TEOLOGIA EM FOCO

sábado, 8 de outubro de 2011

O MAU USO DA AUTORIDADE CONFERIDA

Saul foi ungido como rei do povo de Israel (1º Sm 10.1). Não obstante as perseguições, Davi o respeitou como autoridade (1º Sm 24.6). Davi reconhecia a unção de Deus sobre Saul (1º Sm 24.10). O rei Saul, fazendo mau uso da sua autoridade , perseguia a Davi e aos seus homens, sem se importar com as conseqüências de sua atitude (1º Sm 18.18 e 1º Sm 19.10). A autoridade delegada ao rei Saul foi tornada sem efeito no momento em que ele fazendo mau uso, no tocante às devidas limitações com relação à autoridade do profeta ao tentar tomar o lugar deste (1º Sm 15.26).

I. O REINADO DE ADONI-BEZEDEQUE

“Adoni-Bezeque, porém, fugiu; mas o perseguiram e, prendendo-o, lhe cortaram os polegares das mãos e dos pés. Então, disse Adoni-Bezeque: Setenta reis, a quem haviam sido cortados os polegares das mãos e dos pés, apanhavam migalhas debaixo da minha mesa; assim como eu fiz, assim Deus me pagou. E o levaram a Jerusalém, e morreu ali” (Jz 1.6-7).

A palavra Adoni é “Senhor” e Bezeque significa “disseminação” ou “massificaçao”, podendo ser interpretada como uma distorção sutil e ao mesmo tempo grotesca do crescimento. Quando um líder, em nome do crescimento, idolatra um método de crescimento em detrimento dos princípios e da mensagem do Evangelho, ocorre-se o risco de engessar as pessoas dentro de um sistema ministerial rígido que boicota a singularidade, a diversidade e a convicção vocacional das pessoas, gerando um confinamento espiritual em massa.

No contexto de Adoni-Bezedeque, o crescimento pode ser definido como uma “robotização” da membresia, que acontece como conseqüência da disseminação do espírito de controle e idolatria de uma liderança, transformando uma visão em uma “viseira.”. Cada pessoa no corpo de Cristo precisa ter a liberdade de se expressar na sua legítima identidade através da diversidade de dons, ministérios e diversidades de operações, sabendo que o Espírito é o mesmo, o Senhor é o mesmo e também é o mesmo Deus que opera em todos (1º Co 12.4-6).

1. A mutilação do polegar.





“... setenta reis, que tiveram seus polegares cortados....”

Pessoas que fora, induzidas a se anular. Desta forma, nunca poderão ameaçar a autoridade do líder ou comprometer com o “sucesso” dele. Foram impiedosamente decepadas na sua identidade pelo espírito de egocentrismo e controle reinante.

Abriram mão de quem elas são em Deus e se subordinaram a realizar uma outra pessoa sem também se sentirem realizadas. São chamados de filhos, mas não são tratados como filhos. Se viciaram numa mentalidade de escravos. Este padrão abusivo de liderança que opera pelo engano, produz frustração e esterelidade.

No oficio sacerdotal, os polegares tem um significado relevante. São os pontos de contato da redenção (sangue) e da unção (óleo). A mutilação do polegar estabelece as conseqüências espirituais deste perfil controlador de autoridade.

O dedo polegar da mão e o principal ícone da identidade. Todo líder controlador é traumatizador. O controle na liderança impede que as pessoas desenvolvam a sua identidade e convicções.

O relacionamento será marcado por situações de stress, choques traumáticos de personalidade e retaliações impiedosas aos que discordam de uma virgula sequer. Os resultados são destruidores e a área atingida acaba sendo a identidade da pessoa.

Sem o polegar dos pés, estes reis não podiam perseguir seus inimigos e muito menos fugir deles. Estavam literalmente imobilizados no campo da batalha. O dedo polegar é o dedo mais forte do pé, as pessoas passam a cambalear na vida. A capacidade de andar nos caminhos de Deus seguindo outros líderes que são autênticos seguidores de Cristo é mutilada. Esta mutilação produz ferida e marcas que alimentam uma rebelião crônica que desajusta as pessoas em relação a discernir e andar nas pegadas abertas pelo Filho de Deus.

Um rei, sem o polegar das mãos, estaria simplesmente incapacitado para entesar o arco e segurar sua espada. Sem a firmeza necessária para golpear com suas armas, estes reis estavam neutralizados. O polegar é o dedo mais forte da mão que nos possibilita agarrar as promessas de Deus, manejando a Palavra do Espírito, combatendo o bom combate da fé. O polegar superior é, também, um símbolo de firmeza e perseverança ministerial.

A mutilação do polegar se traduz espiritualmente numa debilidade ministerial crônica que pode aleijar o destino desta futura geração de líderes. Castrados na identidade e subtraídos da destreza de manejar a Palavra de Deus com integridade, revelação e coerência, muitos ministros tem perdido a mensagem pregando um evangelho cada vez mais humanista e inimigo da cruz de Cristo.

2. Os cães de Adono-Benezer.

“Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos” (Mt 15.26-27).

Gostaria de traduzir, resumidamente, o terrível legado dos cananeus que foi de maneira interessante e muito sabiá confrontado por Jesus no famoso episódio da mulher siro-finícia (cananéia). Os cananeus eram descendentes de Canaã, filho de Cão, o qual descobriu a nudez de seu pai Noé quando este estava bêbado. Sendo desonrado pelo seu filho Cão, Noé amaldiçoa o filho deste, que era Canaã. Ou seja, o mesmo desprezo que Noé sentiu em relação ao seu filho Cão, Cão também sentiria em relação ao seu próprio filho Canaã. Portanto, a essência da maldição dos cananeus é uma disjunção geracional do princípio da autoridade.

Este estigma de desonra e desprezo passou a seguir as sucessivas gerações de Canaã. O famoso ditado hebraico advertindo sobre não lançar pérolas aos cães e aos porcos estava contextualizando com a constante insubmissão e dureza dos povos cananeus em relação ao governo do Deus de Israel.

Sob esta ótica, podemos ter uma perspectiva melhor acerca de Adoni-Bezeque que foi um dos mais terríveis reis da terra de Canaã, que por fim foi tratado da mesma forma como tratou aqueles reis que viviam debaixo da sua mesa. Ele mesmo disse: “.... assim como eu fiz, assim Deus me pagou” (Jz 1.6-7).

Inspirado pela forma como Israel julgou Adoni-Bezeque, Jesus, estranhamente, tratou a mulher cananéia, confrontando este mesmo principado maligno que agia entre os cananeus, promovendo um relacionamento com o principado de autoridade do tipo “dono e cachorro”. Era exatamente desta maneira arrogante e controladora, que o famoso rei cananeu Adoni-Bezeque tratava aqueles setenta reis.

Isto pode parecer um pouco forte, mas reflete a verdade sobre a forma como alguns líderes relacionam-se com seus discípulos.

O sintoma da infiltração deste espírito pode ser discernido quando o sucesso do líder baseia-se no rebaixamento dos libertados. Na verdade alguns Adoni-Bezedeque cortam os dedos de seus liderados interpretando uma ameaça. A insegurança e o ciúme privam o líder de formar um outro líder que o supere, comprometendo gravemente a nova safra de líderes e o futuro da igreja.

3. Pessoas rebaixadas na sua suficiência e autonomia.
“... apanhavam migalhas...”.

São pessoas que, também, nunca poderão estar espiritualmente á altura do seu líder. Jamais estarão à mesa em pé de igualdade sendo respeitadas na sua maturidade ou expostos à grandes oportunidades. São privados e até impedidos de aprender de outras fontes. Sempre terão que viver das migalhas.

4. Pessoas rebaixadas na sua dignidade.
“... debaixo da minha mesa...”.

A mesa do líder, ou seja, seu sucesso medíocre e egocêntrico é o teto que nunca poderá ser ultrapassado pelos discípulos.

Uma atitude franca de superioridade serve para que se intimidem e permaneçam numa postura ministerial de dependência e inferioridade. Sendo tratados com inferioridade, são inspirados a desenvolver o mesmo espírito mutilador de liderança.

5. Identificando o espírito de Adoni-Bezeque.


Na verdade, Adonai-Bezeque e uma tipologia de um espírito de liderança tirano e controlador. Toda pessoa controladora é essencialmente insegura e usa a posição de liderança para compensar suas feridas e frustrações. Inspirados nestes textos podemos alistar algumas características deste perfil maligno de autoridade:

É o líder que quer todos aos seus pés como cachorrinhos e anões. Ele não investe na liderança das pessoas. Ele prende as pessoas a ele limitando e até mesmo cortando o polegar, ou seja, o potencial delas. Ele não compartilha o que ele tem recebido com as pessoas. Na verdade, as pessoas passam a viver das migalhas que caem da sua mesa. Sua motivação não é abençoar, mas estar por cima.

É o líder que se coloca com “rei” e não como servo. Sua motivação é apenas ser servido. Frequentemente usa a posição e o título que possuí como arma para se impor.

É o líder que faz seus discípulos súditos e não amigos. Exige dos discípulos uma submissão doentia e possessiva que desrespeita a individualidade, agride a liberdade e abate a auto-estima.

É importante pensar nestes setentas reis mutilados em contraste com os setentas discípulos que Jesus enviou para o campo. Adonai-Bezeque é um principado que se levanta para mutilar a vida ministerial da emergente geração de líderes. Entra a miséria espiritual. Estes reis vivem de migalhas. Pessoas mutiladas na identidade, perdem o equilíbrio, a firmeza e o espírito empreendedor.

Ao invés de serem liderados para o seu destino em Deus, ficam debaixo da mesa, postados numa situação espiritual de subjugamento. Tudo isto, muitas vezes em nome da “submissão”, que servem de pretexto para a imposição deste principado.

6. Audição mutilada.


No contexto eclesiástico existe uma certa tendência do líder assumir a posição do Espírito Santo na vida das pessoas. Esta tem sido uma terrível herança imposta pela igreja Católica Romana onde “a voz do Papa é a voz de Deus”, visto que este é tido como infalível.

O aspecto que desejo enfatizar é que este tipo de conduta no discipulado conspira contra a responsabilidade pessoal e vital de conhecer a Deus e aprender dEle. Na ditadura evangélica, atônica na propagação do Evangelho não é buscar o conselho de Deus, mas se fundamenta na opinião irredutível do líder. É quando a voz do pastor está acima da voz de Deus. Neste caso cria-se na cadeia de comando uma ligação espiritual entre almas baseadas na superioridade do líder e não na dependência divina.

Isto é muito sutil e pode acontecer com líderes bem intencionados, porem mal orientados. Quando o líder sonega ao discípulo o direito e o dever de discernir pessoalmente a voz de Deus, a liberdade em Cristo é abafada por espírito de controle. O aspecto mais relevante do espírito de Jezabel é que ele não apenas odeia o ministério profético, mas odeia, na verdade, a voz de Deus.

Este tipo de distorção castra a audição espiritual da Igreja, produzindo surdez na vida dos discípulos. Uma deficiência na audição tem como efeito colateral uma deficiência na fala, inibindo a fé, emudecendo o ministério profético, decepando a criatividade e as novas iniciativas do ministério apostólico.
Desta forma, multiplicamos uma igreja formada por surdos-mudos, sujeita a todo tipo de corrupção, onde a voz de Deus não é ouvida e nem proferida. “Não havendo profecia (Palavra profética) o povo se corrompe” (Pr 29.18).

Nesta brecha entra um espírito de religiosidade sacramentando ritos e práticas que aparentam espiritualidade, mas que na verdade renegam a intimidade com Deus. Sem a voz de Deus inspirando e dirigindo a vida devocional de cada pessoa, celebra-se o funeral da Igreja.

II. O ESQUEMA JEZABEL

“Fez Acabe, filho de Onri, o que era mau perante o SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele. Como se fora coisa de somenos andar ele nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e o adorou. Levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria” (1º Rs 16.30-32).

A história de Jesabel na Bíblia começa quando um rei de Israel chamado Acabe, num ato de jugo desigual a desposa. Jezabel era filha de Etbaal, rei de Sidom, uma nação considerada inimiga de Israel. Jezabel não só era adoradora de Baal, como também tornou-se a maior responsável pela expansão do seu culto na sua geração.

Acabe era um líder espiritual volúvel e de caráter fraco. Influenciado por sua esposa, começou também a adorar a Baal, levando a nação à idolatria. De posse de uma posição estratégica (esposa do rei), procurando manter-se no controle, Jezabel investe contra a única coisa que poderia ameaçá-la: a voz de Deus. Assim sendo, começou a perseguir os verdadeiros profetas. Muitos foram literalmente mortos e mais de sete mil refugiam-se.

Assim como Adoni Bezeque se levanta contra o ministério apostólico, Jezabel ataca o ministério profético. Quando as pessoas não têm mais liberdade de ouvir a voz de Deus é sinal que Jezabel está por perto.

1. Discernindo o perfil de Jezabel.

“Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos. Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras” (Ap 2.20-23).

Como vemos, o próprio Jesus confrontou este espírito que residia na igreja em Taitira. No V. T., Jezabel era literalmente uma mulher, de carne e sangue, mas no N. T., primeiramente ela é revelada nosso Evangelhos através dos Herodias, um título imperial que demonstra seu poder de imposição e intimidação e depois no livro de Apocalipse ela aparece como um espírito infiltrado na igreja, usando técnica que iam desde o misticismo (falsas profecias até a imoralidade).

O objetivo é seduzir impiedosamente líderes e leigos a ficar a disposição de seus interesse. Lógico que ela não vai revelar isto claramente, antes vai ensinar que eles estão fazendo a “vontade de Deus” para as pessoas através de seus ensinos sedutores e suas profecias controladoras. Sua principal estratégia de manipulação é a religiosidade.

Ela defende ferozmente seu pequeno reino e fomenta uma dependência extremada nos seus seguidores. Uma das principais características de Jezabel é que quando ela é confrontada desenvolve um ódio destruidor da pessoa que a confrontou.

Suas reuniões são, na verdade, encontros de manipulação e “feitiçaria religiosa”, mas naturalmente, Jezabel vai disfarçando a verdadeira natureza destas reuniões, e disseminado seus ensinos.

Pr Elias Ribas
pr.eliasribas2013@gmail.com.

FONTE DE PESQUISA:
1. CÉSAR CASTELLANOS DOMINGUEZ, Liderança de Sucesso, 4ª edição, 2005, Editora Palavra da Fé.
2. JOSÉ GONÇALVES. Davi e sua Equipe de Liderados. Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2009. Editora CPED. Rio de Janeiro RJ.
3. WORLD MAP. O Cajado do Pastor. (SeçãoA3 - pgs. 98-118; Seção C7 -pg 63-65).

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

OS QUESITOS DE UMA VERDADEIRA IGREJA

 “Com muitas outras palavras de seu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. 41 Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. 42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. 43 Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. 44 Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, á medida que alguém tinha necessidade. 46 Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam o pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração. 47 Louvando a Deus e contando com simpatia de todo o povo. Enquanto isso acrescentavam-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.40-47).

Os apóstolos já haviam passado pela escola do Mestre Jesus, porém lhes faltavam à presença do Espírito Santo. Mas, após dia o pentecoste a Igreja estava revestida de autoridade e capacitada para evangelizar o mundo.

Na primeira pregação do apóstolo Pedro quase três mil almas se renderam a Cristo, pois o Espírito Santo atuava de modo pleno na Igreja.

No contexto acima encontramos alguns quesito deixado pela Igreja Primitiva para ser seguido

A Igreja primitiva estava firmada na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão, nas orações, em cada crente havia temor, praticavam a obra social, perseveravam unidos e no templo louvavam ao Senhor.

I. FIRMEZA NA DOUTRINA 

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos...”. Doutrina no grego didaxh didache que significa: ensino, aquilo que é ensinado, ensino a respeito de algo, o ato de ensinar, instrução, fazer uso do discurso como meio de ensinar. O ensino é uma doutrina.

A Bíblia fala sobre três tipos de doutrina.

1. Doutrina de Deus. São ensinamentos de Deus. Elas são imutáveis.
As doutrinas de Deus possuem 3 divisões que são:

A. Doutrina da Salvação: Arrependimento, conversão, novo nascimento, santificação, etc.

B. Doutrina da fé. Teontologia, Trindade, Espírito Santo, Cristo, vida após a morte, etc.

C. Doutrina das últimas coisas. Arrebatamento, ressurreição, tribunal de Cristo, etc.

2. Doutrina dos homens. 

São ensinamentos e tradições de homens.
• São ensinos de homem e não de Deus. E as tradições mudam de tempo em tempo (Mt 15.1-9).

• Muitos fundamentam suas doutrinas no legalismo; em leis do Velho Testamento. Por exemplo, guardar o sábado para se salvar, outros em dogmas e tradições; (doutrina criada pelos homens). Os tais pensam em estar agradando a Deus, mas não. Em Mt 15.1-3 Jesus diz que eles invalidavam os mandamento de Deus pelas suas tradições.


3.  Doutrina de demônios.

 São ensinos inspirados por demônios, e contrariam a Palavra de Deus. Ex: Negam a inspiração divina sobre os autores da Bíblia; negam a divindade de Jesus; negam a vida eterna. Etc.
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios” (1ª Tm 4.1).

OBS. Sem Palavra (ensino), o crente é imaturo e muitas vezes se torna herético (falso).

II. TINHAM COMUNHÃO UNS COM OS OUTROS v. 42 “... e na comunhão...”.
A palavra grega que descreve esse fenômeno é "koinonia", 

1. Comunhão. [do grego koinwnia – koinonia; do latim comunicare, comunicar].
É um intimo relacionamento entre duas pessoas.geralmente traduzida por "comunhão".Mas também pode ser traduzida como: "fraternidade", "participação", "contribuição" e "partilha".
Isso quer dizer que há alguma coisa maravilhosa e sobrenatural que as pessoas da igreja de Cristo experimentam.
É o laço que temos no qual amamos uns aos outros.

2. Comunhão com Deus.
Relacionamento que o crente passa a manter com Deus mediante o sacrifício de Jesus Cristo no Calvário.

3. Comunhão entre os santos. [do latim comunio sanctorum]. É o vínculo espiritual e social estabelecido pelo Espírito Santo entre os que recebem a Cristo como seu Único e Suficiente Salvador. Tendo como base o amor, esse vínculo faz com que os crentes sintam-se ligados num só corpo, do qual Cristo é a cabeça (Ef 4.1-16).

Segundo o dicionário estrongs comunhão é: fraternidade, associação, comunidade, comunhão, participação conjunta, relação, intimidade; oferta dada por todos, coleta, contribuição, que demonstra compromisso e prova de comunhão.

Comunhão é: 1. Uma só alma. 2. um só amor. 3. As magoas são perdoadas. 4. Os muros de separação são derrubados.

Não haverá comunhão se não tivermos prazer pelas verdades da Palavra de Deus.

III. UNIDADE NO CORPO “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum” (v. 44).
Não existe unidade sem comunhão ou vice versa.

Unidade [do gr. enothz henotes] - unanimidade, consentimento mutuo.

Um só corpo (a Igreja); Uma só cabeça (Cristo).

Apesar de a igreja primitiva ser formada de judeus, gregos e bárbaros e de suas diferença culturais e étnicas tinham unidade.

Cada membro, neste corpo, tem uma função específica, (Ef 4.11), mas trabalham pelo bem comum.

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, 12 com vistas (propósito) ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, 13 Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, 14 para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. 15 Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, 16 de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.11-16).

“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” (Sl 133.1).

IV. PRATICAVAM O PERDÃO

Sem perdão não pode existir unidade e comunhão, por esta razão, aqui eu acrescento a doutrina do perdão.

Perdão no Hebraico tem três significados:

Cafer - Quer dizer cobrir, isto é, não vejo mais.
Salak - Tirei daquele lugar para bem longe.
Nasa - Lançar longe, não vejo mais, lancei no mar de esquecimento.
Perdão [do latim] quer dizer remissão de pena é o mesmo que pedir desculpa.
Perdoar: Conceder perdão, absolver de culpa ou dívida, desculpar.
Perdão é o resultado do amor de Deus derramados em nossas vidas.

1. A origem do perdão.  “Contigo, porém, está o perdão, para que te temam” (Sl 130.4).

a. É divina. Deus tem o perdão.

b. Fomos perdoados por Deus em Cristo.

c. Se confessamos arrependidos, Deus nos perdoa. Mediante a justiça divina ninguém seria impune, todos estaríamos condenados, mas mediante a confissão e arrependimento somos perdoados.

No livro do profeta Isaías 1.18, está escrito:  “... ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão brancos como a lã”.

A escarlata e o vermelho representam a nossa vida de pecado, mas o próprio Deus se oferece a nós revestir da brancura da santidade, através do Seu perdão.

2. Cristo nos perdoou. “Contudo, Jesus dizia: Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34).

a. Não considerou o nosso pecado.

b. Ele perdoou a todos sem olhar a quem. Certa vez os fariseus trouxeram a Jesus uma mulher apanhada em adultério e disseram para Ele que a mulher que fosse apanhada em adultério seria apedrejada e tu mestre o que dizes? Ele porém respondeu: atire a primeira pedra àquele que nunca pecou.

c. Ele ainda é o mesmo para perdoar.

3. Devemos perdoar.
Efésio 4.32 Paulo escreve dizendo: “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”.

a) È parte da oração do Pai nosso.
b) Fomos perdoados, devemos perdoar.
c) Se perdoamos, salvamos, a nós mesmos.

4. Quem não perdoa não pode ser perdoado.
Na oração modelo do Pai nosso Jesus diz: Porque, se perdoardes aos homens as sua ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; Se, porém não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará ás vossas ofensas.

A salvação e as bênçãos de Deus para nossa vida, depende do nosso perdão aos nossos irmãos. Sem o genuíno perdão, não podemos ter intimidade com Deus e nem ver sua face.

V. PERSEVERAVAM NA ORAÇÃO v. 42 “... e nas orações...”.

A oração é um dialogo (do gr. di-logo), conversa entre duas pessoas.

A oração traz intimidade com Deus.

A Igreja primitiva deixou-nos o exemplo da oração.

A oração é o incenso que oferecemos ao Senhor (Lc 1.9; Ap 5.8).

Muitos hoje estão vivendo uma vida de sequidão porque não oram mais. Não há milagres, mudanças, porque há falta de oração. (2ª Cr 7.14).

A oração traz:
1. Cura: Tiago 5.14-15 “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”.

2. Santificação: 1 Timóteo 4.5 “Porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado”.

3. É uma ordenança: Colossenses 4.2 “Perseverai na oração, vigiando com ações de graças”.

4. devemos orar sem cessar: Efésios 6.18 “Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”.
Ef 6.18 “Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”.

VI. TEMOR – v. 43 “Em cada alma havia temor...”.

Temor é o princípio da sabedoria.
1. Respeito, por Deus e pelos outros. É honrar a Deus como criador.
2. É responsabilidade com a obra de Deus.
3. Temor é sentir nojo pelo pecado.
4. Há exemplos de pessoas que perderam o temor e brincaram com Deus.
a. Sansão brincou com Deus e perdeu a plenitude do Espírito.
b. Saul desobedeceu a Deus o Espírito se retirou dele.
5. E ainda hoje há muitos que estão brincado com Deus. Tomando a ceia em pecado.
Sl 128.1: “Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos!”

VII. A IGREJA PRIMITIVA PRATICAVA A OBRA SOCIAL “Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, á medida que alguém tinha necessidade” (v. 45).

Ajudavam-se mutuamente e ficava juntas o tempo todo.

No N.T. a Bíblia não manda Jejuar, mas a prática da assistência social é uma teologia do Velho e do Novo Testamente. Muitos crentes jejuam para receberem benção, mas quando alcançam esquecem dos necessitados.

A obra social é maior que o jejum.
O profeta Isaías escreve sobre o verdadeiro jejum bíblico (Is 58.1-10).

Tiago 1.27 “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”.

Visitar no grego episkeptomai – significa: 1. cuidar ou preocupar-se, inspecionar, examinar com os olhos a fim de ver como ele está; visitar; ir ver alguém; o pobre e aflito; o doente; tomar em consideração a fim de ajudar ou beneficiar; ser responsável por, ter cuidado de, prover para: de Deus; procurar por (olhar em torno), selecionar (alguém para escolher, empregar, etc.)

VII. AMOR A CASA DE DEUS (v. 46). “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam o pão de casa em casa....”.

Unânimes: [do grego omoyumadon homothumadon] que significa: com uma mente, de comum acordo, com uma paixão.

Singular palavra grega. Usada 10 de suas 12 ocorrências no livro de Atos. Ajuda-nos a entender a singularidade da comunidade cristã. Homothumadon é um composto de duas palavras que significam “impedir” e “em uníssono”. A imagem é quase musical; um conjunto de notas é tocado e, mesmo que diferentes, as notas harmonizam em grau e tom. Como os instrumentos de uma grande orquestra sob a direção de um maestro, assim o Santo Espírito harmoniza as vidas dos membros da igreja de Cristo.

• Davi diz no seu Salmo: “Me alegrei quando me disseram vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1).
• Davi tinha prazer, a igreja primitiva tinha prazer e sabiam que na casa do Senhor eram abençoados e Deus lhes respondia.

• Quando o crente perde o prazer de vir à casa de Deus tem algo errado.
• Na casa de Deus Ana orou e Deus lhe abençoou.
• Josafá buscou socorro e Deus lhe socorreu.
• Tem compromisso com Deus e Sua obra.
• Não existe comunhão se deixarmos a casa do Senhor por qualquer coisa.

VIII. ADORAÇÃO - TINHAM O VERDADEIRO LOUVOR – v. 47 Louvando a Deus e contando com simpatia de todo o povo...

Louvor [do grego aineo], significa: elogiar, honrar, engrandecer.

Louvar é expressar o amor de Deus em nossas vidas. É agradecer e engrandecer aquele que merece toda honra e louvor. Não estamos aqui para agradar uns aos outros, mas para adorar ao Senhor Criador do universo na beleza da Sua santidade.

O louvor nos aproxima de Deus, nos enche da plenitude do Espírito e um crente cheio da plenitude os demônios se sujeitam.
Louvar com instrumentos, com cânticos, com salmos, com palmas com coreografia etc.

Quando Saul se encontrava perturbado pediu a seus servos que trouxessem alguém para tocar um instrumento:
 “Disse Saul aos seus servos: Buscai-me, pois, um homem que saiba tocar bem e trazei-mo” (Sm 16.17).

IX. UMA IGREJA SIMPLES “...e contando com simpatia de todo o povo...” [Simpatia no grego  aphelotes] significa simplicidade, singeleza.

Simples como uma pomba.

Sua igreja cultiva a verdadeira comunhão? Pratica o perdão? Persevera no ensino? Na oração? Na assistência social? Amamos a casa de Deus? Louvamos a Deus de coração?

É hora de voltarmos ao cenáculo e reviver os tempos de refrigério e avivamento. Nestes últimos tempos podemos considerar uma igreja verdadeira se possuirmos esses quesitos.

Não existe comunhão se não perseverarmos na doutrina que Jesus e Seus discípulos ensinaram. Não existe comunhão sem perdão, sem amor, sem oração, sem temor e sem louvor. Não existe comunhão se não tivermos freqüentando assiduamente os cultos de oração e ensinos da Palavra de Deus. Não existe comunhão se não tivermos uma verdadeira adoração. Adoração de lábios não movemos o coração de Deus (Mt 15.8).

Pr Elias Ribas


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A MISSÃO DE UM LÍDER

“Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. 5 Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (2ª Tm 4.1-5).

• Conjuro: (no gr. diamarturomai). Testificar, atestar, afirmar solenemente, dar testemunho solene para alguém, confirmar algo pelo testemunho, testificar, fazê-lo crível.

• Prega: (no gr. kerusso), ser um arauto, oficiar como um arauto, proclamar como um arauto, e uma autoridade que deve ser escutada e obedecida, publicar, proclamar abertamente: algo que foi feito, usado da proclamação pública do evangelho e assuntos que pertencem a ele, realizados por João Batista, por Jesus, pelos apóstolos, e outros mestres cristãos.

• Insta: (no gr. ephistemi), parar-se ao lado de, estar presente, colocar-se sobre alguém, colocar-se acima. O ministério cristão sempre se conserva em estado de prontidão para pregar em cada ocasião que se oferece.

• Corrige: (no gr. elegcho), de afinidade incerta, sentenciar, refutar, confutar, por meio de evidências condenatórias, trazer a luz, expor, corrigir pela Palavra , admoestar , mostrar para alguém sua falta.

• Exorta: (no gr. Parakaleõ) que quer dizer: Consolar, encorajar, assistir, animar, conforme o paracleto.

Os três verbos da exortação:
1. Corrige: Apela para a razão.
2. Repreende: Apela para a consciência.
3. Exorta: Apela para a vontade.

• Sã (no gr. hugiaino), Estar são, estar bem, estar com boa saúde, de cristãos cujas opiniões estão livres de qualquer contaminação de erro.

• Doutrina: (no gr. didache ) quer dizer ensino verdadeiro, o ato de ensinar. Paulo refere-se à doutrina de Deus, imutável e que permanece eternamente. O curso óbvio dos últimos dias da Igreja consiste em advertências constantes para o crente estar alerta para os desvios doutrinários, conhecidos sobre o nome genérico de apostasia.

• Fábulas: (no gr. muthos), discurso, palavra, dito, narrativa, estória, ficção, fábula, invenção, falsidade, criação humana.

• Se recusarão a verdade: Verdade (no gr. aletheia). Dois pontos importantes da verdade que são: que é verdade em qualquer assunto em consideração, verdadeiramente, e acordo com a verdade, que é verdade em coisas relativas a Deus e aos deveres do ser humano, verdade moral e religiosa, a verdadeira noção de Deus que é revelada a razão humana sem sua intervenção sobrenatural, a verdade tal como ensinada na religião cristã, com respeito a Deus e a execução de seus propósitos através de Cristo, e com respeito aos deveres do homem, opondo-se igualmente as superstições dos gentios e as invenções dos judeus, e as opiniões e preceitos de falsos mestres até mesmo entre cristãos. Verdade como excelência pessoal, sinceridade de mente, livre de paixão, pretensão, simulação, falsidade, engano.Uma ação deliberada, que se torna inevitável na medida em que as pessoas se deixam atrair pelas doutrinas falsas. Quer seja de homens ou de demônios.

• Sóbrio: Significa “lucidez moral, santa”, “vigilância”. Contrastando com “adormecido”, “embriagado” “incessível”. Deixam se levar por fabulas, mitos tradições e negam a eficácia das doutrinas de Deus.
O cristão deve ser sóbrios, vigilantes, refutando e combatendo os falsos ensinos; firmando a vossa fé na sã doutrina. Jesus venceu o tentador com a Palavra “pois está escrito”. A melhor arma nesta batalha espiritual é a Santa Escritura.

Pr. Elias Ribas

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A DEFESA DE UM MINISTÉRIO


1ª Ts 2.1-8. “Porque vós mesmos, irmãos, bem sabeis que a nossa entrada (estada) para convosco não foi vã. 2 Mas, havendo primeiro padecido e sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate. 3 Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência, 4 mas como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova nosso coração. 5 Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha. 6 E não buscamos glória dos homens, nem de vós nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados; 7 Antes fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos. 8 Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos”.

I. INTRODUÇÃO

Paulo, ao pregar a mensagem sobre seu encontro com Jesus ressuscitado, está mentindo ou falando a verdade. Paulo afrima que a razão para acreditar nele é que ele não tem nada a ganhar com a pregação desta mensagem. Na verdade, ele estava disposto a continuar pregando apesar de ele ter sido espancado na Phillipi (cf. Atos 16.22), encontrou a oposição lá em Tessalônica, não estava ganhando financeiramente, e não ganhando nenhum prestígio. Na verdade, ele afirma estar pregando a mensagem para agradar a Deus e por causa de seu amor pela Tessalonicenses. Estas são razões para acreditar que Paulo foi sincero e dizer a verdade que ele tinha visto e recebido a sua mensagem de Jesus ressuscitado.

Paulo defende-se, agora, dos ataques do Diabo através dos falsos ensinadores que se haviam intrometido no meio da Igreja em Tessalônica, contra ele e seus companheiros de missão. É provável que alguns irmãos, alcançados pelo evangelho, tenham acreditado nas insinuações malévolas contra os servos de Deus.

II. PAULO ESTÁ DEFENDENDO O MINISTÉRIO

1. Uma entrada abençoada (2.1).
Paulo tinha convicção de que o trabalho desenvolvido na capital da Macedônia fora realizado com amor e zelo.

“A nossa entrada não foi vã” (Vã, no gr. kenov – kenos), vazio, vão, destituído de verdade, que nada contém, de homens, de mãos vazias, de esforços, diligências, ações, que resultam em nada, vão, infrutífero, sem efeito, sem propósito, vazia, oca sem fundamento. (Em outra versão, diz: “Não foi infrutífera”. Um ministério que dá fruto contribui para o reino de Deus. E Jesus nos chamou para darmos frutos) (Jo 15.16).

2. Ousadia e determinação na pregação.
Ousado, no gr. parrhesiazomai, usar a liberdade de falar, falar com franqueza. Com sinceridade, falar livremente, tornar-se confiante, ter ousadia, mostrar segurança, assumir um comportamento corajoso.

Tribulações no gr. Propascho: sofrimentos, tribulações, aflições. As tribulações que o apóstolo experimentou, em Filipos (At 16.19-40), quando foi humilhado, espancado e preso, juntamente com Silas, em lugar de causar medo e temor, na jornada missionária, provocaram um efeito positivo em seu favor na busca das almas perdidas.

Paulo, não tinha meras opiniões para se promover. Ele proclamou com profunda convicção a mensagem que o seu Senhor lhe tinha entregue, e isto em face de uma oposição tremenda. Se os incrédulos de uma cidade o perseguiam, ele ia para outra. Não é que ele fosse ousado por natureza. Existe uma dezena de passagens das Escrituras que nos diz o contrário. Antes, como ele mesmo testifica, quando tornamo-nos ousados em nosso Deus. E assim ele exorta os outros crentes: “fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef.6:10).

3. Pregar a Verdade bíblica é um combate.
Combate, no gr. agon, uma batalha, luta. Os sofrimentos de Paulo e seus companheiros: “tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate”.

Porque temos o diabo como nosso adversário; Porque temos os falsos apóstolos semeando o joio no meio do trigo. (O joio se parece com o trigo; e quem não conhece e não tem discernimento espiritual, pensa que tudo é trigo).

III. NÃO AGRADANDO A HOMENS (v. 6)

“E não buscamos glória dos homens, nem de vós nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados”.

A obra de Cristo tem enfraquecido, nestes últimos tempos. E as causas disso são várias:

A grande maioria dos obreiros labuta para defender seus cargos, seus interesses, suas tradições. Os ministros foram chamados para uma vocação santa e digna, mas para ministrar as Verdades da Santa Palavra de Deus e defender a Noiva de Cristo contra os ataques do diabo e de seus ministros. Todavia, isto não é priorizado se as mensagens são apenas bajulações de comodismo, deixando de lado a pregação genuína do Evangelho.

Na falta de entendimento do sentido do evangelho, por outro lado, cria-se uma Igreja imatura que dificilmente experimentará um crescimento normal não sendo capaz de transmitir o evangelho de forma que faça sentido ao restante do grupo. Um dos grandes desafios que temos perante nós hoje é aprender com o nosso passado e pregar um evangelho que faça sentido na sociedade.

A falta de critério sadio e benéfico no corpo de Cristo tem trazido sérios prejuízos á igreja, pois estão deixando de lado a Palavra de Deus para seguir suas regras, conceitos pessoais e denominacionais.

Grande parte do clero religioso está sofrendo porque seus líderes não tomam uma posição com respeito às verdades bíblicas. Faltam-lhes coragem, hombridade, temor com as coisas santas do Criador. Agem como se a obra de Deus fosse algo sem importância. Mas não sabem que serão condenados pelo pecado de timidez e da mentira (Ap 21.8).

Tomamos o exemplo de Paulo, que não temia os inimigos da cruz de Cristo que se infiltravam no meio cristão:

1. Pregando sem engano. Paulo disse que sua exortação (no gr. didako – ensino), não foi com “engano”, “imundícia” ou “fraudulência”.

2. Com Engano (no gr. planao). Desencaminhar da verdade, conduzir ao erro, enganar; ser induzido ao erro; desviar-se ou afastar-se da verdade; ensino herético; fazer algo ou alguém se desviar, desviar do caminho reto; perder-se, vagar, perambular; ser conduzido ao erro e pecado. Ser desviado do caminho de virtude, perder-se.

3. Imundícia, Impureza (no gr. akatharsia). Impureza, no sentido moral: impureza proveniente de desejos sexuais, luxúria, vida devassa, de motivos impuro.

4. Fraudulências: (No gr. dolos). De um verbo primário arcaico, dello (provavelmente significando “atrair com engano, astúcia, fraude, malícia”). Era comum na época em que a carta de Paulo aos Tessalonicenses foi escrita, por haver certo tipo de pregadores itinerantes chamados sofistas.

Ef 6.6 -7 “Não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus; 7. servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens”.
Muitos trabalham só quando o chefe está olhando, ou seja, para agradar apenas o chefe e não o dono da obra. O trabalho do Senhor deve ter seriedade, honestidade e acima de tudo, amor pelas almas.

IV. A PREGAÇÃO DE PAULO É SEM SOFISMA

1. O sofisma é um tipo de apostasia.

Vivemos em tempo de apostasia. Apostasia tem aumentado assustadoramente e é um dos grandes sinais da vinda de Jesus.

Existem tem tipos de apostasia:
A. Uma pessoa após apostatar da fé, ou seja , deixar a fé, desviar-se da igreja.
B. Um crente após ter provado da graça, deixa a fé e por fim blasfema contra as coisas sagradas. O autor aos Hebreus escreveu dizendo que impossível à salvação a esta classe de apostata. (Hb 6.4-6; Hb 10.25-30; 2ª Pe 2.20-22).
C. Desviar da doutrina genuína da Palavra de Deus. O apostata desta natureza é aborrecido por Deus. Vede, o justo viverá pela fé, segundo Hb 10.38 e se recuar, Deus não tem prazer nele.

Frequentemente membros da igreja estão se afastando da igreja por coisa banais, outros por coisas insignificantes por exemplo: Tradições impostas pelos homens como meio de salvação.
No original gr. Sofisma, argumentação falsa com aparência de verdade. O sofisma é enganoso e prejudicial por causa do uso indevido que faz da lógica. Esta, como se sabe, leva o pensamento a estar de acordo consigo e não de conformidade com a realidade das coisas (Dicionário Teológico Claudionor Correa de Andrade).

Atividade que resulta em frutos para si. Agradam aos homens, eram bajuladores e avarentos, amavam a si mesmo.

Pregavam com má-fé, “argumentos falsos”, engano, logro, ou tapeação. É preciso ter cuidado com os “lobos” vestidos de “ovelhas”, que andam a enganar os crentes incautos, sob a capa de “muito espiritual”. Acham-se mais santos que os outros.

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15).

2. Os sofistas anulam a graça de Cristo.
“Porque pela graça (pelo favor imerecido) sois salvos, mediante a fé (confiança); e isto não vem de vós, é dom de Deus (é presente de Deus); não de obras (não de trabalhos e de ação), para que ninguém se glorie...” (Ef 2.8-9).

Nossos méritos são obras. Se a salvação fosse adquirida por elas (tradições, dogmas e certos costumes humanistas), o ensinamento acima estaria incorreto. Nós próprios, nesse caso, teríamos capacidade para se salvar. E se tradições nos purificassem para chegar à presença de Deus, não seria Cristo quem nos purifica. Não haveria necessidade d’Ele ter vindo ao mundo e morrido por nós. As tradições seriam nosso salvador.
Os imaturos ensinam que somos salvos pelos nossos méritos. E este tipo de heresia contraria a ortodoxia Bíblica.

Não somos salvos por nossos próprios esforços nem pelas obras (Ef 2.8-9), as boas obras foram preparadas para nós de antemão (Ef 2.10) .

V. NÃO BUSCANDO A GLÓRIA DOS HOMENS (2.6)

Ele não lisonjeava os homens “para ganhar votos” ou para se tornar popular entre eles. Também não exibia nenhuma fachada para cobrir um espírito cobiçoso. Tão-pouco procurava a glória, embora como Apóstolo de Cristo pudesse ter-lhes sido pesado, impondo toda a sua autoridade, exigindo isto e aquilo e esperando receber atenção especial. Mas “ser importante” não era uma das características de Paulo.

1. O perigo da lisonja.
Paulo disse que ele e seus companheiros não buscavam a glória dos homens, nem deles próprios, nem de outros (2.6).

• Não era do seu feitio moral buscar o louvor dos homens, nem sua glória. Ele mesmo disse aos Coríntios que tudo o que fizessem o fizessem para glória de Deus (1ª Co 10.31).

• Há pessoas que são movidas a elogios, ou mesmo por lisonjas, que é sinônimo de bajulação. Isso é perigoso para o ministério pastoral e para qualquer servo de Deus.

• Há quem busque a glória para si (“por que eu sou mais santo, jejuo três vezes por semana, oro mais que vocês, porque Deus fala muito comigo, porque Deus só revela pra mim, porque eu oro e as pessoas são curadas”, etc).

• Se, de um lado, o lisonjeiro se compraz em “agradar” a quem deseja enganar (e há pessoas que são movidas a lisonjas, e buscam “a glória”, isto é, o louvor, o elogio dos homens), por outro lado o bajulador, na verdade, busca seus interesses egoístas.

• Este tipo de pregador não fala em pequenos auditórios, só se sentem bem diante de platéias numerosas, para ouvir os aplausos, e até os “glórias a mim”.

2. Louvam a si mesmos.
“Praticam, porém, todas suas obras com fim de serem vistos pelos homens; pois alargam seus filactérios e alongam as suas franjas. Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas” (Mt 23.5-7).

3. Não sendo pesado aos irmãos.
“... Ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados”. Paulo defendeu a si e aos outros missionários (2.6). Mesmo Paulo tendo direito, como apóstolo, não se aproveitou da circunstância para extorqui e explorar os irmãos. O apóstolo jamais foi rico. Sempre viveu sem ambições materiais. Era homem humilde e resignado (Fl 4.12). Em lugar de buscar a glória dos homens, em termos de contribuição financeira, ele afirmou que “o meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (Fl 4.19). 1ª Tm 6.6-8 “Mas é grande ganho a piedade com contentamento. 7 Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele. 8 Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (RC).

VI. COMO AMA QUE CRIA SEUS FILHOS

“Antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos” (2.7). Quando se tratava da Palavra de Deus ele conseguia, pela graça de Deus, ser tão ousado quanto um leão, mas ao tratar estes novos convertidos ele era suave como um cordeiro. Ele foi ao mesmo tempo pai e mãe para eles.

Na visão de Paulo, o ministro deve ter o comportamento de uma ama que age como uma mãe. Existe a ama-de-leite, que cria os filhos dos alheios, alimentado-os com o próprio seio. Paulo extrapola o conceito de uma ama, que cuida dos filhos de outros, e tem em mente a ama que cuida de seus próprios filhos. Aos filhos é comparada a Igreja.

Esta palavra “ama” (Gr., trophos), ocorre apenas uma vez nas Escrituras, então a pergunta surge se o Apóstolo está a referir-se à ama e aos filhos que estão a seu cuidado, ou a uma mãe que está a amamentar e a seus filhos. Acreditamos que a última hipótese é o verdadeiro sentido por duas razões: 1) A palavra trophos significa aquela que nutre. 2) A palavra “seus” no grego é claramente “seus próprios”.

Mas a quem pertencem os filhos? A Igreja só tem um Pai que é Deus. Os ministros recebem autoridade para pregar a Palavra de modo correto, mas não para serem donos dela e fazerem como lhe apraz!

A afeição de pastor.
Paulo chama a igreja tessalônica de “muito queridos”. Ele e seus companheiros eram tão afeiçoados para os irmãos. Essa deve ser uma característica do obreiro que tem de fato amor pelas almas que se convertem a Cristo.

Como uma mãe não apenas concede todo tipo de bênção a seus filhos, mas até está disposta a dar a sua própria vida por eles, Paulo também não apenas comunicou alegremente o Evangelho aos Tessalonicenses, como ainda estava disposto a dar sua vida por eles, “porquanto”, diz ele, “nos éreis muito queridos” (v.8). Ou como ele escreve no começo do versículo, “sendo-vos tão afeiçoados”.

O ministério de Paulo foi aprovado por Deus. Em Tessalônica, mesmo tendo passado menos de um mês, deixou uma igreja bem doutrinada através do ensino e da exortação sadia, O adversário levantou falsos obreiros para desviar a igreja, porém estes não tiveram êxito, pois a Palavra da Verdade suplantou os argumentos da mentira e da calúnia”.

Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC

OS FALSOS MINISTROS FALSIFICAM A PALAVRA DE DEUS

“Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus” (2ª Co 4.1-5).

A palavra adulterar no gr. dolow doloo, significa: apanhar numa armadilha; corromper, adulterar.

A Bíblia é a verdade (Jo 17.17), a Palavra do Eterno Criador e a nossa única regra de fé, portanto ela não deve ser interpretada ao nosso bel prazer. Quando ensinamos com aberrações e enganos, estamos adulterando, corrompendo e falsificando o genuíno Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

A primeira vestimenta de um ministro de Deus é estar cingido da verdade. E a segunda é couraça da justiça.

“Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça” (Ef 6.14).

A palavra verdade no gr. aletheia, significa a verdade em qualquer assunto em consideração; que é verdade em coisas relativas a Deus e aos deveres do ser humano, verdade moral e religiosa; em verdade, de acordo com a verdade; a verdade tal como ensinada na religião cristã, com respeito a Deus e a execução de seus propósitos através de Cristo, e com respeito aos deveres do homem, opondo-se igualmente as superstições dos gentios e as invenções dos judeus, e as opiniões e preceitos de falsos mestres até mesmo entre cristãos; verdade como excelência pessoal; sinceridade de mente, livre de paixão, pretensão, simulação, falsidade, engano, sofisma.

Cegar no gr. tuphloo, que significa obscurecer a mente; embotar o discernimento mental. Como alguém que coloca uma venda nos olhos para não poder ver.

O deus deste século (Satanás) vedou, cegou, obscureceu o entendimento (a mente) dos seus ministros para que lhes não resplandeça a luz do evangelho. Por está razão o diabo usa seus ministros para enganar e corromper o Evangelho de Jesus para que não resplandeça a luz da Verdade.

Quando um ministro adultera o sentido da Palavra ele está deixando de ser verdadeiro, ou seja, ele não ensina a verdade segundo a Bíblia. Se ele prega seus sermões alterando, sem o verdadeiro sentido da Palavra; ele passa ser um mentiroso. E para estes a Bíblia é clara ao dizer que serão lançados no lago de fogo (Ap 21.8).

Uma das armas que o diabo usa através dos falsos ministros é a proibição do estudo sistemático da Bíblia. Qualquer pregador que despreza a hermenêutica bíblica é presa fácil para Satanás. Um pregador qualificado é difícil de se enganar. Mas o desqualificado está sem conhecimento e preparo. E sem o bom conhecimento o pregador pode mudar o verdadeiro sentido da Palavra de Deus e assim tornar um adúltero no sentido bíblico.

“Mas os que vivem de acordo com a verdade procuram a luz, a fim de que possa ser visto claramente que as suas ações são feitas de acordo com a vontade de Deus” (João 3.21).

“Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence à glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” (1ª Pe 4.11).

Os dons são concedidos por Deus, não para vantagem pessoal, mas para cumprir Sua vontade no benefício de todos. Os oráculos de Deus (Rm 3.2; At 7.38) referem-se às Escrituras. No sentido aqui seria: “Fale como se as palavras fossem de Deus”, e seja Deus glorificado e não o homem.

“Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2ª Co 2.17).

“Pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2ª Co 4.2).

Sempre que o homem começa a escutar a si mesmo e deixa de escutar a Deus, sua versão da mensagem cristã ficará distorcida e inadequada. Sempre que se esquece de testar suas idéias e seus conceitos pela Palavra e pelo Espírito de Deus, produzirá uma versão da mensagem cristã que é sua e não de Deus. Se continuar fazendo assim, é bem possível que acabará amando mais seu próprio sistema do que a verdade de Deus.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus

FONTE DE PESQUISA

1. BÍBLIA PENTECOSTAL. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida - Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
2. BÍBLIA SHEDD. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri - SP.
3. BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida 1995. Sociedade Bíblica do Brasil. Barueri - SP.
4.  CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE. Dicionário Teológico. 8ª Edição. Editora CPAD. Rio de janeiro - RJ.
5.   STRONG, J. & Sociedade Bíblica do Brasil. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil. 2002, 2005.

MINISTROS QUE TRANSFIGURAM-SE EM ANJOS DE LUZ



“Mas o que faço e farei é para cortar ocasião àqueles que buscam com intuito de serem considerados iguais a nós, naquilo em que se gloriam. Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (2ª Co 11.12-15).

Os falsos profetas existiam desde o tempo do Antigo Testamento como agentes que procuram contrapor os profetas legítimos. São chamados também de falsos apóstolos e de obreiros fraudulentos. Como agentes de Satanás, conseguem transfigurar-se “em ministros da justiça”, e vivem de aparência. A Bíblia diz que esses ministros e líderes enganosos são pessoas que são capacitadas por Satanás, para enganar os incautos na fé, pois o próprio Satanás conhece toda a Palavra de Deus e, por isso, os ensina-a, com adulteração e com heresias, acrescentando, assim como o fez na tentação de Jesus em Mateus 4.6.

Muitas vezes estes têm o apoio da população (Lc 6.26). Trata-se de líderes religiosos encarregados pelo príncipe das trevas para desencaminhar o povo da verdade. Seus descendentes ainda estão por aí, mas como identificá-los?

Nem sempre é possível distinguir o produto falso do verdadeiro apenas pela embalagem, mas pelo seu conteúdo. “O que é falso sempre ganha visibilidade, pois segundo Jesus, eles serão identificados pelos frutos, ou seja, pelo conteúdo, e não pela aparência: “a arvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus”. É, pois, necessário compreender o que ele está dizendo com a expressão: “Por seus frutos os conhecereis”. Será que Jesus falava de uma vida piedosa? Há muitos piedosos e, em sua ignorância, apesar da honestidade e boa conduta, são adeptos de religiões falsas e de seitas sectárias.

Paulo, como qualquer autêntico pregador, sempre estava alerta para desmascarar quem quisesse atacar o Evangelho. Paulo revela agora aquilo que realmente seus oponentes são. Ele descreve seus antagonistas da seguinte maneira: 1. Seu caráter: falsos apóstolos. 2. Seu método: obreiros enganadores.

Tal coisa era de esperar, porque o próprio Satanás constantemente se disfarça em anjo de luz. Logo, seus servos farão o mesmo.

Estes ministros:

a. Dão à impressão de realizarem grandes coisas na obra de Deus (v. 15; Ap 13.13).

b. Pregam mensagens evangélicas atraentes (v.12 1ª Tm 4.1).

c. Aparentam ser pessoas santas, mas, na realidade, rejeitam a piedade e negam a sua eficácia (2ª Tm 3.5).

Esses obreiros se disfarçam em “apóstolos de Cristo” (v.13) e “ministro da justiça” (v.15). Dessa maneira, imitam os verdadeiros ministros e colocam na sua mensagem toda “aparência de piedade” (2ª Tm 3.5). Parecem sinceramente solícitos e amorosos, e falam em perdão, paz, felicidade, fraternidade santidade e muitas outras coisas construtivas, mas vivem sob influência de Satanás. O evangelho deles é, segundo o raciocínio humano, e não uma interpretação verdadeira da revelação de Deus, como temos nas Escrituras (cf. Gl 1.6-7; 1ª Pe 2.1-3). A sua mensagem não é segundo a doutrina apostólica do Novo Testamento (1ª Jo 4.1).

Todos os crentes devem precaver-se desses ministros e líderes enganosos (Mt 7.15; 16.6) e não devem se deixar levar pelo carisma deles, nem por sua eloqüência, preparo, milagres, altas estatísticas ou mensagem popular. Todos os líderes religiosos devem estar em conformidade com a Palavra de Deus e sem contrariá-la. Se não estiver em conformidade, Paulo chama-os de anátema. (ver Gl 1.9).

As mensagens do apóstolo Paulo não se restringem apenas aos judaizastes de sua época, mas também aos fariseus e legalistas da atualidade, e isso vale para as seitas e também para os neopentecostais que pervertem o conceito bíblico do cristianismo e, assim, procuram transformar o cristianismo numa seita legalista e impedir a pureza e o crescimento da verdadeira igreja.

A nossa visão do Evangelho é neotestamentária e despida de tradição, formalismo e ritualismo. A reta conduta cristã é fruto da salvação e não condição. O que nos torna aceitos diante de Deus é nossa fé em Jesus e não as nossas obras (Is 64.6), somos salvos mediante a graça de Deus conforme (Ef 2.8-9; Tt 3.5).

Paulo apóstolo do Senhor, também era julgados pelos oponentes de Cristo. Paulo ensinava aos coríntios que deviam olhar para além da aparência do homem exterior. Ele tem muita autoridade apostólica, mas, autoridade para ajudá-los e edificá-los. Quanto aos seus oponentes, Paulo os trataria de maneira diferente.

Os falsos mestres recomendavam-se a si mesmo, ou seja, eles colocavam-se acima das Escrituras e no lugar de Deus. Paulo, porém, evitava fazer isto. Ele afirma que o Senhor é mesmo o “recomendou” através da sua aceitação pela igreja de Corinto, fruto do seu ministério (1ª Co 11.13-14). Ao contrário de seus oponentes, Paulo se propõe a não semear em campo alheio, preferindo campos onde ninguém semeou antes. Assim agindo, Paulo mostra preferir o louvor do Senhor que o compromissou, não se preocupando com o que os homens pudessem pensar dele (1ª Co 11.15-16).

O que precisamos fazer é olhar através das lentes da Escrituras para a atitude de Deus quanto à retaliação, como visto. Não tente controlar todo mundo. Você não pode lidar com esse tipo de autoridade. Vai descontrolar-se. Entregue a Deus suas represarias pessoais, seus sentimentos de retaliação. Peça a Ele para capacitá-lo a ter domínio próprio.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC