TEOLOGIA EM FOCO

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A HISTÓRIA MUNDIAL NO SONHO DE NABUCODOSSOR - DANIEL CAPÍTULO 2



O Antigo Testamento não foi projetado para ser um compêndio de “história antiga”. É a história do povo de Israel. As nações somente são referidas na medida em que entram em conexão com Israel. Babilônia era o mais antigo dos reinos (Gn 10.10). Compare Deuteronômio 32.8, Nabucodonosor não foi o primeiro rei, mas ele era a “cabeça” ou o princípio do domínio gentio na terra quando Israel foi levado para o cativeiro babilônico (cf. Jr 15.4; Jr 24.9; Jr 29.18). Esses reinos sucessivos são considerados apenas quando obtiveram a posse de Jerusalém. Eles existiam antes disso e cada um, por sua vez, foi absorvido no que teve sucesso. 

 I. O SONHO DO REI NABUCODOSOR 

1. A crise provocada pelo sonho (Dn 2.1-19). Certa noite, o rei Nabucodonosor teve um sonho, uma grande revelação. Ao levantar-se pela manhã esqueceu o que havia sonhado, e seu espírito ficou grandemente perturbado. Então o rei mandou chamar os sábios do palácio: os magos, astrólogos, encantadores, e os caldeus, para revelar ao rei qual tinha sido o seu sonho. Mas, nenhum desses adivinhos e místicos puderam revelar (trazer conhecido) ao rei, o que ele havia sonhado. Jamais alguém poderia revelar sem ajuda divina. Nem mesmo o sonhador ou o próprio Satanás saberia, pois ele não é onisciente para saber os mistérios de Deus.

Porém, Nabucodonosor vendo que não podiam trazer conhecido o seu sonho, fez um decreto ordenando a morte de todos os magos, sábios e encantadores. O profeta Daniel e seus três amigos, Ananias, Misael e Azarias, sendo jovens e recém formados na corte babilônica, não foram chamados pelo rei juntamente com os outros sábios, mas o decreto da matança também os incluía.

Daniel, avisado sobre o decreto, prudentemente Daniel pediu ao chefe da guarda (Arioque era seu nome), permissão para falar com o rei, e pedir um pouco mais de tempo para que pudesse dar a interpretação do sonho. Isto lhe foi concedido. E em seguida foi para sua casa e comunicou o fato aos seus três amigos, que juntos em oração pediram misericórdia ao Senhor Deus, a fim de não perecerem com os demais sábios. Sendo YAHWE um Deus compassivo e misericordioso para com seus servos, revelou o sonho do rei ao profeta Daniel numa visão de noite. 

2. Daniel Louva a Deus pela revelação (Dn 2.20-23). A noite enquanto dormia, todo o mistério lhe foi revelado. Observe que após o tempo de oração eles foram dormir. Imagine, você saber que sua vida corre perigo, que seu tempo de vida pode estar chegando ao fim e mesmo assim, dormir tranquilamente.

A atitude de Daniel e seus amigos mostram que eles de fato confiavam no Senhor, e estavam tranquilos com relação a Sua providência.

Foi exatamente enquanto Daniel dormia que o Senhor lhe revelou o sonho e sua interpretação. Enquanto ele descansava em Deus.

Após o Senhor Deus ter revelado o sonho do rei ao profeta Daniel, ele O louvou grandemente dizendo: “Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; Ele muda os tempos e as horas; Ele remove os reis e estabelece os reis; Ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com Ele mora a luz” (Dn 2.20-22).

O Deus de Daniel é o nosso Deus e continua nos dias de hoje, fazendo milagres, operando maravilha e revelando a Sua Palavra aos seus servos, é por isso que Jesus diz: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3.22).

Após Daniel ter louvado ao Rei dos reis e Senhor dos senhores, foi ter com o rei Nabucodonosor, não para reivindicar mérito pessoal por revelar o sonho e a interpretação. Devemos tomar cuidado para nunca aceitar mérito e louvor por aquilo que Deus faz através de nós. Mas foi para fazer conhecido ao rei o que ele havia sonhado. 

3. Daniel na presença do rei (Dn 2.25-30). Posto na presença do rei, este jovem judeu declarou as visões que o rei havia tido em sua cama, exatamente como elas aconteceram. Esta primeira visão, embora não tenha sido dada primariamente a Daniel, foi interpretada. Isto causou uma grande surpresa no coração do rei, pois era exatamente o que havia sonhado alguns dias anteriores a este encontro.

Quanto à entrada de Daniel na presença do rei foi algo surpreendente, e Daniel falou as palavras que se seguem:

“Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e lhe disse: Achei um dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual revelará ao rei a interpretação. 26- Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o que vi no sonho e a sua interpretação? 27- Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei; 28- mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são estas: 29- Estando tu, ó rei, no teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que há de ser. 30- E a mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses as cogitações da tua mente.” (Dn 2.25-30). 

 II.  DANIEL REVELOU E INTERPRETOU O SONHO (Dn 2.36-43). 

Daniel 2.31-35 “Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível. 32- A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze; 33- as pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro. 34- Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. 35- Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra.”

Na enorme estátua do sonho do rei, está predita a história das nações dos “tempos dos gentios”, começando por Nabucodonosor até a vinda de Jesus em glória.

Esta visão revela, em caráter profético, como dar-se-ão os acontecimentos sociais e políticos concernentes aos grandes reinos, impérios e confederações de países no mundo contemporâneo a Daniel, no período posterior aquele e no futuro (nossos dias).

Prosseguindo, vemos Daniel descrevendo o relato da interpretação do tal sonho. E a interpretação, que segundo ele é fiel, pois ela cumpre-se na íntegra na história da humanidade que são os quatro últimos impérios mundiais. 

1. Cabeça de ouro, o reino Babilônico (625 a 538 a.C.). “Tu, ó rei, rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória; a cujas mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as aves do céu, para que dominasses sobre todos eles, tu és a cabeça de ouro.” (Dn 2.37-38).

A cabeça de ouro é a Babilônia, o reino do conquistador Nabucodonosor. O Império Babilônico representa o começo, o início dos tempos dos gentios. Sobre a expressão “tempos dos gentios” (cf. Lc 21.24).

Babilônia nos dias de Nabucodossor, detinha a hegemonia mundial, após ter derrotado a Assíria, em 612 a.C.

Depois da morte de Nabucodonosor, encontramos entre os seus sucessores o rei Nabonido (556-538 a.C.). Belsazar, seu filho, estava como co-regente na cidade da Babilônia, quando o Império Caldeu ruiu derrotado por Ciro, rei da Pérsia. 

2. O peito e os braços de prata, o reino Medo-Persa. “Depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu...” (2.39a).

“Depois de ti...” O reino babilônico seria seguido por um reino inferior, representado pelo peito e braços de prata (v. 32), este reino seria o império medo-persa fundado por Ciro (539 a.C.), o segundo Império mundial.

Para identificar os próximos dois, consideramos uma visão de Daniel no finalzinho do domínio babilônico, relatada no capítulo 8. Nesta visão, Deus mostrou-lhe mais detalhes sobre os próximos dois reinos, e os identificou como a Média-Pérsia (8.20) e a Grécia (8.21). Ligando as duas profecias, percebemos que a parte de prata representa Média-Pérsia, o reino que venceu a Babilônia em 539 a.C. 

3. O ventre e as coxas de cobre, o reino Grego. “...e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra.” (2.39b).

Um terceiro reino, simbolizado pelo ventre e coxas de cobre, representava o império grego fundado por Alexandre Magno (330 a.C.).

Aqui Daniel não traz os pormenores deste império. Mas no capítulo 7, sim. Trata-se do terceiro império mundial, a Grécia. O império que conquistou um território enorme no quarto século a.C. 

4. As duas pernas de ferro, o reino Romano. “O quarto reino será forte como ferro; pois o ferro a tudo quebra e esmiúça; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará.” (Dn 2.40). 

O reino de ferro (v. 33) representa o Império Romano. As pernas são a parte mais longa do corpo, o que indica a extensão do domínio romano. O Império Romano é considerado a maior civilização da história ocidental. Durou cinco séculos: começou em 27 a.C. e terminou em 476 d.C., conquistou praticamente todo o mundo antigo conhecido. As duas pernas correspondem a divisão do império romano ocidental e oriental. O imperador Diocleciano em 286 introduziu o sistema da tetrarquia, com dois imperadores intitulados Augusto, um no Oriente e um no Ocidente, cada um com um César nomeado. No entanto, o Império Romano do Oriente prolongou-se por mais um milénio, tendo sido conquistado pelo Império Otomano em 1453. [Wikipédia. Império Romano https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Romano#:~:text=O%20Imp%C3%A9rio%20Romano%20(em%20latim,na%20Europa%2C%20%C3%81frica%20e%20%C3%81sia - Acesso dia 14/052022]. 

Os pés, em parte é ferro, em parte de barro. (Dn 2.33, 41-43). Ferro e barro não se misturam. Isto revela que neste tempo do fim não haverá “nações unidas” de fato. A propalada união das nações nestes últimos dias através da ONU. O ferro é o governo ditatorial, totalitário que hoje cada vez aumenta em todos os continentes (v. 40). O barro é o governo do povo, democrático, republicano. O barro é formado de partículas soltas, o que indica governo do povo, como apresenta-se o regime democrático. Já o ferro é formado de blocos compactos, indicando poder centralizado. Temos hoje no mundo estas duas formas de governo. Vemos assim pela Palavra de Deus que a última forma de governo na terra será o governo do Anticristo (ditatorial).

Os dez dedos dos pés na imagem (2.41-42) são dez reinos, como forma de expressão final do Império Romano, que ressurgira no governo do Anticristo e do falso profeta, no fim dos dias.

Como os pés são ao mesmo tempo 10 dedos, seria imaginação demais supor que o último império mundial humano será formado por 10 reinos? Não, pois no livro do Apocalipse capítulo 13, diz claramente que o último reino dos homens (liderado por um líder soberbo chamado a Besta) será formado inicialmente por exatamente 10 reis (que também são chamados pelo profeta de 10 chifres da Besta). A Profecia é perfeita e combina-se entre si em cada detalhe. Em resumo: Os 10 dedos da estátua formarão um novo reino, com um só propósito (conforme fala Apocalipse, capítulos 13 e 17, os 10 chifres da Besta), entregar o governo mundial para o Anticristo, mas este reino será um fracasso. Será a última tentativa do homem de fazer a coisa certa, antes do Reino de Deus ser implantado na terra. Esta mistura fracassada de ferro e barro (Oriente e Ocidente) já está acontecendo em nossos dias, como provamos anteriormente. Basta prestar atenção ao noticiário. Líderes mundiais viajam de um lugar para outro, todos falam em Globalização governo único. Em que ponto da estátua encontramo-nos atualmente? Justamente nos dedos, ou seja, a época dos dedos da Estátua.

A escala decrescente dos valores dos metais na estátua profética (2.32-33). Ouro, prata, bronze, ferro com barro, mostra a degradação da raça humana, na área moral, social e política, basta vermos as notícias mundiais para comprovarmos a imoralidade, corrupção e injustiças que fazem parte da humanidade sem Deus. 

 III.  O REINO DO SENHOR JESUS CRISTO 


“Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação.” (Dn 2.44-45).

Nabucodonosor viu, em seu sonho, uma Pedra vindo do céu e atingindo a estátua nos pés. Mas o que ela representa? O Reino de Deus, através de Jesus Cristo, que será implantado em breve, cuja capital será Jerusalém. Em várias partes da Bíblia Jesus é comparado a uma Rocha, uma Pedra para edificação e proteção do seu povo, mas também para destruição dos seus inimigos. 

1. Este reino é proveniente do céu. O versículo 34 diz: “Uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos” No evangelho segundo Mateus 21.42-44, temos a explanação da profecia da Pedra, dada por Jesus, que é a própria Pedra. A Pedra rejeitada por Israel Atos 4.11 “Este Jesus é a pedra rejeitada por vós”. Pedro referindo-se aos judeus que crucificaram Jesus, pois os judeus não queriam que Jesus reinasse sobre eles; “Não queremos que este reine sobre nós” (Lc 19.14). Paulo em 1ª Co 10.4 também fala sobre Jesus com pedra dizendo: “E beberam todos duma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (rf. 1ª Pe 2.4). A Pedra angular da igreja, a pedra de esquina (Ef 2.20).

A Pedra esmiuçará as nações (2.44): “aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó”. Isto é futuro, e refere-se ao Senhor Jesus na sua vinda em glória, com os santos (a Igreja) e os anjos para esmiuçar (quebrar) as nações e estabelecer o seu reino.

O salmista já fazia suas predições dizendo: “Tu os esmigalharás com vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor” (Sl 2.9-11).

Uma montanha nada mais é do que barro e pedra sob diferentes formas. Isto fala de Jesus que nasceria como homem aqui na terra (Is 53.3), sem intervenção humana, isto é, sendo gerado pelo Espírito Santo, e não pelo homem. Algo idêntico ocorrerá quando o Reino de Deus for estabelecido aqui brevemente, ou seja, sem auxílio humano. Sua conquista não será efetuada por armas carnais:

“E então será revelado o iníquo (Anticristo), a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor de sua vinda” (2ª Ts 2.8).

Quanto à expressão “sem o auxílio de mãos” quer dizer, sem o auxílio de mãos humanas (cf. Dn 8.25). A pedra bateu violentamente nos pés da estátua e esmiuçou-a. Quatro vezes está dito que a pedra esmiuçou a imagem (Dn 2.34, 40, 44, 45). Portanto, o mundo não findará convertido pela pregação do Evangelho, e sim destruído com violência sobrenatural na vinda de Jesus. Isto ocorrerá em Armagedom, no tempo do domínio mundial das nações confederadas sob o governo do Anticristo (Ap 17.11-13; 19.11-21).

A pedra que Jesus feriu a estátua nos pés, e em seguida destruiu a cabeça, o peito, o ventre e as pernas (2.34). Isto indica que todas as formas de governo representadas por estas partes da estátua, existirão sob a Besta, no futuro que será destruída por Cristo onde será implantado Seu governo por mil anos. Ainda que o Império Romano se reerga, Cristo o destruirá. Nosso Senhor é Aquela pedra que, sem esforço humano, abateu-se sobre a estátua vista por Nabucodonosor.

O Mercado Comum Europeu, Asiático, Mercosul e ALCA: já é o palco para o Anticristo. A estátua começou como uma obra grandiosa e fina, e terminou em pó (2.35). A pedra começou com uma pedra diminuta, mas depois encheu o mundo inteiro: “encheu toda a terra”. Isto mostra a magnitude e poder de Cristo.

A profecia de Daniel afirma: “Então foram juntamente esmiuçados o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais fizeram-se como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua tornou-se uma grande montanha, e encheu toda a terra” (Dn 2.35).

Os reinos do mundo (e todos os seus súditos) serão destruídos e soprados para muito longe, porém o reino da Pedra (e seus súditos) encherão a terra e reinarão para sempre.

O rei Nabucodonosor viu esta Pedra em seu sonho. A Pedra caiu do céu, atingia a grande estátua nos pés e transformava tudo em pó. Isto representa a Segunda Vinda de Cristo para estabelecer o Seu Reino na terra, após julgar e destruir seus inimigos.

O rei Nabucodonosor ficou estarrecido ao ouvir do profeta Daniel as revelações contidas em seu sonho. Tudo cumpriu-se exatamente como Deus planejou. Cabe a cada pessoas receber a mensagem do Reino e permitir que ele se estabeleça em sua vida. 

“Nos dias desses reis...” isto é, na época da unificação deste reino dividido, no tempo de formação deste último império, em outras palavras: em nossa própria época. O nosso tempo é a formação do reino dos dedos da estátua. Isto já está acontecendo. Agora só falta a pedra.

Portanto, desde Babilônia, está sendo cumprido hoje e será justamente neste período que se levantará o Anticristo (6 é o número do homem rebelde). O 7.º período (O REINO DE JESUS CRISTO) está aproximando-se velozmente. A Profecia é perfeita e a Matemática de Deus também.


Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau SC

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O TRIBUNAL DE CRISTO


O Tribunal de Cristo é o primeiro dos eventos das bodas do Cordeiro.

Pode parecer estranho que incluamos o Tribunal de Cristo nas bodas do Cordeiro, mas não devemos nos esquecer que, como salientamos acima, as bodas do Cordeiro são a celebração da vitória da Igreja e têm a duração de sete anos, como as bodas judaicas duravam sete dias. Deste modo, todo o período de sete anos deve ser considerado como o das bodas do Cordeiro.

Além do mais, o que, normalmente, é chamado de bodas do Cordeiro, as Escrituras denominam de ceia das bodas do Cordeiro (Ap 19.9), numa clara demonstração de que as bodas envolvem mais de um ato, entre os quais um deles é a ceia.

Reunida a Igreja, será iniciado o Tribunal de Cristo, pois todos os homens devem ser submetidos a julgamento, pois assim está ordenado (Hb 9.27)

I.   O SIGNIFICADO DO TERMO

O Tribunal de Cristo é a palavra grega “bema” que se refere a uma plataforma elevada de arbitragem e recompensa. É um local onde a vida e as obras do crente são examinadas. Quando os crentes estiverem diante do Tribunal de Cristo em Sua vinda, eles serão julgados de acordo com suas obras; de acordo com o seu caráter e a sua frutificação. O Tribunal de Cristo determina a recompensa ou a perda da mesma, e não a salvação, pois quem estiver diante do tribunal no mínimo receberá a salvação.

II.   QUANDO E ONDE SERÁ REALIZADO O TRIBUNAL DE CRISTO

O Tribunal de Cristo acontecerá depois do arrebatamento da Igreja. Será realizado nos céus. A Bíblia ensina que este julgamento será exclusivamente para os salvos arrebatados na vinda de Jesus. A questão da salvação já foi resolvida. Não será um julgamento para condenação ou salvação, será um julgamento para receber galardão conforme o que prometeu o Senhor Jesus: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).

O Tribunal de Cristo é o tempo em que a Igreja permanecerá no céu com o Cordeiro, para receber a recompensa pelo seu trabalho. Depois voltará com Ele a fim de inaugurar o Reino Milenar.

III.  ESTE TRIBUNAL É EXCLUSIVO DOS CRENTES

É comum ouvir, em nossas igrejas, que no fim do mundo haverá um julgamento conjunto dos justos e dos injustos, porém a Bíblia ensina de modo diferente.

Precisamos saber de antemão que o primeiro julgamento ocorreu no Calvário, já realizou-se. Neste julgamento Jesus foi julgado em nosso lugar, sofrendo o castigo do nosso pecado, a morte, para que pudéssemos ser salvos.

O segundo julgamento, deve ser realizado diariamente pelo próprio crente, olhando para sua própria vida, examinando seu viver. Neste juízo o juiz é o próprio crente. Por isso o cristão deve vigiar a si mesmo e iluminado pelo Espírito Santo deve examinar-se diariamente diante de Deus, quanto à sua submissão e lealdade ao Senhor.

Agora, no tribunal de Cristo, o crente será julgado como servo, isto é, quanto ao seu serviço prestado a Deus e o seu testemunho. Já foi dito que não se trata de julgamento dos pecados do crente. Não. Nossos pecados já foram julgados em Cristo, pela misericórdia e graça de Deus (2ª Co 5.21; Gl 3.13). Também não é um julgamento quanto ao nosso destino eterno. A nossa salvação não depende daquilo que fazemos para Deus, pois somos salvos pela graça e da obra redentora que Jesus consumou uma vez para sempre por nós (Hb 7.27).

IV.  A IGREJA PERANTE CRISTO

A Bíblia ensina que todos os crentes salvos terão um dia de prestar contas “Ante o Tribunal de Cristo”, de todos os seus atos praticados por meio do corpo, sejam bons ou maus.

“Porque todos devemos comparecer ante o Tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2ª Co 5.10).

Bema; (no gr. agathon, “espiritual e moralmente bom ou útil aos olhos de Deus”) ou mal (gr. Phaulos, “sem valor, iníquo; inclusive egoísmo, inveja, e preguiça)”.

Segundo o trabalho que fizermos nesta vida, bem ou mal, receberemos ou não o galardão do Senhor. Agora trata-se da questão de recompensa, que será resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do crente, como mordomo da casa do Senhor. Todos os salvos estarão frente a frente com o Senhor Jesus Cristo, e de acordo com a Palavra de Deus que diz: “que não há encoberto que não seja revelado” (Hb 4.13; Mt 10.26).

Neste julgamento o Senhor avaliará o serviço de cada cristão. Não será tanto a quantidade, mas sim, a qualidade dessa obra.

Todos os participantes do arrebatamento terão suas vidas reveladas perante todo o céu, ou seja, pecados não confessados, erros não admitidos, pensamentos levianos, mau uso da liberdade cristã, falta de amor, etc.

O Juiz será o próprio Senhor Jesus, aquele cujo aspecto é descrito em Ap 1.13-17, o “Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus” (Jo 5.22). No evangelho segundo João Jesus diz: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho ‘todo o juízo” (2ª Tm 4.8) “justo juiz”.

Diante de Seu olhar coisa nenhuma será oculta. Bom será então que a pessoa hoje muito utilize o seu privilégio de auto-juízo! Amém!

V.   A BASE DO JULGAMENTO NO TRIBUNAL DE CRISTO


Neste julgamento todos os cristãos serão julgados, não haverá exceção. “Pois todos havemos de comparecer ante o Tribunal de Cristo. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.10, 12).

Neste julgamento, o crente terá que prestar contas da sua fidelidade ou infidelidade a Deus.
“Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel. Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo. Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado; pois quem me julga é o Senhor. Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor” (1ª Co 4.2-6).

O cristão será julgado pela sua conduta.
“Se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (1ª Co 11.31).

Será julgado pelo tratamento com o próximo.
“Mas tu, por que julgas o teu irmão? Ou tu, também, porque desprezas o teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o Tribunal de Cristo” (Rm 14.10).

O cristão terá que prestar conta das suas práticas e ações, a oportunidade e o conhecimento que recebeu, os dons, talentos, enfim tudo o que de Deus recebeu.

As más ações do cristão, quando ele arrepende-se, são perdoadas no que diz respeito ao castigo eterno (Rm 8.1), mas são levados em conta quanto a sua recompensa (2ª Co 5.10).

As boas ações e o amor do cristão são lembrados por Deus e por Ele recompensados.
“Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis” (Hb 6.10).

Cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer.
“Servindo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens. Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre” (Ef 6.7-8).

Na descrição de Paulo aos Coríntios ele compara as obras dos crentes feitas por motivos indignos comparando-se ao feno, palha e madeira, substância de fácil combustão, enquanto as obras realizadas no amor de Deus e pelo amor às almas são comparadas ao ouro, prata e pedras preciosas que resistem à prova de fogo (1ª Co 3.10-15).

Sofrerá a perda ou ganhará o galardão.
“Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia pelo fogo” (1ª Co 3.10-15).

No Tribunal de Cristo toda obra será declarada um dia.
Nada ficará em oculto. Quando o cristão realiza um trabalho para honra e glória do Senhor Jesus, que é o fundamento de toda a nossa obra, ele assim está construindo um edifício de ouro, prata, pedras preciosas; mas quando o trabalho na obra é edificado sobre o seu nome e tudo circula em torno de si (Eu) e não para o Senhor Jesus, ele está construindo um edifício de madeira, feno e de palha, onde um dia o fogo queimará.

1. Embora salvo poderá ter uma grande perda:
  1. Sentimento de vergonha na vinda de Cristo (2ª Tm 2.15).
  2. Perda do trabalho que fez para Deus na sua vida.
  3. Perda da Glória e da honra diante de Deus (Rm 2.7).
  4. Perda de oportunidade de servir e autoridade nos céus (Ap 3.21).
  5. Posição inferior no céu (Mt 5.19).

VI.   QUAIS OS GALARDÕES QUE O SENHOR DARÁ AOS SALVOS?


1.      O próprio Jesus distribuirá os galardões.
Jesus tem um galardão ou recompensa para entregar aos fiéis. Ele não mandará um representante seu fazer isso, pois Ele mesmo disse: “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap 22.12).

2.      Tipos de Galardões.

Haverá diferentes tipos de galardões simbolizados por coroas, porque no mundo bíblico no Novo Testamento os galardões que os vencedores recebiam nas olimpíadas gregas (o termo vem de olimpo, o monte sagrado dos deuses). Uma coroa de ouro era conferida aos vencedores. Paulo faz menção disso em 1ª Co 9.24-25.

A. A coroa da vida. “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10).

B. A coroa de Glória. Esta é para os ganhadores de almas. “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (1ª Pe 5.2-4- outras referências Fl 4.1; Dn 12.3;1ª Ts 2.19; Pv 11.30).

C. A coroa da justiça. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia: e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2ª Tm 4.8).

D. A coroa incorruptível. “E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível” (1ª Co 9.25).

O crente nesta vida precisa batalhar pela fé e trabalhar sem cessar pela causa do Mestre, porque a nossa recompensa não será nesta terra, mas no céus. “Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus” (Mt 5.12) “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).

VII.  CONSIDERAÇÕES FINAIS NO CÉU

1.      Seremos vestidos de vestes brancas Ap 3.5.
Isso ocorrerá logo após o arrebatamento, essa será a roupa que usaremos no céu com Jesus. O branco representa as justiça e a santidade dos salvos.

2.      Ao que vencer, eu o farei coluna Ap 3.12.
Isso prova-nos que nunca sairemos do céu para habitar outra vez na terra no meio de sofrimento e dor. Essa promessa só irá cumprir-se definitivamente depois do arrebatamento, quando todos os que vencerem estiverem juntos para sempre.

3.      Ao que vencer se assentará com Jesus em seu trono Ap 3.21.
Quando todos os salvos estiverem juntos no céu, então, iremos assentar-nos com Jesus no seu trono de Glória.

4.      Iremos comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus: Ap 2.7.
Depois de tudo consumado por Deus em seu plano de salvação e o número dos salvos completarem-se, então o Senhor levará a todos a comer da árvore da vida, para que vivamos para sempre, pois a partir deste momento morte para os salvos não existirá.

5.      Não recebermos o dano da 2ª morte: Ap 2.11.
A segunda morte está relacionada à condenação eterna, para nós não existirá a segunda morte, pois estaremos com o Senhor para sempre. Quem subiu no arrebatamento escapou da segunda morte.

6.      Iremos comer do maná escondido e receber um novo nome escrito em uma pedra branca: Ap 2.17.
Isto ocorrerá logo após a entrega dos galardões. O galardão que o Senhor dará como recompensa pelo trabalho a Deus será utilizado no reinado de Cristo aqui na terra, pois quem precisa de coroa a não ser para participar de um reinado, e isto fica bem claro se compararmos as promessas de Cristo como recompensa conforme abaixo:

A. Reinarão com Ele mil anos (Ap 20.6).
B. E dar-lhe-ei poder sobre as nações (Ap 2.26-28).
C. E concederei que se assente comigo no meu trono (Ap 3.21).
D. E dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10).

Isso ocorrerá quando o Senhor implantar o Milênio sobre a terra e reger as nações com varas de ferro, nós estaremos também exercendo poder sobre as nações concedidas pelo Senhor.

Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O ARREBATAMENTO DA IGREJA


  TEXTO BASÍCO

1ª Tessalonicenses 4.14-17 “Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. 15- Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. 16- Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. 17- Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.”

Quando usamos o termo “a vinda de Cristo”, estamos nos referindo à segunda aparição pessoal de Cristo. No livro de Atos, quando Jesus ascendeu ao céu, nos disse:

“Estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles apareceram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir (Atos 1.10-11).

A segunda vinda do Senhor é então, o evento ao qual nós crentes em Cristo, esperamos com grande desejo, tal como faziam Paulo e Pedro, os demais apóstolos e os crentes da igreja primitiva. Neste dia seremos ressuscitados, transformados e vivificados.

A segunda vinda de Cristo é tão certa quanto à primeira. A Bíblia fala cerca de 845 vezes sobre o retorno de Jesus à terra. No Novo Testamento temos 318 predições sobre a volta de Cristo para buscar o Seu povo.

A segunda vinda será mais gloriosa no aspecto metafísico que a primeira. Na primeira vinda Ele veio redimir a alma (Ef 1.7; Cl 1.14), na segunda Ele virá restaurar o corpo (Rm 8.23). Na primeira vinda Ele veio numa manjedoura (Lc 2.7), na segunda, virá em trono (Ap 20.11). Na primeira vinda Ele veio como criança (Is 9.6; Mt 2.8, 13), na segunda, virá como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16). Na primeira vinda Ele veio em carne (Jo 1.14; 1ª Jo 4.2), na segunda, virá em glória (Ap 19.11). Na primeira vinda Ele entrou em Jerusalém montado num jumentinho (Mt 21.7), na segunda, virá montado num cavalo branco (Ap 19.11). Na primeira vinda Ele veio instituir a Igreja (Mt 16.18), na segunda Ele virá buscar a Igreja (Jo 14.3; Ap 22.7).

Para todo o cristão convertido a Cristo o momento mais esperado de todos os dias de Sua vida, é que sem dúvida o dia do arrebatamento da Igreja, neste dia todo aquele que recebeu a Jesus Cristo como Salvador de sua alma irá encontrar-se com o Senhor nas nuvens, estando liberto para sempre de qualquer tipo de provação, dor, angústia, lágrimas, tristezas, problemas etc.

I. A CONFIRMAÇÃO BÍBLICA DA VOLTA DE CRISTO

Já tivemos muitos eventos importantes na terra: a destruição dos seres humanos com o dilúvio, a destruição de duas cidades pecaminosas chamadas Sodoma e Gomorra e a redenção efetuada por Jesus no alto do Calvário. Todos esses eventos marcaram tremendamente a humanidade, porém, aguardamos agora um dos maiores eventos que irá abalar o mundo inteiro; a vinda do Senhor Jesus para buscar a Sua Igreja.

O Senhor Jesus confirmou o Arrebatamento (Jo 14.2-3; Mt 24-27; 1ª Co 15.23; Tt 2.13). O Senhor afirmou que voltaria com a Igreja para reinar no milênio (Mt 24.30; Ap 1.7; Mt 16.27). Os apóstolos afirmaram que Jesus voltaria (1ª Co 15.23; 1ª Co 1.7; 1ª Ts 4.16-18; 1ª Jo 2.28; Tg 5-7). Judas o Apóstolo também afirmou a vinda de Jesus (Judas v. 14). Os profetas do Antigo Testamento falaram da vinda do Senhor (Ml 3.1-5; Sl 24.7-10; Zc 14.4). Os anjos afirmaram que o Senhor voltaria (At 1-10-11). A ceia do Senhor é uma confirmação da volta de Cristo (1ª Co 11.23). Os sinais que ora se cumprem, segundo as profecias da Bíblia, atestam que Jesus virá (Mt 24.3).

Se as profecias da Bíblia não estivessem cumprindo-se em nossos dias, a nossa fé seria vã e sem esperança. Mas, damos graças Deus porque Ele é justo e fiel. Nada Ele faz sem primeiro comunicar aos seus servos. Porquanto temos a convicção de Sua volta e os que creem na sua vinda e obedecem a Sua Palavra não ficarão envergonhados. Amem!

I.             PARA QUEM JESUS VIRÁ

Jesus virá para:

1.      Virá só para a Igreja (Mt 25.6).
2.      Levar Sua Igreja para Si (Jo 14.31ª Ts 1.10).
3.      Consumar a Salvação dos Seus (Rm 13.11).
4.      Glorificar os Seus (Ef 5.27; Rm 8.17).
5.      Reconhecer publicamente os Seus (1ª Co 4.5).
6.      Recompensar a todos os fiéis (Mt 16.27).
7.      Ser glorificado nos Seus (2ª Ts 1.10a.).
8.      Ser admirado pelos Seus (2ª Ts 1.10b.)
9.       Revelar mistérios que ora tanto nos intrigam (1ª Co 4.5).

 II.             O QUE É ARREBATAMENTO

A palavra arrebatamento, no contexto da escatologia cristã, é procedente do verbo grego harpazõ, e significa: Arrancar, levar, tirar por força ou violência; tirar algo com rapidez e de forma inesperada, urgência que Cristo irá tirar a Sua Igreja da terra.

O arrebatamento, por conseguinte, é retirada brusca, inesperada e sobrenatural da Igreja deste mundo, a fim de que seja transportada às regiões celestes, onde unir-se-á, eterna e plenamente, com o Senhor Jesus.

O arrebatamento da Igreja marca o início do chamado “O Dia de Cristo” (1ª Co 1.8; 2ª Co 1.14; Fp 1.6; 2ª Tm 4.8).

Esse “dia” é relacionado com a Igreja, e vai do arrebatamento à revelação de Cristo em glória. Este dia tem a ver com os galardões e bênçãos a serem recebidas pela Igreja por ocasião da Sua vinda. “O Dia do Senhor” ao contrário, associa-se com o julgamento das nações. O dia do Senhor não é para a Igreja, mas para os pecadores, incrédulos e judeus e começará após o arrebatamento da Igreja.

Em 2ª Tessalonicenses 2.2, a tradução correta é “dia do Senhor” (Senhor em maiúsculas), indicando “Jeová”, conforme o estabelecido internacionalmente pelos editores da Bíblia: Senhor = Jeová; Senhor = Adonai. A expressão “dia do SENHOR” abrange o mesmo período da vinda de Jesus com relação às nações gentílicas e Israel. Tem a ver com julgamento.

A Igreja será arrebatada ao encontro do Senhor, antes da grande tribulação, que é também denominada na Bíblia de “ira do Cordeiro” (Ap 6.16,17).

 III.              PORQUE O ARREBATAMENTO

1.      Para fazer diferença entre o justo e o injusto (Pv 11.8).

2.      Para recompensar os justos por todo trabalho feito a Deus (Ap 22.12).

3.      Para premiar os vitoriosos (p 3.5).

4.      Para não deixar a Igreja na grande tribulação (1ª Ts 1.10; 5.9; Ap 6.16-17).

5.      Para vencer a morte (1ª Co 15.51-54).

IV.             A EXTENSÃO DO ARREBATAMENTO

No sentido pleno, a vinda de Jesus abrange um período de 7 anos, compreendendo os três grupos de povos em que Deus mesmo divide a raça humana: Judeus, gentios, Igreja de Cristo (1ª Co 10.32).

            1.      Para a Igreja. Jesus virá como o Seu noivo celestial, a fim de levá-la para Sua glória.

2.      Para Israel. Jesus virá como Seu Messias, Salvador e libertador para introduzi-la no Milênio, o reino que sempre lhe prometeu (2º Sm 7.16; Mt 25.34).

3.      Para os Gentios. Jesus virá como Juiz e Senhor dos senhores, para julgá-los. Será então a Sua poderosa manifestação como Deus Forte, da profecia de Isaías 9.6.

V.             QUANDO SERÁ O ARREBATAMENTO

Por desconhecer a Palavra, muitos líderes espirituais marcaram a volta de Jesus. Hoje serve de advertência: não devemos especular com as coisas que Deus, em Sua inquestionável soberania reservou apenas para si. Jesus é claro na Sua Palavra quando diz:

Mt 24.36, 42, 43, 44: “Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu nem o Filho, mas unicamente meu Pai. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que sua casa fosse arrombada. Por isso, estai vós apercebidos também, por que o Filho do Homem há de vir à hora que não pensais.”

Ninguém sabe o dia e a hora em que Jesus voltará. Só Deus é quem sabe o dia, a hora, o ano e os minutos que dar-se-á o grande dia de alegria para os salvos.

Ao transcrever o sermão profético de Nosso Senhor, o evangelista Marcos registra uma ênfase que todos deveríamos levar em consideração “Olhai, vigiai e orai”.

Mc 13.35-37: “Estai de sobreaviso! Vigiai e orai! Não sabeis quando será o tempo. Portanto, não sabeis quando virá o Senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã cedo. Se Ele vier inesperadamente, não vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: vigiai!”

Jesus respondendo aos Seus discípulos quando estavam interrogando a respeito do futuro: “Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade” (At 1.7).

Devemos, portanto, estar cônscios em afirmar: “O dia nem a hora ninguém sabe”, mas uma coisa é certa: Jesus vem em breve!

 VI.             COMO SERÁ A VINDA DE JESUS

1. Será uma descida do céu (Mt 24.30; At 1.11; 1ª Ts 4.16). Todos os textos afirmam que Jesus virá do céu, porque quando ressuscitou foi para o céu (Lc 24.51; Hb 4.14) e hoje está à direita do Pai (Rm 8.34) e é de lá que voltará.

2. Num abrir e fechar de olhos (1ª Co 15.52). Num momento (no gr. átomos), unidade indivisível do tempo.

3. Será repentinamente. Mt 24.27, Jesus disse: “Pois assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem.” Embora o povo esteja prevenido e até esperando o temporal, o relâmpago, contudo vem causando um espanto, uma surpresa. Assim também a vinda de Jesus. Embora os sinais estejam falando disto, Ele virá num momento quando ninguém pensa (Mt 24.44) ou espera (Mt 24.50) ou sabe (Mt 24.42).

O relâmpago aparece com uma velocidade inexplicável. A velocidade de um relâmpago é 70 milésimos de um segundo. Assim também Jesus na Sua vinda. Vira “num abrir e fechar de olhos” (1ª Co 15.52). Jesus vem num só instante, e quer encontrar o Seu povo preparado.

4. Será o mesmo horário no planeta (Lc 17.34-36). Em alguns lugares será:

              Noite: Vv. 34 “Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será deixado”.

De madrugada: Vv. 35 “Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e a outra será deixada”.

De dia: Vv. 36 “Dois estarão no campo; um será tomado, e o outro será deixado”.

Se forem 14 horas no Brasil, no Japão serão 2 horas da madrugada, em São Francisco, nos EUA, serão 9 horas da manhã. Em Londres 17 horas e em Moscou serão 19 horas.

O horário profético de Deus irá assinalar a meia noite, a hora de maior escuridão e trevas sobre a terra. Quando a vida torna-se insuportável neste mundo, o pecado estiver morando diante de sua porta, os valores morais deixarem de existir, quando o mundo estiver mergulhado na falência política, econômica, social e espiritual, quando não se tiverem condições de viver mais no mundo, aí então dar-se-á o arrebatamento e o Senhor virá buscar o seu povo, vamos esperar esse dia com muita oração e vigilância.

VII.             COMO VIRÁ JESUS

“Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (1ª Ts 5.2).

1. Jesus virá como ladrão. As ilustrações que a Bíblia traz a esse respeito são: como se fora um ladrão que te assalta (1ª Ts 5.2). O povo será tomado de surpresa. Acontecerá de forma e em momentos inesperados.

Ap 3.3: “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.”

A expressão ‘virei como um ladrão de noite’ (Ap 3.3) e ‘virá como um ladrão de noite’ (2ª Pe 3.10) e as demais citações que contém esta expressão não significam que Jesus virá escondido sem que ninguém perceba. O ladrão não avisa a hora da noite em que vai arrombar a nossa porta e roubar a nossa casa, do mesmo modo Jesus não avisará a hora em que virá buscar Seu povo. Então, Ele pede que vigiemos para não sermos pegos de surpresa, porque será uma destruição total naquele dia. “Vigiemos, pois, para que este dia não nos surpreenda”.

Uma das bem-aventuranças, do apocalipse é endereçada, justamente, àqueles que se acham vigilantes: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não vejas as suas vergonhas” (Ap 16.15).

O Senhor Jesus virá inesperadamente, e surpreenderá a muitos que, ao invés de estarem vigiando, encontrar-se-ão com os cuidados desta vida e nos prazeres deste mundo.

2. O ladrão virá sem que seja observado. Assim virá Jesus. Ele desce até as nuvens, e ali encontrará com Sua Igreja (1ª Ts 4.16-17). Quando, porém está escrito em Apocalipse 1.7: “Eis quem vem com as nuvens, e todo olho o verá...”, não há contradição alguma, pois nesta palavra refere-se ao momento quando Jesus, depois da grande aflição, vier com a Sua Igreja e porá os pés no monte das Oliveiras (Zc 14.4).

3. O ladrão sempre leva algo de valor. O ladrão não vem para levar o lixo de sua casa. Não, ele vem levar os tesouros, as joias, etc. Assim também acontecerá na vinda de Jesus. Ele levará então as coisas de maior valor da terra. Deus falou dos Seus servos que O temem, que serão para Ele o “seu particular tesouro (Mt 3.16-17). Então se vê, onde estão os verdadeiros valores do mundo. O mundo verá que aqueles crentes que oravam e cantavam louvores a Jesus, foram raptados porque eram na verdade as pessoas de maior valor para Deus.

4. O ladrão leva somente o que não lhe pertence. Mas Jesus, quando vier, somente virá “como ladrão”, mas Ele não é ladrão, pois só levará os que pertencem a Ele (1ª Co 15.23), os que por Ele foram comprados por um bom preço (1ª Co 6.19-20), os que resgatou com o Seu próprio sangue (At 20.28). Como é bom ter a certeza que pertencemos a Jesus (Rm 8.16).

VIII.             NO ARREBATAMENTO HAVERÁ OS SEGUINTES EVENTOS

De acordo com a primeira Epístola de Paulo aos Tessalonicenses, o arrebatamento da Igreja de Cristo dar-se-á da seguinte forma:

1ª Ts 4.16-17: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.”

1. O próprio Senhor Jesus Cristo. “Porque o mesmo Senhor… descerá do céu” (v. 16). O apostolo Paulo dá ênfase ao senhorio de Jesus conquistado no Calvário quando diz: “o mesmo Senhor”. Os vivos em Cristo e os mortos salvos receberão a ordem de comando do próprio Senhor Jesus Cristo.

2. Voz do arcanjo. Ressoada a trombeta de Deus, descerá o Senhor Jesus dos céus com alarido e com voz de arcanjo (1ª Ts 4.16), Ele vem com Seu eficaz poder (Fl 3.20-21).

A tradução do texto diverge na forma, mas não anula o fato conforme está escrito: “à voz do arcanjo” ou “com voz de arcanjo” (v. 16). Este alarido é acompanhado com a voz de um arcanjo, uma referência ao próprio Jesus (Jo 5.28, “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz”).

3. Os mortos em Cristo. Naquele dia, quando o Senhor voltar para o arrebatamento, os mortos em Cristo ouvirão a voz de Seu chamamento.

“...e ressoada a trombeta de Deus...” As trombetas eram usadas para chamar Israel para reunir nas ocasiões solenes (Lv 25.9; Nm 10.2). A voz de Deus era distinguida como trombeta (Êx 19.16; Ap 1.10). A trombeta é mencionada acompanhando o alarido e a voz de arcanjo. Podemos concluir que essa ocasião é solene e marcada com a manifestação do poder divino de Jesus.

4. Transformação dos vivos. Os que estivermos vivos seremos transformados, arrebatados e levados todos ao encontro do Senhor “nos ares” (v. 17), “num abrir e fechar de olhos” (1ª Co 15.51-52) estarão na presença do Senhor, com corpos glorificados. A palavra “mortos” diz respeito aos santos que ressuscitarão com corpos transformados em corpo espiritual (soma - pneumatikon), enquanto que, os corpos dos ímpios permanecerão em suas sepulturas até o dia do Juízo Final (Ap 20.12). Assim como Cristo ressuscitou corporalmente, também, os crentes salvos ressuscitarão corporalmente (Lc 24.39; At 7.55,56).

Este poder abrange “duma extremidade a outra”. Onde estiver um crente seja no sepulcro ou vivo, até ali chegará o poder de Deus, para arrebatá-los.

5. O encontro com o Senhor nos ares. Nenhum escritor ou artista, por mais hábil, jamais poderá imaginar e avaliar a grandeza do cenário que envolverá o encontro da Igreja, a “noiva do Cordeiro”, Jesus Cristo nosso Salvador. A ideias do crente ser por Deus arrebatado não é nova (Ez 3.12, 14; Hb 11.15; At 8.39-40).

6. Num corpo incorruptível. A Igreja será transformada e revestidos da eternidade e arrebatados “E assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem celestial. A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus. Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados. Pois a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Pois convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade” (1ª Co 15.49-53). Corpo como dos anjos (Mt 22.30). Semelhante ao do Cristo ressurreto (1ª Jo 3.26). Livres de limitações terrenas (Jo 20.19). Num corpo de glória (espiritual) não precisamos de portas para entrar, pode estar tudo fechado. Assim Jesus entrou, assim nós também seremos.

7. Será um dia como os outros. Muitos dos remidos do Senhor estarão envolvidos na Sua seara e em oração, outros trabalhando normalmente misturados com os ímpios, outros estarão nas igrejas, outros viajando, alguns andando pelas ruas, alguns dormindo por causa do fuso horário, enfim, será um dia que todos nós estaremos ocupados com alguma coisa e vai ser bem nesta hora que ninguém estiver esperando que seja dada à ordem do Senhor de tocar a trombeta do arrebatamento.

Esse encontro de ressuscitados e transformados nas nuvens, será um dos mais belos e alegres eventos. Será de maneira gloriosa com muito poder e alegria, pois veremos o Senhor que tanto amamos. A partir daí, pela ordem do Senhor, todos juntos, subirão ao encontro d’Ele nos ares, quando tomarão o seu destino que é o céu. Acabam-se sofrimento, angústia, tristeza, choro, hipocrisias, frio, calor, perigos etc. Agora estamos plenamente seguros nas mãos de Cristo. E quem nos arrebatará das Suas santas mãos?

O evento constituir-se-á num dos maiores milagres de todos os tempos, por abranger, de maneira simultaneamente, diversos fatos que ultrapassam todos os procedentes históricos do conhecimento humano.

IX.             A IGREJA NÃO SERÁ SURPREENDIDA

1. Deus revelara que Elias seria arrebatado. O Espírito de Deus revelara a Elias (2º Rs 2.3-9), a Eliseu (2º Rs 2.3-5) e aos profetas (2º Rs 2.3-5) que Elias seria arrebatado. Podiam dizer: “eu sei”. O aviso do Espírito Santo foi muito claro, pois um acontecimento como este, não era conhecido antes, mas todos entenderam nitidamente o que estava por acontecer.

Elias sabia que seria arrebatado, mas nem para Eliseu ele podia avisar a hora exata, mas somente que ficasse na expectativa (2º Rs 2.10). Porém ele estava esperando, preparado para qualquer momento subir. Assim também será absolutamente impossível sondar ou descobrir o dia em que Jesus há de voltar nas nuvens (Mc 13.32).

Elias vivia sempre preparado e não carecia de um tempo para um especial preparo, pois para ele o serviço a Deus era a expressão de uma vida em íntima comunhão com Deus. Assim podemos nós também esperar Jesus trabalhando e cuidando dos nossos deveres. Jesus falou dos que serão levados na Sua vinda, que uns estarão no campo, outros estarão moendo e outros dormindo na cama (Lc 17.34-36). Ele disse também que devemos fazer as obras daquele que nos enviou enquanto é dia (Jo 9.4). Quando Ele ensinava através da parábola, a respeito do Senhor que dava minas para que os seus servos negociassem com elas, disse: “Negociai até que eu venha...” (Lc 19.13).

2. O arrebatamento de Elias. Enquanto Elias e Eliseu estavam “andando e falando”, veio um carro de fogo e cavalos de fogo (2º Rs 2.11) e os levou. O Senhor tem muitos carros (Sl 68.17), que são seres espirituais para arrebatarem o profeta Elias (ver também: Ez 1.1-28; 10.122).

3. Elias é um tipo da Igreja. Assim como o Espírito Santo fez Simeão chegar para o lugar onde Jesus estava, na Sua primeira vinda (Lc 2.25-29), assim também Ele nos fará subir para o encontro com Jesus na Sua segunda vinda. Seremos arrebatados (1ª Ts 4.16) para o encontro com Jesus (1ª Ts 4.17), assim como foi o profeta Elias. Teremos então alcançado o fim da nossa fé, a completude de nossa salvação (1ª Pe 1.9).

4. O arrebatamento não será surpreendido. Paulo prescreve a Igreja tessalônica dizendo: “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das épocas, não necessitais de que se vos escreva. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite. Mas vós, irmãos, já não estais nas trevas, para que esse dia vos surpreenda como um ladrão. Todos vós sois filhos da luz, e filhos do dia. Nós não somos da noite, nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios. Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação.” (1ª Ts 5.1-2; 4-6;8).

O dia do Senhor que Paulo refere-se aqui, é o “Dia do Senhor”, o dia da ira do Cordeiro que serão derramados sobre o mundo durante a grande tribulação.

“Pois vós...” (os crentes) os filhos da luz os quais não serão surpreendidos por este dia. No evangelho segundo João Jesus diz: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue nunca andará na escuridão, mas terá a luz da vida” (João 8.12). Quem estiver ligado a Ele não está em trevas, ou seja, estamos com Ele na luz aguardando a sua volta que nos livra da ira futura (1ª Ts 1.10).

5. O Espírito Santo é quem nos avisará. Mc 13.34 “É como se um homem, que, partindo para longe deixasse sua casa, desse autoridade aos seus servos, a cada um à sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse.”

Ao crente não é oferecida a capacidade de saber, de antemão, o dia da volta de Cristo, mas devemos estar prontos e vigilantes.

Esta parábola trata do homem que deixou sua casa para a qual retornaria a qualquer momento refere-se claramente a Jesus Cristo, “...que partindo para bem longe, para casa do Pai (Jo 14.1-4), Sua ascensão, separou-se dos Seus. E deu-lhes, porém, autoridade para que testemunhassem dele (Lc 24.46-47; At 1.8).

“... desse autoridade aos seus servos”. Os servos referem-se à Igreja comprada com Seu sangue, aqueles que receberam Jesus nos seus corações e O servem aqui nesta terra.

“...e ao porteiro Ele ordena que vigie”. Trata-se daquele que guarda uma porta ou uma portaria, controla a entrada e a saída, cuida da segurança de um determinado patrimônio. O Antigo Testamento fala de porteiros da cidade (2º Reis 7.9-11) que recebiam e repassavam notícias de perigos e boas novas para dentro da cidade. Mas no Novo Testamento, o porteiro é o Espírito Santo. Ele é a sentinela que vai anunciar a chegada do Noivo: “Mas, à meia-noite ouviu-se um grito: Aí vem o noivo, saí ao seu encontro” (Mt 25.6). Esse grande personagem que diz: “Aí vem o noivo, saí ao encontro”, é o Espírito Santo de Deus, é Ele quem convence homem do pecado e do juízo, é o nosso penhor e quem adorna a Noiva para Seu Noivo.

Mas a intenção de Jesus ao contar essa parábola era enfatizar a necessidade que todos nós temos de nos manter vigilantes. Somos ordenados a vigiar - nos mantermos atentos na esperança da volta de Jesus.

X.             QUEM SERÁ LEVADO NO DIA DO ARREBATAMENTO?

Deus não está preso em dominação. A Bíblia declara que: “Ele veio purificar para si um povo especial, zeloso e de boas obras” (Tt 2.14).

1. Os que nasceram de novo. “Em verdade em verdade te digo que quem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3).

O novo nascimento é uma transformação de vida e de mente (Rm 12.1-2). Só vai subir quem nasceu de novo, e vive uma vida de testemunho e luta pelo Reino de Deus na Terra.

Aqueles que nasceram de novo, arrependeram-se de seus pecados e esperam a volta de Cristo com certeza subiram ao encontro do Senhor Jesus.

2. Os que esperam Jesus. “Assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez, para levar os pecados de muitos, aparecerá a segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação” (Hb 9.28). Na parábola das 10 virgens Jesus diz: “Chegou o noivo. As virgens que estavam preparadas entravam com Ele para as bodas. E fechou-se a porta” (Mt 25.10).

3. Os que ouviram a Palavra do Senhor e creram. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” (Jo 5.24).

Jo 5.24-29 “

4. Os que confessaram a fé em Jesus Cristo. “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10- Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. 11- Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido.” (Rm 10.9-11).

5. Os que guardam Seus mandamentos. “Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.” (Ap 22.14).

6. Os que amaram a vinda de Cristo. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” (2ª Tm 4.8).

Pr. Elias Ribas 
Assembleia de Deus
Blumenau - SC

Bacharel em Teologia Seminário Gilgal – Cruz Alta RS.

Mestrado em Teologia – SEAMID – Cascavel PR.

Dr. Em Teologia - SEAMID – Cascavel PR.

Especialização em Apologética – ICP - São Paulo.

Grego e Hebraico - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí RS.

Exegese Grego do Novo Testamento - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí RS.