TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A ASSEMBLÉIA DE DEUS O MOVIMENTO NEO-ASSMBLEIANO

Precisamos refletir sobre o que é ser pentecostal e assembleiano

Sou pentecostal, membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus. Creio em milagres, minha vida é um milagre, tenho visto muitos milagres. E, por mais que eu tenha hoje um lado contestador — que não é exclusividade minha, posto que Paulo (2ª Co 11.3-15) e o próprio Senhor Jesus (Mt 23; Ap 2-3), só para exemplificar, também se opuseram a heresias e modismos —, sempre cri na multíplice obra do Espírito Santo mediante a diversidade de dons, ministérios e operações (1ª Co 12.4-11).

Mesmo assim, sou contra — por que a Palavra de Deus também o é — ao movimento neoassembleiano, que é experiencialista e prioriza manifestações como “cair no poder”, “unção do riso”, “unção do leão”, “unção da lagartixa”, além da ênfase exagerada à prosperidade financeira, que muitos chamam de uma “unção financeira dos últimos dias”.

Na adolescência e na juventude, tive contato com todo o tipo de manifestação pentecostal e pseudopentecostal. Sei o que são cultos no monte; conheço vigílias do “reteté”, que na minha época não recebiam esse adjetivo grotesco e vulgarizante. Fui dirigente de duas congregações em São Paulo e conheci todo o tipo de crente, dos mais frios aos mais fervorosos; desde os mais céticos até os mais fanáticos.

Por graça de Deus, sou ministro do Evangelho desde 1992, ano em que fui consagrado a presbítero (ministro local), mas recebi o título de ministro pela CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus) somente em 1997, na Assembleia de Deus do Belenzinho em São Paulo. Na ocasião, tendo o meu nome apresentado pelo saudoso pastor e pregador do Evangelho Valdir Nunes Bícego, fui consagrado ao santo ministério numa reunião presidida pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa.
Que fique clara uma coisa: não sou um teórico, frio, gelado. Tenho plena convicção bíblica e experiencial de que o “cair no Espírito” e outras manifestações que ora ocorrem no meio da quase-centenária Assembleia de Deus não têm aprovação divina. Não estou sendo apressado em minhas conclusões. Falo com conhecimento de causa, depois de ter analisado cuidadosamente as bases e os resultados das tais manifestações.

Como tenho dito em meus livros editados pela CPAD, pessoas sinceras e tementes a Deus estão certas de que o “cair no Espírito” e a “unção do riso” são bíblicos. E algumas se apegam ao fato de manifestações similares às mencionadas terem ocorrido na Rua Azusa, em Los Angeles, no começo do século XX, e no início da Assembleia de Deus no Brasil. Mas é claro que as experiências relacionadas com o reavivamento do Movimento Pentecostal não se comparam com as aberrações que vemos hoje.
Naquela época, não havia paletó e sopro “ungidos”, empurrões “sutis”, uivos, rugidos, latidos, pessoas rastejando pelo chão, grudadas na parede, etc. Além disso, não se deve supervalorizar as experiências vividas pelos pentecostais do começo do século XX, a ponto de as equipararmos às incontestáveis verdades da Bíblia. Devemos, sim, respeitar os pioneiros, mas a nossa fonte primacial, precípua, de autoridade tem de ser a Palavra de Deus.

O “cair no poder”, a “unção do riso” e manifestações afins não se coadunam com os princípios e mandamentos contidos em 1ª Coríntios 14. Essas manifestações aberrantes não edificam (v.12); contrapõem-se ao uso da razão, necessário num culto genuinamente pentecostal (vv.15,20,32); levam os incrédulos a pensarem que os crentes estão loucos (v.23); e promovem desordem generalizada (vv.26-28,40).

Muitos neoassembleianos, defensores dessas manifestações, dizem que estão na liberdade do Espírito, porém o texto de 1ª Coríntios 14 não avaliza toda e qualquer manifestação. No culto genuinamente pentecostal deve haver julgamento, discernimento, análise, exame (vv.29,33). Por isso, no versículo 37, está escrito: “Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que essas coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor”. Leia também 1 Tessalonicenses 5.21 (ARA); João 7.24 e 1ª Jo 4.1.

Não tenho dúvidas de que o Senhor opera milagres extraordinários em nosso meio. Ele é o mesmo (Hb 13.8). Mas o que temos visto hoje em algumas Assembleias de Deus são práticas viciosas e repetitivas. Jesus curou um cego com lodo que fez com a sua própria saliva, porém Ele não metodizou esse modo de dar vista aos cegos. A obra de Deus surpreende, impressiona, positivamente, e deixa todos maravilhados (Lc 5.26). As falsificações são viciosas, premeditadas, propagandeadas, a fim de que o milagreiro receba a glória que é exclusivamente de Deus (Is 42.8).

O “cair no poder”, a “unção do riso” e outros “moveres” não têm apoio das Escrituras e não podem ser equiparados ao batismo com o Espírito Santo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, mencionado com clareza na Palavra de Deus (Jl 2.28,29; Mc 16.15-20; At 2; 10; 19; 1ª Co 12-14, etc.). Por isso, os neoassembleianos recorrem a passagens que nada têm que ver com o assunto.

Citam textos como 2º Cr 5.14 e 1º Rs 8.10,11 e dizem, com a boca cheia: “Os sacerdotes não resistiram a glória de Deus e caíram no poder”. Que engano! Veja o que a Bíblia realmente diz: “E sucedeu que saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a Casa do SENHOR. E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR enchera a Casa do SENHOR” (1º Rs 8.10,11). Observe que eles saíram do local; não ficaram ali caídos. Não houve também um “arrebatamento em grupo”.

A frase “não podiam ter-se em pé” tem sido empregada de modo errôneo e abusivo pelos neoassembleianos. Eles a interpretam como “caíram no poder”. Mas ela, na verdade, denota que os sacerdotes “não puderam permanecer ali”, o que fica ainda mais claro na versão Almeida Revista e Atualiza (ARA). Eles não suportaram permanecer no local ministrando! Não tinham como resistir a glória divina presente ali. Por isso, não permaneceram no local. Onde está escrito que eles caíram no poder?

Outro texto citado erroneamente em abono às manifestações neoassembleianas é João 14.12, pelo fato de mencionar “coisas maiores” do que as realizadas por Jesus. Mas o termo “obras” (gr. ergon) significa: “trabalho”, “ação”, “ato” (VINE. W.E., Dicionário Vine, CPAD, pp.764,827), e não “milagres” ou “manifestações”, estritamente.

Essas obras maiores incluem tanto a conversão de pessoas a Cristo, como a operação de milagres (At 2.41,43; 4.33; 5.12; Mc 16.17,18). Exegeticamente, são obras maiores em número e em alcance. Dizem respeito à quantidade em lugar de qualidade. João 14.12, por conseguinte, não avaliza truques, trapaças, experiências exóticas e antibíblicas, além de fenômenos “extraordinários” (cf. Dt 13.1-4; 2ª Ts 2.9; Mt 7.21-23).

O paradigma, o modelo, dos pregadores da Assembleia de Deus deve ser o Senhor Jesus Cristo, que andou na terra fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo porque Deus era com Ele (At 10.38). É perigoso quando resolvemos ter um ministério “sem limites”, em que nada pode ser contestado, à luz da Bíblia. Tudo deve, sim, ser regulado, controlado pelo Espírito Santo e pela vontade de Deus esposada em sua Palavra (Mt 7.15-23; 1ª Jo 4.1; 1ª Ts 5.21; 1ª Co 14.29; Jo 7.24, etc.).

Na Palavra de Deus não há nenhum fundamento para o “cair no poder” e outras aberrações. O Senhor Jesus nunca derrubou ninguém. Ele não arremessa pessoas ao chão mediante sopros “ungidos” e golpes de paletó. Quem gosta de lançar as pessoas ao chão é o Diabo (Mc 9.17-27). Em Lucas 4.35, está escrito: “E Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai dele. E o demônio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele, sem lhe fazer mal”. Jesus, o maior Pregador que já andou na terra, e seus apóstolos nunca impuseram as mãos sobre pessoas para levá-las ao chão. Eles jamais sopraram sobre elas ou lançaram parte de suas roupas a fim de derrubá-las.

Considero importantes os milagres e as curas, no nosso meio, Mas, na hierarquização feita por Deus, o Ministério da Palavra tem prioridade (1ª Co 12.28; Jo 10.41). Os sinais, prodígios e maravilhas devem ocorrer naturalmente, como consequência da pregação do Evangelho (Mc 16.15-20). E Deus precisa estar no controle, sempre. Mas hoje há muita imitação, falsificação, misticismo no meio dito assembleiano, que é na verdade neoassembleiano.

“Converte-nos, SENHOR, a ti, e nós nos converteremos; renova os nossos dias como dantes” (Lm 5.21).
Ciro Sanches Zibordi

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Lição 1 - UMA IGREJA FERVOROSA MAS NÃO ESPIRITUAL - I

 
Fervor, animação, gritos, barulho, histeria e alguns “fenômenos esquisitos”, nunca foram sinônimo da verdadeira espiritualidade, muito embora os mais vulneráveis e valorizadores destas manifestações externas pensem e preguem diferente.

Dê “um glória”, “fala em línguas”, “abre a tua boca”, “tira o pé do chão”, “desmancha essa cara de delegado” e outros termos, tornaram-se chavões de pregadores animadores de auditório, distorcendo o verdadeiro sentido e propósitos destas expressões.

A coisa tomou uma proporção tão grande, que até nos dias atuais, em muito cultos, tem pessoas que constrangidas pelo que se convencionou ser um “crente espiritual”, para se adaptar aos padrões estabelecidos, negam a sua própria personalidade e individualidade.

Não há nada de errado com a maioria destas expressões e com um comportamento eufórico. O errado está nos abusos, nos excessos, nas equivocadas motivações e na contradição entre a conduta no culto e a vida privada (e até pública).

Existem crentes, que na mesma proporção que falam em línguas, maltratam a mulher, o marido, os filhos e os pais. São caloteiros, presunçosos, arrogantes, fofoqueiros, semeadores de contenda,
mentirosos, facciosos, infiéis, empregados enganadores, patrões exploradores, etc.

Definitivamente, fervor não é sinônimo de espiritualidade. Por vezes, muito barulho e animação é uma tentativa consciente ou não, de esconder a realidade. Não adianta fazer “avinhaõzinho” ou “trenzinho”, “marchar”, dá “tiro”, “rolar no chão”, “cair no espírito”, “chiar”, “uivar”, “urrar”, pois estas coisas não provam nada, a não ser, em muitos casos, o desequilíbrio emocional e até mental, e na melhor das hipóteses, pura “meninice”. Neste último caso, é preciso ter sabedoria para não matar os “meninos”. Eles precisam ser orientados com amor e paciência, para poderem alcançar a maturidade.

Por outro lado, ser maduro não é ser frio, indiferente, azedo, amargo, insensível. Ser espiritual e maduro não nos impede de glorificar a Deus, de buscar e permitir que o Espírito manifeste em nós os seus dons. Como espirituais nos alegramos, rimos e choramos na presença do Senhor!

Poder de Deus é poder que realiza, que faz, que se importa, que ama, que prega, que socorre, e não meras demonstrações sensacionalistas e puramente emotivas.

Não é pela quantidade ou intensidade das manifestações dos dons espirituais (ou supostas manifestações), que se conhece a verdadeira espiritualidade de um cristão, mas sim por suas obras, pelo fruto do Espírito em sua vida;

“Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.” (Tg 1.26-27)

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gl 5.22-23)

QUANTIDADE E QUALIDADE NA IGREJA

Vivemos numa época onde a mania de grandeza invadiu a igreja. Ser pastor de mega igreja dá um status diferenciado, mesmo que o referido pastor não conheça, nem cuide das ovelhas lhe confiadas. Muitos irmãos vão na mesma direção. Batem no peito e se orgulham de congregarem numa “catedral”, considerando os irmãos das pequenas igrejas como crentes de um nível sócio espiritual mais baixo.

Quantidade não é sinônimo de qualidade. Contemplamos o ressurgimento da mentalidade constantiniana e medieval (Leia O CULTO E O TEMPO).

Muitos se entusiasmam mais pelo crescimento quantitativo, do que pelo qualitativo. Não me empolgo quando a mídia fala de crescimento dos evangélicos, ou de alguma igreja específica. No Brasil, ser ou declarar-se evangélico tornou-se algo banal. Virou moda. A grande questão não é se alguém é evangélico ou não, mas, se já nasceu de novo e vive em santidade diante de Deus, buscando dia a dia conhecer e fazer a sua vontade.

Leia mais em UM BRASIL EVANGÉLICO?

FALSOS CRENTES NA IGREJA

Sobre este assunto, leia em PARECE, MAS NÃO É!

Para que tais problemas sejam minimizados na igreja (pois nunca deixarão de existir), é preciso que os líderes, professores de Escola Dominical, de discipulado e outros responsáveis pelo ensino e pregação, deixem de pregar sobre questões superficiais e supérfluas, para enfatizarem questões essenciais e básicas para o crescimento da fé e da verdadeira espiritualidade.

A espiritualidade de uma igreja e seus membros, está diretamente relacionada com a espiritualidade de seus líderes.

por: Pr. Altair Germano

Via: Gospel Prime

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UMA IGREJA FERVOROSA MAS NÃO ESPIRITUAL- II

Subsídio das Lições Bíblicas “1ª Coríntios- Os problemas da Igreja e suas soluções” (CPAD).

Corinto era uma cidade cosmopolita, próspera, sincrética e devassa. Um lugar semelhante as metrópoles contemporâneas, como São Paulo, Londres, Nova Iorque ou Pequim. Corinto era a ponte entre o Ocidente e o Oriente, com uma rede de estradas que ligava dois importantes portos. A localização privilegiada levava aos coríntios a prosperidade mercantil, pois nenhum importador e exportador estava livre de passar por essas terras. Militarmente era essencial para a manutenção do império. Também floresceu entre os coríntios a atividade bancária, o artesanato, a arquitetura, os banhos, os jogos ístmicos e o trabalho com o bronze. Corinto era a síntese da cultura greco-romana, sendo naqueles dias a terceira cidade mais importante, perdendo para a capital Roma e Alexandria. Composta de judeus, gregos e escravos, essa cidade era a mistura de várias filosofias e religiões, que convivam sob um mesmo terreno. Nesse espaço nasce mais tarde a comunidade cristã.

1- O Contexto da Época.

Corinto do primeiro século era imoral, como outras grandes cidades do Império Romano. A fama da imoralidade era tão grande, que Aristófanes (480-385 a.C.) criou a palavra korinthiazesthai (“agir como um coríntio”, isto é, “cometer adultério”). Platão usou a expressão “garota coríntia” para referir-se a uma prostituta. O historiador e filósofo grego Estrabão (63 a.C - 24 d.C) escreveu que no templo de Afrodite havia mil prostitutas cultuais, que entregavam seus corpos aos homens de Corinto como forma de adoração. É importante destacar que o eufemismo “corintianizar” reportava a Corinto grega, que foi destruída pelos romanos em 146 a.C. Paulo escreve para uma comunidade coríntia já romana, que foi reconstruída por Júlio César em 46 a. C. Tudo indica que a Corinto do primeiro século, portanto romana, manteve práticas imorais como todas as cidades portuárias daquele tempo.

Os membros da Igreja em Corinto estavam mergulhados na cultura coríntia, vivendo em meio a imoralidade e desfrutando das benesses comercias dessa cidade urbanizada. Agora, a Igreja em Corinto era composta por muitos pobres (cf. 1ª Co 1.26-27) e alguns poucos crentes ricos, como a maioria das igrejas urbanas atuais.

A epístola do apóstolo Paulo aos coríntios reflete bem a realidade do século XXI. Esse século é urbano na conjuntura social, relativista na moralidade e fluído nas relações familiares como religiosas, alimentando o sincretismo e o trânsito religioso, na clara demonstração de estrutura doutrinária irregular.

2- O Fervor Religioso e a Espiritualidade.

A igreja de Corinto sofria o mesmo mal do pentecostalismo contemporâneo: muito fervor, mas pouca espiritualidade; muito carisma, porém pouco caráter; abundância nos dons, todavia falta nos frutos do Espírito. É impressionante o número de eventos que conclamam sobre avivamento, mas poucos são os frutos desse suposto “mover”. O povo brasileiro é atualmente místico e emocional, quando crentes confundem o emocionalismo exacerbado com o “poder de Deus”.

Hoje, as pregações não igrejas pentecostais resumem-se a gritaria e vitória; histeria e ufanismo; bagunça e falta de reflexão. Congressos estão lotados de pessoas ávidas por novidades, como “cair no espírito”, “aviãozinho”, “cambalhotas”, “pula-pula” etc. E aí de quem contestar essas práticas bizarras, pois logo é taxado de fariseu, blasfemo e outros estereótipos. Pouco se fala em caráter nos púlpitos pentecostais. Muita aparência de religiosidade, pois enquanto gritam “aleluais” maquiam seus males.

Não adianta gritar nos cultos como se estivesse no Maracanã, se o coração não estiver disposto a obedecer a Deus. Já dizia o falecido pr. Estevam Ângelo de Sousa, ícone do pentecostalismo brasileiro, que “uma lata vazia faz muito barulho”.

3- A Missão Discipuladora da Igreja.

Eis o grande problema da igreja pentecostal: falta de discipulado. Inclusive muitas lideranças precisariam voltar a classe dos discipulados, pois não sabem o elementar da fé cristã, portanto não aprenderam a ser discípulos. Não adianta a igreja ser muito evangelizadora, se a mesma não tem uma forte equipe de discipuladores. Igreja que evangeliza e não discipula não está cumprindo a Grande Comissão. O problema maior é que muitas deixaram o discipulado e até a evangelização.

Ensinar é moldar caráter. Falta de ensino bíblico provoca distorções doutrinárias e morais. Imaturidade e fraqueza doutrinária estão casadas. Enquanto numa comunidade muitos praticam os dons espirituais a partir da ostentação, do orgulho, da falta de amor; muita confusão acontecerá. Tudo isso fruto de um discipulado inexistente ou deficiente.

Conclusão

Uma igreja sadia é possível mesmo diante dos desafias da vida urbana. A saúde da Eclésia está totalmente relacionada ao ensino e discipulado de cada crente, por meio de uma liderança madura. A maturidade está relacionada ao caráter, portanto ostentar dons não é, senão pura vaidade.

Fonte: http://teologiapentecostal.blogspot.com

Comentário Antônio Gilberto. Lições do 2º Trimestre de 2009

PARTIDARÍSMO NA IGREJA

A formação de “grupinhos” ou partidos na igreja promove sérios conflitos entre os irmãos. Paulo escrevendo aos coríntios fez a seguinte exortação:

“Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que sejais concordes no falar, e que não haja divisões entre vós; antes sejais unidos no mesmo pensamento e no mesmo parecer. Pois a respeito de vós, irmãos meus, fui informado pelos da família de Cloé, que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo; ou Eu de Apolo; ou Eu sou de Cefas; ou, Eu de Cristo.” (1ª Co 1.10-12)

O partidarismo na igreja é mais uma conseqüência direta do seu aspecto humano e temporal, causado por questões políticas, interesses pessoais, espírito faccioso, rebeldia, insubmissão à liderança e outros fatores.

OS QUATRO PARTIDOS DA IGREJA EM CORINTO

Na igreja em Corinto quatro partidos se formaram. Cada um possuía características e perfil próprio. Foram eles:

1. OS DE PAULO (PARTIDO DOS FUNDADORES OU DOS MAIS ANTIGOS)

Fazer parte do grupo que fundou uma igreja, que “arrancou toco”, que arduamente trabalhou para o estabelecimento e crescimento da mesma, é um privilégio. Tais pessoas devem ser honradas e reconhecidas. A memória do trabalho dos pioneiros não deve ser apagada.

Acontece que em muitos lugares, o grupo dos fundadores, além de se acharem parte de uma casta especial, pensam ter o direito de interferir de maneira arbitrária no governo da igreja.

Não são poucos os casos, em que este grupo resiste às mudanças necessárias para o crescimento e contextualização da igreja. “Eu não aprendi assim”, “Não é bom remover os marcos antigos”, “não foi assim no princípio”, são frases típicas, carregadas de equívocos e desassociadas de reflexão e discussão.

Por outro lado, “ser de Paulo”, devido às peculiaridades do seu trabalho entre os gentios, pode implicar na tentativa de se impor uma falsa liberdade religiosa (liberalismo).

Pastores e líderes de igreja em geral, sofrem nas mãos deste grupo, que inclusive, por vezes, é composto por diáconos, presbíteros, evangelistas e pastores auxiliares.

Ser um membro antigo e ser digno de honra é uma coisa, querer e poder dirigir o trabalho é outra.

2. OS DE APOLO (PARTIDO DOS INTELECTUAIS)

Longe daquilo que se convencionou nos círculos pentecostais, ser intelectual é compatível com a fé pentecostal. O antiintelectualismo disseminado em nosso meio foi e continua sendo danoso. É possível ser intelectual e espiritual. Nossos líderes deveriam cada vez mais incentivar o desenvolvimento cultural e acadêmico de seus membros, associado a uma vida de piedade, fervor e serviço cristão. A conclusão dos estudos, a formação superior secular, o curso teológico, a pós-graduação, a formação continuada, dentre outros, fazem parte deste desenvolvimento.

Agora, é preciso deixar claro que “saber mais” não implica em “ser mais”. Não nos torna melhores ou maiores do que os que sabem menos. Infelizmente, o acúmulo de saberes acaba embriagando a muitos, promovendo com isso a criação de grupos fechados de elitistas, intelectuais, pensadores e doutores da fé.

3. OS DE CEFAS (PARTIDO DOS LEGALISTAS OU DOS TRADICIONALISTAS)

Se existe algo na igreja que em alguns lugares tem conseguido colocar a autoridade da Bíblia em segundo plano, isto se chama “a tradição”. Trata-se de um típico posicionamento farisaico e legalista:

“Então, vieram de Jerusalém a Jesus alguns fariseus e escribas e perguntaram: Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem. Ele, porém, lhes respondeu: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição? Porque Deus ordenou: Honra a teu pai e tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte. Mas vós dizeis: Se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de mim; esse jamais honrará a seu pai ou a sua mãe. E, assim, invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição. Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” (Mt 15.1-9)

Os legalistas colocam os usos e costumes acima da própria Palavra, julgam as pessoas pela aparência, são éximos criadores de normas e regras de conduta, e se acham mais crentes e mais santos que os demais. Os tais não se misturam com os crentes de “segunda classe”.

4. OS DE CRISTO (PARTIDO DOS INDEPENDENTES, REVOLTADOS E INSUBMISSOS)

Não reconhecer, não submeter-se à autoridade dos pastores e líderes, não honrá-los e não amá-los, é uma atitude de quem não conhece o princípio da “delegação de autoridade espiritual”. Observe alguns textos bíblicos que recomendam estas atitudes espirituais:

“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.” (Rm 13.1)

“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.” (1 Tm 5.17, ARC)

“Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” (Hb 13.17, ARC)

Algumas frases são típicas deste grupo: “pastor nenhum manda em mim”, “importa obedecer a Deus do que aos homens”, “meu pastor se chama Jesus” e outras mais.

Na realidade, nem a Jesus esse grupo obedece, pois se assim o fizesse, honraria a quem Deus resolveu honrar com o ministério.

NOVOS TEMPOS, NOVOS PARTIDOS

Na igreja atual, além dos partidos norteados pelas idéias e princípios dos de Corinto, existem ainda outros, como por exemplo:

OS PARTIDOS DOS ÓRGÃOS E DEPARTAMENTOS

Nosso atual modelo de igreja ou congregação, com seus vários departamentos e órgãos, proporcionou a criação do partidarismo dentro destes (fundamentado em preferências pela liderança, dirigente ou orientador “A” ou “B”) e entre estes (fundamentado no senso de competição, disputa, concorrência). Há igrejas onde os órgão e departamentos não interagem entre si, não se percebem parte de um todo, de um corpo.

OS PARTIDOS DOS POLÍTICOS ECLESIÁSTICOS

Este grupo está em evidência nas igrejas e convenções (estaduais ou nacional) que optaram pelo regime de governo com eleições periódicas. Dividem o ministério e a igreja. Pastores ou chapas se apresentam como candidatos às eleições convencionais, presidenciais ou ministeriais, trocam acusações, compram pessoas, se vendem, barganham, deixam de se falar, tornam-se “inimigos” políticos, fazem campanha da maneira mais mundana possível.

Não há nada que justifique o partidarismo na igreja. Nenhum bem causa, em nada edifica. O partidarismo será sempre evidência do baixo nível, ou de nenhuma espiritualidade presente.

Comentário Antônio Gilberto. Lições do 2º Trimestre de 2009

terça-feira, 27 de julho de 2010

DAVI UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS


I. DAVI UM JOVEM UNGIDO REI

Davi foi um exemplo no heroísmo e na confiança em Deus Jeová. E por isso Deus lhe deu grandes vitórias e um nome entre os heróis.

Davi foi pastor, músico, poeta, soldado, estadista, profeta e rei. Ele se destaca nas Escrituras com muita proeminência, pois trata-se de um lutador intrépido no campo de batalha (1º Sm 17.45).

1. Davi, o menor na casa de Jessé.
Davi era o caçula dentre oito irmãos (1º Sm 16.10). Ao escolher Davi, entre seus irmãos, vimos claramente que a visão de Deus é diferente da nossa. Ele não vê como o homem vê. Sem dúvida, o coração de Davi possuía características necessárias para ser um homem segundo Seu coração de Deus. Portanto, Deus usou a capacidade espiritual de Davi aperfeiçoando-o para que pudesse ocupar o trono de Israel. As muitas experiências vividas, deram a Davi a valentia necessária para tomar um poderoso rei, destruindo os inimigos do povo de Deus.

2. Davi um escolhido de Deus.
Samuel, o sacerdote, estava penalizado por Saul, pois sabia que Deus já não era mais com ele. E não tardou muito, Samuel fora enviado por Deus à casa de Jessé, a fim de ungir um dos seus filhos para ser o futuro rei de Israel (1º Sm 16.1). Ali Deus rejeitou os sete irmãos mais velhos de Davi (1º Sm 16.7). Por fim, foram buscar no campo, que ao chegar, Samuel ouviu Deus dizer: “Unge-o, porque foi escolhido para cumprir os propósitos divinos” (At 13.22).

A escolha de Davi coube ao Senhor, ninguém se lembrava dele, pois, estava no campo, era o mais novo, considerado o mais fraco, em fim, Jessé não imaginava tal coisa. Nem o próprio Davi imaginava tal coisa.

3. Davi um Jovem provado.
Davi foi provado, primeiro por Saul, que desanimou ao extremo (1º Sm 17.33). Segundo, pelo próprio Golias, de um modo terrível, para desanimar (1º Sm 17.42). Mas Davi combateu pela fé e venceu em nome do Senhor (1ª Co 9.36; 1º Sm 17.32). Davi sempre viu perto à ação do Senhor contra seus adversários (2º Sm 15.19).

4. Davi um ungido do Senhor.
Quando lemos o Salmo 89: “Achei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi”. Quem era Davi para conseguir tantas vitórias? Apenas um ungido do Senhor e sobre quem repousava o Espírito de Deus (1º Sm 16.13).

Deus ungiu Davi, isto é separou-o para um trabalho especial, dotou-o das qualidades necessárias e encheu-o do Espírito Santo e de poder para que ele tivesse condições de conquistar vitórias sem precedentes para o povo de Israel.

Davi tinha compromisso com o Senhor, assim como o Senhor tinha compromisso com ele, por isso a expressão: “...e o Senhor ajudava a Davi por onde que ia” (2º Sm 8.14). Davi confiava inteiramente no Senhor para lhe dar vitória (Sl 20.6), enquanto outros confiavam em carros e cavalos (Sl 20.7).

II. AS VIRTUDES DE DAVI

Mesmo antes de derrotar Golias, Davi era um jovem talentoso e temente a Deus (1º Sm 16.18), já era possuidor de virtudes, habilidades e qualidades que lhe permitiriam conduzir prudentemente na corte real. Quando os servos de Saul solicitaram um músico para tocar para o rei em suas crises espirituais, um deles demonstrou conhecer a pessoa ideal:

“Conheço um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é forte e valente, homem de guerra, sisudo em palavras e de boa aparência; e o SENHOR é com ele” (1º Sm 16.18).

1. Sabe tocar bem.
Saul estando atormentado pede aos seus servos que procure alguém que saiba tocar bem. Creio que Deus abriu os olhos espirituais daquele servo do rei, para que ele percebesse em Davi as muitas virtudes que possuía, e tomado de uma determinação convincente indicou o homem de Deus relatando ao rei todas as suas virtudes.

Davi sabia tocar magistralmente. Era exímio músico e poeta, e isto muito contribuía para ele ser um homem espiritual, metódico, organizado e sensível às questões divinas. É altamente importante para a Igreja de Deus e para vida cristã de cada um a verdadeira música evangélica, a “música de Deus” (1º Cr 16.41-42); música inspirada pelo Senhor e bem executada (Sl 33.3); música espiritual que edifica a igreja (Cl 3.16).

Podemos deduzir que Davi era um homem profundamente dedicado à música, se destacando como um exímio tocador de harpa, e que nesta primeira virtude de Davi, observamos três características fundamentais no seu ministério do louvor.

a) Conhecimento.
b) Organização.
c) Dedicação. Isto era transparente aos olhos daqueles que o conheciam, como foi o caso do servo do rei Saul ao iniciar descrevendo as virtudes de Davi “sabe tocar bem” (1º Sm. 16.17).

2. Forte.
Os livros de 1 e 2 Samuel 1 Crônicas e Salmos, registram os feitos corajosos, resolutos, decisivos e vitoriosos de Davi. Neles vemos um homem de fé, oração, justo, temente a Deus e perseverante, como no caso registrado em 1º Crônicas 14.8-17.

Davi não tinha uma estatura elevada e certamente não chamava a atenção pela sua altura, mas era um jovem detentor de uma força física muito grande, ao ponto de ter lutado com um leão e um urso, tomando da boca das feras um cordeiro de seu rebanho, e quando as feras se voltaram contra Davi, ele as feriu e matou, tanto o leão como o urso (1º Sm. 17.34, 36). Isto nos prova que quando Deus está conosco, podemos todas as coisas, pois é Ele que nos fortalece, (Fl. 4.13).

3. Homem de Guerra.
Davi, por confiar inteiramente no Senhor, era um homem destemido em seu desempenhou como rei de Israel. Ele demonstrou coragem, habilidade e eficiência antes de ocupar o trono e depois, quando assentou-se.

Após vencer um leão e um urso, Davi estava preparado para guerrear contra o gigante Golias contrariando a declaração de Saul em 1ª Sm 17.33, pois o rei imaginava que Davi sendo só um jovem, não estava em igualdade de condições com Golias. Mas quando o servo do rei o recomendou afirmando que Davi era um homem de guerra, certamente o rei achou um exagero; Saul estava comparando Davi com Golias e relutava em tomar o risco de mandar Davi contra o gigante. Davi não confiava em seu próprio nome, mas do Deus de Israel que estava sendo afrontado (1º Sm 17.45).

“Os maiores problemas, as circunstâncias que se agigantam diante do homem de Deus, se tornam pequenas para o Deus que servimos, e Davi era um guerreiro escolhido por Deus”.

A Bíblia declara que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosa em Deus, para destruição das fortalezas” (2ª Co 10.4). Tal como Davi, o crente é um soldado cristão e jamais deve esquecer que não está lutando contra o sangue e a carne, mas contra os principados e potestades (Ef 6.12), e que, por isso, deve estar sempre revestido de toda a armadura de Deus (Ef 6.11).

4. Valente
A valentia de Davi não se percebia por impulsos naturais, afrontando este ou aquele a fim de mostrar o quanto era forte, mas sim, quando por uma justa causa.

Ao tomar conhecimento do que acontecia com o povo de Israel, e das atitudes medrosas que os guerreiros do rei Saul tomavam fugindo das afrontas do gigante Golias, de imediato se colocou a disposição do rei a fim de enfrentar o gigante, (1º Sm 17.32). Nesta conversa entre o rei Saul e Davi, ilustra claramente a diferença radical entre suas perspectivas. O rei continua pensando naquilo que é humanamente possível e diz a Davi “...não poderás”, (1º Sm 17.33), ao passo que Davi tomado de sua divinal virtude de valentia, responde ao rei “...o Senhor me livrará” (1º Sm 17.37).

Davi, por confiar inteiramente no Senhor, era um homem destemido em seu desempenho. Tudo nos confirma que o crente que confia em Deus é um valente, e pode cantar com muito entusiasmo o hino de nº 225 de nossa harpa cristã, “SE VALENTE...”.

5. Sisudo em palavras.
Davi tinha convicção daquilo que fazia. Ao ver o gigante Golias com suas armaduras de guerra diante de seus olhos e observando a sua estatura, pois o gigante Golias tinha seis côvados e um palmo de altura, (quase três metros). Sem temer ao gigante, de imediato lhe disse com toda a autoridade de um homem de Deus, “Tu vens a mim com espada e com lança, com escudo, eu porém vou a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel...”, (1º Sm 17.45).

Ao ser abençoado pelo rei Saul quando este invocava sobre Davi a benção, mostra-se a distinção mais clara entre o rei Saul e Davi e que explicava o porquê Davi teve sucesso em sua vida; disse o rei Saul “O Senhor seja contigo...”.

Quando servimos ao Senhor, Ele é conosco e nos dá autoridade para determinarmos nossa vitória. “O Senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do Senhor é a guerra”, (1º Sm. 17.47).
O renomado comentarista bíblico John Gill declarou que Davi era um homem “prudente em seus assuntos; nas suas falas e conversas; na conduta e comportamento; e que sabia se conduzir, até mesmo na corte real”.

6. Boa aparência.
A aparência é algo tão marcante que se, não fosse Deus, o profeta Samuel ungiria a pessoa errada (1º Sm 16.6-7). Convém dizer o que agradou ao Senhor ao escolher Davi foi o seu interior (1º Sm 16.7), e não sua imagem externa. Vemos aqui um princípio a que a igreja deve estar atenta ao avaliar alguém como homem de Deus, ou não, somente pelo que vê ou ouve.

Quando o gigante Golias viu Davi se aproximando para enfrentá-lo, nos relata a Bíblia que o gigante desprezou a Davi, pois via um moço de uma boa aparência e que certamente imaginou que Davi fosse um filho mimado, um rapaz comum, sem qualidades, sem virtudes para o enfrentar. Mas Golias via a Davi como vê o homem, apenas a aparência e não conseguiu ver que Davi possuía virtudes suficiente para mostrar-lhe que a beleza que conta para Deus é a que vem de dentro da alma, e essa beleza só Deus pode dar para o homem. Aleluias!

Davi na sua humildade e convicto de sua vitória, disse a Golias, “Hoje mesmo, o Senhor te entregará nas minhas mãos...”, (1º Sm 17.46 a). Esta é a certeza que temos em nosso Deus, que a vitória é nossa em nome de Jesus.

7. O Senhor andava com ele.
Ao tomar a decisão de enfrentar o gigante Golias desprovido das armaduras de Saul, armado apenas de sua funda e de cinco pedras, Davi tinha a certeza de que seu Deus era maior do que qualquer problema, qualquer gigante que o afrontasse, e na convicção de fé e de homem de Deus, Davi deve ter pensado nas palavras que escreveu no Salmo 118.6: “O Senhor está comigo, não temerei o que possa me fazer o homem”.

Davi foi vitorioso. Davi sobrepujou as ameaças do gigante Golias, pois a sua contra-ameaça abrangia todo o exército felisteu. No auge da luta entre Golias , que tinha todas as vantagens do ponto de vista físico; e Davi, que tinha Deus ao seu lado; este conseguiu triunfar mesmo sem ter uma espada, pois Davi tinha Deus ao seu lado, o Deus de Israel, o nosso Deus. Louvado seja o Senhor dos exércitos para todo o sempre.

III. O TALENTO DE DAVI NA CORTE

Antes de chegar a se escudeiro do rei Saul, o jovem Davi era um simples camponês, trabalhando como pastor das ovelhas de seu pai (1º Sm 17.15), e tinha habilidade de tocar instrumentos de cordas (1º Sm 16.18). Na corte, Davi era praticamente um desconhecido (1º Sm 17.55-56).

Até o seu desafio a Golias, Davi era um aprendiz na casa real (1º Sm 16.21). Todavia, essa situação mudou drasticamente graça à sua estupenda vitória sobre o Golias, o filisteu de Gate. De um simples músico e escudeiro-aprendiz, Davi foi promovido a comandante de tropas (1º Sm 18.5).

O homem segundo o coração de Deus obteve êxito desde o princípio e em todo o lugar, porque foi alguém que sempre cultivou em seu espírito a humildade de aprender e de começar por baixo. Alem de sua humildade, Davi era um homem pronto a aprender, e também escutava seus críticos e seus inimigos; e, antes de tudo, seguia os profetas de Deus. Esta humildade e esse espírito pronto a aprender são as características que fizeram com que Deus o classificasse como o melhor líder de Israel.

Davi, por ser fiel e amar ao Senhor e à sua Palavra, soube se conduzir como iniciante e também portar-se numa posição elevada e de autoridade. Em ambos os casos, Davi estava instruído a como se conduzir: quando era dirigido como subordinado e quando dirigia como chefe. Não é fácil executar tarefas mais difíceis, extensas e complexas quando se aprende bem a fazer as mais simples, buscando ao Senhor, o divino Mestre, que tudo conhece.

Pr. Elias Ribas

pr_eliasribas@yahoo.com.br

ACHEI DAVI

“...Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade” (Atos 13.22).

Já aprendemos que Deus está a procura de verdadeiros adoradores, aqueles que o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.23-24). A palavra empregada aqui é Aletheia e é o oposto de fictício, fingido ou falso. Denota veracidade, realidade, sinceridade, exatidão, integridade, confiança e propriedade.

Uma coisa é buscar a Deus, outra coisa é ser buscado por Ele. Deus está a procura de verdadeiros adoradores!

1. ...Homem”.
Deus está procurando homens de verdade (Êx 18.21). “Homem” aqui, não se refere a sexo, mas no sentido de maturidade, seriedade, compromisso, responsabilidade, fidelidade, disposição para aprender, alguém de palavra. Para maior eficiência e resultados na obra do Senhor continua válido ainda hoje.

Davi era um homem de responsabilidade (1º Sm 16.11). Todos os irmãos de Davi já estavam em casa e Davi estava ainda cumprindo seu trabalho o responsável trata tudo com seriedade e dedicação não tem brincadeira, desempenha bem sua função Deus só chama responsáveis, pessoas querem ser segundo coração de Deus mas não tem responsabilidade com nada.

Deus não procura “crianças” (imaturidade)! Mas pessoas moldadas pela Sua Palavra, que temem a Deus, instruídas na verdade e totalmente dedicadas à Sua causa. Deus está buscando uma Igreja comprometida, madura, santa e irrepreensível, sem mácula, sem mancha e sem ruga (Ef 5.27).

Quando falamos de adoração, logo lembramos de Davi, e este tinha uma característica - estava cuidando das ovelhas de seu pai (1º Sm 16.11). Aqui, podemos aprender uma lição prática: Nós músicos, precisamos aprender andar com pessoas, cuidar delas, conhecer as necessidades da nossa igreja e dos nossos pastores, em vez de sermos egoístas pensando apenas em nós e no “nosso ministério”!

Mais adiante, Davi comentou com Saul que havia matado um leão e um urso em defesa das ovelhas de seu pai (1º Sm 17.34-35). Seu pai nunca pediu que colocasse em risco sua própria vida em defesa das ovelhas e nem acharia ruim se ele não fizesse isto, mas Davi teve esta atitude porque era uma pessoa responsável. Deus procura pessoas assim, que não desistem dos desafios na primeira dificuldade que surge! Existem pessoas que enxergam problema e dificuldade em tudo! O que lhe é pedido nunca pode ser feito porque sempre encontra algum empecilho, “não posso carregar a caixa de som...”, “não posso isso...”, “não posso aquilo...”, etc; sempre há uma desculpa, mas quem tem “desculpas” não têm frutos!

O homem quando é servo de Deus, gosta de responsabilidade e parte para os desafios para vencer! Existem pessoas que desistem fácil dos desafios, normalmente são aquelas que nunca terminam aquilo que começaram a fazer.

Davi ao visitar o exército israelita, que estava acampado de fronte dos filisteus, ouviu as ameaças blasfêmias de Golias. Davi creu que Deus lhe daria capacidade para matar. O gigante Golias enfrentava Israel dizendo: “Daí-me um homem...” (1º Sm 17.10); em outras palavras, “Tem homem aí...?”. Existem muitos músicos que fogem dos desafios, mas Davi se colocou à disposição e matou o gigante Golias (1º Sm 17.23-52).

2. “...segundo o meu coração...”
Davi é esse homem. Davi era um homem segundo o coração de Deus (1º Sm 13.14), pelas seguintes razões:

a) Cria em Deus desde a sua juventude.
b) Buscava diligentemente e continuamente a face de Deus e os seu conselho, dependendo inteiramente Dele (1º Sm 23.-4; 30.8; 2º Sm 2.1; 5.19, 23).
c) Adorava a Deus com a totalidade se seu coração e instruía a nação inteira de Israel a fazer o mesmo (1º Cr 15.16).
d) Reconhecia humildemente que Deus era o verdadeiro Rei de Israel e que ele mesmo não passava de um representante Dele (2º Sm 5.12).
e) E na sua conduta pública obedecia ao Senhor e cumpria a sua vontade de modo geral (At 13.22).

Já em tenra idade, Davi cultivava um coração voltado para Deus como seu pastor espiritual (Sl 23). O fiel coração de Davi diante de Deus (1º Sm 16.7), foi a razão da sua escolha, por Deus, para o rei de Israel.

“...segundo o meu coração...” significa ter a forma do coração de Deus, que saiu do coração, formato do coração de Deus e parecido com Deus. Ter o formato do coração de Deus é agir como Ele age, sentir como Ele sente e pensar como Ele pensa! Para termos o formato do coração de Deus precisamos conhecê-lo, tendo intimidade e relacionamento com Ele (Sl 25.14). Precisamos aprender a conhecer Sua voz!

Em Romanos 12.2, diz: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Não vos conformeis, significa, não devemos tomar a forma de. Estamos neste mundo, mas não pertencemos a este mundo! Pertencemos ao Reino de Deus!

Essa é uma experiência diária, por meio da qual, podemos perceber que a vontade de Deus, a qual o próprio Jesus se referiu, na oração modelo (Mt 6.10; Lc 11.2), não é para o mal, mas para o bem daqueles que se comprazem em viver em conformidade com Sua vontade. É uma pena que muitos cristãos, em sua vida carnal, vejam a vontade de Deus como um fardo, quando o Senhor disse que o seu jugo é suave e leve (Mt. 11.28). O desejo de Deus, como o foi para o antigo Israel, e também para as nossas vidas, não são para a morte, mas para que vivamos em paz e em comunhão com Ele que nos chamou (Dt 30.16,19). A menos que entendamos isto, viveremos como o filho da parábola que ficou em casa, mas não desfrutava de suas riquezas (Lc 15.30).

Davi era um homem segundo o coração de Deus (1º Sm 13.14), porque tinha um coração quebrantado (Sl 51.17) e sempre estava disposto a aprender. Uma das características de uma pessoa quebrantada é que ela deseja andar no Temor do Senhor, que significa levar Deus a sério!

Davi pecou contra Deus: adulterou com Bete-Seba, mesmo sabendo de quem era esposa (2º Sm 11.3), Davi procura oportunidade para ficar com a mulher de Urias (2º Sm 11.3), e providenciou para que ela fosse trazida ao seu palácio. Após ter cometido adultério e informado da sua gravidez mandou chamar Urias para que ele passasse a noite com sua esposa (2º Sm 11.8-9). Posteriormente, Davi descobriu que Bate-Seba estava grávida, esperando um filho dele. As tentativas de Davi para levar Urias à sua casa falharam. Agora ele apela para o extremo, que é matá-lo. Em desespero, Davi o envia de volta às tropas, com instruções ao comandante Joabe de por em frente da batalha onde ele foi morto (2º Sm 11.15-17). Urias morreu em batalha, todavia, Deus estava atento e expôs todo este caso diante de Davi, através do profeta Natã (2º Sm 12.1-7).

Davi, adulterou, matou, mentiu, traiu sua nação, cometeu vários erros em julgamento, era um mau administrador e, por fim, era incapaz de cuidar de sua casa. Então como dizer que Davi era um homem segundo o coração de Deus? A resposta está no fato de que, a cada erro, Davi se arrependia; e de modo igualmente importante, ele aprendia com seus erros. Deus observou o arrependimento de Davi (Sl 51.4). Pela boca do profeta Natã, Deus puniu o pecado de Davi (2º Sm 12.1). E Davi não escondeu seu pecado, mas confessou diante de Deus (Sl 32.5).

É assim que acontece com qualquer um de nós. Pecamos, nos arrependemos - verdadeiramente - e Deus nos perdoa. Quando Ele perdoa, esquece (Is 38.17 e Jr 31.34b). E não somente esquece, mas aponta-nos como referencial de testemunho e conduta.

É possível ser perfeito? Se você acha que ser perfeito significa nunca cometer um erro, não, claro que não é possível. Mas graças a Deus que o conceito bíblico de perfeição é completamente diferente. Para Deus, ser perfeito é “andar com Ele”, como andou Enoque, Noé, Abraão, como andou Davi.

Para os seres humanos, uma pessoa é perfeita, santa, justa, íntegra, quando nunca comete nenhum erro, quando faz tudo certinho, quando cumpre todas as normas, leis e regulamentos.

Quando Deus olha para nossas vidas o que Ele procura, não é a perfeição, ser Cristão não significa ser perfeito. A Bíblia diz que não existem homens perfeitos, nem um só homem (Rm 3.10), todos nós pecamos, todos nós desobedecemos a Deus, e é essa obediência que nos separa de Deus. O único homem que andou na terra que é perfeito, é Jesus Cristo. Ele cumpriu exatamente a vontade do Pai (Mt 3.17), Jesus não conheceu o pecado.

Para Deus, uma pessoa é perfeita quando se dispõe a andar com Ele, quando faz de Cristo o mais importante da vida. Quando compreende tudo o que Cristo fez na cruz por ele e clama por um novo coração capaz de amar, quando sente dor por todo o sofrimento que causou a Cristo com seus erros passados. Para Deus uma pessoa é perfeita quando olha para a cruz e se apaixona por Cristo.

No entanto, ao longo de sua vida, Davi procurou ser um homem reto, e o desejo de seu coração era fazer a vontade de Deus. Esse é o tipo de pessoa que Deus procura (cf. Jr 5.1-9). De acordo com o que podemos ver com relação a Davi, Deus não espera perfeição. Apesar de tudo o que Davi fez de errado na vida, Deus examinou-lhe o coração e disse que ele era um homem segundo o seu coração, alguém que sempre buscou fazer a vontade divina.

Como já vimos, Davi não foi um homem perfeito, mesmo assim, não podemos deixar de atentar para sua espiritualidade exemplar que nos serve de modelo ainda hoje.

A nossa adoração não deve parar por causa de lutas e dores. Nossa adoração a Deus de fato trará libertação da luta e da dor. A adoração liberta o coração do poço mais profundo e da feiúra do pecado.
Deus descobriu em Davi um exemplo de adorador em virtude como lidou com seus fracassos e não com seus sucessos.

Deus descobriu o que Ele estava procurando em Davi. Ele o chamou de “um homem segundo o Seu coração” (1ª Sm 13.14). Hoje Deus está procurando o mesmo de nós.

Eu creio que o que chamou a atenção de Deus não foram somente os seus atributos mas o seu coração de adorador, que nos seria revelado de forma íntima transparente e intensa por meios dos “Salmos de Davi”.
O que havia no coração de Davi que fê-lo ocupar um lugar tão especial no coração de Deus? Davi compreendeu que a adoração não se restringia simplesmente a adorar a Deus quando tudo estava bem. Em meio a grande tribulação, Davi era capaz de reconhecer a grandeza de Deus (Sl 10). Até mesmo em seu pior pecado, ele conseguiu ir ao Senhor, arrepender-se e ser purificado para que pudesse adorá-Lo novamente (Sl 51).

Quando o adorador entra na presença de Deus, ele é recebido com uma das virtudes mais gloriosa de Deus – sua misericórdia!

Podemos ver a misericórdia de Deus em ação na vida de Davi. Ele era um rei ordenado por Deus para governar uma nação, um grande herói e um grande modelo para nós. Mesmo assim, Davi teve de confessar seu pecado e pedir perdão por ele, e isso fez dele um adorador de Deus.

Deus somente recebe nossa adoração quando confessamos os nossos pecados. É isto que Deus exige como arrependimento.

“Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Mq 6.6-8).

O que Deus exige de nós na adoração? Tem sido dada muito mais ênfase aos métodos de adoração do que ao coração do adorador. Deus não exige que sempre que eu entre na Sua presença dobre os joelhos ou levante as mãos. Estes atos físicos de rendição são agradáveis a Ele, mas Ele se preocupa primeiro com o meu coração.

O que o Senhor busca em você e o que está procurando em seu coração? Deus deseja que:
a. Você pratique a justiça (Viva a Palavra de Deus).
b. Ame a misericórdia (pois lhe tem sido revelada misericórdia).
c. Caminhe humildemente diante dele (Mt 11.29).
Deus quer que vivamos uma vida de adoração e não apenas tenhamos momento de adoração.

3. “...que fará TODA a minha vontade”.
Davi foi um homem segundo o coração de Deus, o que nos faz entender que Davi não fazia a sua própria vontade, mas a do Senhor. Devemos ser obedientes a voz do Senhor! Se não formos obedientes a Sua voz seremos rebeldes, e a Bíblia diz que “a rebelião é como o pecado de feitiçaria” (1º Sm 15.23).

Você percebe que a questão não é simplesmente andar com Deus como já vimos. O importante é andar “humildemente” com Ele. É Ele que dirige. É Ele que mostra o caminho. É Ele que diz como as coisas serão melhores para ambos. Eu O amo e aceito Seu conselho porque Ele sabe o que é bom para mim. Não sou eu que dirijo a caminhada, não sou eu que devo levar Deus por onde acho que devo ir. Apenas seguro a Sua mão e vou. Ele é meu Pai, meu Amigo, meu Irmão, Ele é meu princípio, meu fim, Ele é tudo. Eu apenas me abandono em Seus braços de amor e vou por onde Ele quer e faço o que Ele disser. Afinal de contas, Ele conhece o caminho e o que mais quer é que eu seja feliz.

A palavra toda aqui significa fazer TODA a vontade de Deus. Existem duas vontades no universo, a de Deus e a do diabo. Por isso Jesus disse: “Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mt 12.30). Não podemos servir a dois senhores (Mt 6.24), portanto, ou estamos servindo e obedecendo a Deus, ou ao diabo; ou estamos fazendo a vontade de Deus ou a do diabo! Não existe meio termo. Será que estamos no centro da vontade de Deus? Para sermos obreiros aprovados (2ª Tm 2.15) precisamos estar no centro da vontade de Deus! Não basta sermos usados por Deus, pois Ele usa quem quiser e a hora que quiser, precisamos ser aprovados por Ele. Tem muita gente que está sendo usada, mas não está sendo aprovada por Deus, pois não estão no centro da Sua Vontade! E a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2) sob o prisma d’Ele, mas para nós muitas vezes não é fácil e nem agradável!
Aplicando esta realidade no ministério da música, podemos perceber que existe tanto a parte “boa” como a “amarga” com relação a nossa participação no ministério. Tem gente que só se interessa pela parte “boa”! Precisamos aprender a comer o “cordeiro todo”, como foi a orientação de Deus à Moisés para o povo de Israel no Egito (Êx 12.1-14), e isso implica partes boas e partes duras, ruins e amargas. Estamos dispostos seguir a orientação de Deus? Vão existir momentos em que teremos que realizar coisas que não queremos, mas faremos porque é a vontade de Deus para a nossa vida, e o que mais importa é obedecer-lho e realizar a Sua Vontade! Deus continua procurando verdadeiros adoradores! [Turbay].

Pr. RONALDO BEZERRA

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A IMPORTÂNCIA DA PREGAÇÃO DO EVANGELHO

Quando avalio a responsabilidade da Igreja na evangelização do mundo e no significado da cruz, lembro o apóstolo Paulo que tinha estes dois temas como o ponto central da sua mensagem evangelística.

Outro dia, lendo um texto que relata uma palestra realizada num antigo Congresso Internacional de Evangelização Mundial, promovido em Lausanne, Suíça, em 1974, pelo bispo cristão- anglicano Festo Kivengere, falecido em 1988, considerado o Billy Graham da África, achei interessante quando ele destacou seis aspectos práticos da cruz de Cristo na pregação da poderosa mensagem de Deus para a salvação do homem:

1. A cruz é a mensagem de evangelização: toda a fé cristã converge para o amor de Deus demonstrado no Calvário.

2. A cruz é a força motivadora da evangelização: nela se concretiza a vontade de Deus para salvar os perdidos, a fim de que todos possam conhecer seu maravilhoso amor.

3. A cruz é a inspiração da evangelização: o amor de Deus demonstrado na cruz vale sempre como fonte inspiradora dos crentes para a proclamação do evangelho.

4. A cruz é o preço da evangelização: basta o fato de que Cristo "esvaziou-se" de toda sua glória para trazer as boas-novas de salvação à humanidade para que também estejamos prontos a pagar um preço pela evangelização no mundo.

5. A cruz é a força da unificação da evangelização: por ela somos constrangidos a manter a unidade da igreja e o amor fraternal para a realização da obra de evangelização no mundo.

6. A cruz é a força atrativa da evangelização: é o amor do Cristo crucificado que transforma vidas, quebranta corações e atrai os homens para Deus.

A declaração de Paulo em 1ª Co 1.17 é muito importante: "Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho". Pregar o evangelho, significa levar as boas novas aos outros, isto é, as mesmas novas trazidas por Jesus Cristo. Como Ele disse: "Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós" (Jo 20.21). Paulo confessa ter sido escolhido por Deus nesse divino propósito e, por isso, considera a evangelização sua principal tarefa como servo do Senhor. Não quer dizer que Paulo jamais tenha batizado alguém ou que se recusasse a fazê-lo porque ele mesmo enumera em 1ª Co 1.14-16, quantos batizou e declara que nem sabe se batizou mais pessoas. Ele não menospreza a importância do batismo como ordenança do Senhor, mas estabelece a pregação do evangelho como elemento primordial do seu ministério. Paulo não quis colocar o batismo no mesmo nível da pregação, mas quis dizer que a pregação do evangelho precede o batismo. Era um homem com sincera paixão pelas almas perdidas e não se deixava envaidecer pelos resultados do seu trabalho.