uma promessa de Jesus.Jo 14.16-17 “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós”. 

2. Selo do Espírito. “Fostes selados com o Santo Espírito da promessa” (13).

O selo no V.T. era a circuncisão. Era no prepúcio do homem, era uma marca na carne. 

3. O qual é o penhor da nossa herança.

- Penhor é uma palavra do âmbito jurídico e que significa testemunho, uma garantia, segurança, alguma coisa que assegure o pagamento.

- Escrevendo aos colossenses o apóstolo diz: “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13). Quer dizer, como teríamos a segurança de que de fato fomos transportados “para o reino do Filho”, se não houvesse qualquer garantia verdadeira para nós? 

CONCLUSÃO

Toda a sorte de benção, a eleição benção do Pai; a redenção benção do Filho e o selo a benção do Espírito Santo, são bênçãos espirituais nas regiões celestiais são bênçãos da Trindade doadas a igreja pela fé.

Paulo ora para que eles cresçam “no pleno conhecimento d’Ele” (1.17). Se não conhecemos Cristo, como podemos esperar receber as bênçãos espirituais que ele nos oferece? Ressuscitando Cristo, Deus mostrou seu extremo poder para abençoar aqueles que creem.

Finalmente, Deus fez Cristo o cabeça da Igreja, o qual é o seu corpo (1.22-23). Procurar outra sede fora do céu, onde Cristo está, é negar a autoridade de Cristo.

Fomos predestinados, chamados e enviados; Jesus diz: “Assim como o Pai me enviou eu vos envio...”

Ele nos chamou para Seu reino.

Ele nos chamou para sermos santos.

Ele nos chamou para ser o e templo do Espírito Santo.

Ele nos chamou para oferecer sacrifício vivo que é vosso culto racional (Rm 12.1).


FONTE DE PESQUISA

1. A IGREJA ELEITA: redimida pelo sangue de Cristo e selada com o Espírito Santo da promessa SEGUNDO TRIMESTRE DE 2020. CPAD Rio de Janeiro RJ
2. ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
3. GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
4. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
5. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Pr. Elias Ribas – Dr. em Teologia
Assembleia de Deus
Blumenau - SC