TEOLOGIA EM FOCO: O JULGAMENTO DOS ANJOS CAÍDOS

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O JULGAMENTO DOS ANJOS CAÍDOS




1ª Coríntios 6.3 “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” 

Tendo como base na teologia paulina, que vai haver um tribunal celestial onde os anjos serão julgados. É certo que, estes anjos que sentarão no banco dos réus, serão os anjos caídos, isto é, os demônios serão julgados por sua escolha em seguir a Satanás e virar as costas para Deus.

Originalmente todos os anjos foram criados perfeitos e sem pecado. Eles foram criados plenamente estabelecido pelo caráter de Deus que é absolutamente santo (Ap 15.3-4).

Os anjos caídos são basicamente criaturas que se rebelaram junto com Lúcifer contra Deus, desistiram de seguir o caminho virtuoso. Por isso, se tornaram anjos maus ou demônios.

A maioria dos teólogos afirmam que a queda dos anjos aconteceu antes da criação citada em Gn 1.2, entre os vs. 1e 2; que foi esta queda que fez a criação original tornar-se “sem forma e vazia” (Gn 1.1).

Segundo alguns eruditos a queda de Satanás e seus anjos tem como base bíblica nos profetas Ezequiel 28.12-17e Isaías 14.12-14. Destas passagens, podemos deduzir que Satanás era, no princípio, o querubim da guarda, o ungido, o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Ele vivia no Éden, um jardim mineral. Ocupava uma posição sobre as demais criaturas celestiais. Ao criar os anjos Deus deixou o livre arbítrio, ou seja, tinham vontade própria, capacidade de pecar e a capacidade de não pecar. Lúcifer também tinha uma vontade com a qual ele podia escolher livremente.

Lúcifer, como Adão, tinha uma decisão a tomar. Ele poderia aceitar que Deus era Deus ou poderia decidir escolher que ele seria o deus para si mesmo.

A queda dos anjos foi lidera por Lúcifer, uma revolta deliberada contra o seu Criador. Embora apontado e designado para ser guarda do trono de Deus (conf. Ez 28), aspirou a posse de um trono para ele mesmo, e governar sobre “as estrelas de Deus”, isto é, os anjos (Jó 38.7; Jd 13; Ap 12.3-4).

Por causa da desobediência os anjos perderam sua santidade original e se tornaram corruptos na sua conduta (Mt 10.1; Ef 6.11-12; Ap 12.9), se tornaram ímpios e pecadores.

Os anjos foram levados a duvidar da bondade e amor de Deus, presumindo o “novo líder” superior, como aconteceu ao primeiro casal humano.

A ambição e o desejo de possuir aquilo que não era seu, levou Satanás a ruína. De qualquer forma foi o egoísmo, descontentamento com aquilo que ele tinha e o desejo ardente de conseguir tudo o qualquer outro tivesse. Sem dúvida a queda de Satanás foi também a queda dos outros. Por isso diz o apóstolo João no livro das revelações: “E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra...” (Ap 12.4).

A terça parte dos anjos foram seduzido por Lúcifer, tornando se rebeldes ao Criador. Porém o fim deles será de condenação. O apóstolo Pedro descreve o destino deles. O juízo de Deus sobre eles não tarda para destruí-los. “Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo! (2ª Pe 2.4). Sobre esse assunto, devíamos usar uma passagem similar de Judas 6 que diz: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”.

Pedro e Judas tinham os mesmos anjos em vistas. Nem Pedro nem Judas falam da natureza do pecado dos anjos. Segundo Judas, os anjos não conservaram suas posições de autoridade, mas abandonaram sua própria morada. A queda dos anjos é descrita como abandono de suas funções nos céus, seu lar original. Como punição para este pecado, Deus os lançou no inferno. Inferno do hebraico Sheol, do grego hades, que significa: lugar de suplício, penas e açoites.

“Precipitando-os no inferno”. É uma única palavra em grego tartaroo, que ocorre somente aqui, e que significa “lançar dentro; manter cativo”.

Na mitologia grega, tartaroo, designava a área mais profunda do hades, reservado para a punição dos deuses desobedientes. Pedro usa essa expressão para designar a ideia de que os anjos caídos agora estão na prisão de trevas e morte, separados da divina fonte de vida.

No mundo antigo, os presos eram geralmente forçados a trabalhar e em muitos casos ficavam aguardando o julgamento em execução da pena já sentenciada contra eles (Lv 24.10-12; Nm 15.32-36). De acordo com Pedro, os anjos caídos estão encarcerados em trevas espirituais, no reino dos mortos esperando a execução de sua sentença. Eles já foram julgados. Embora uma parte dos demônios estão livre e ativos no mundo dos humanos (1ª Pe 5.8; Jd 9) sob o comando de seu líder Satanás.

O tempo quando os anjos serão julgados, nos parece que ocorrerá depois da volta em Cristo em Glória, depois do reino milenar de Cristo. Esse julgamento será para os anjos caídos. Satanás e algumas de suas hostes estão em liberdade para operarem os seus desígnios, dentro dos limites estabelecidos por Deus.

Satanás será primeiramente algemado no início do Milênio e então, no final de mil anos ele será solto por um pouco de tempo, e por fim será lançado no lago de fogo.

É claro que o Milênio não é o estado final. Os mil anos que Satanás passará no abismo não produzirão nenhuma mudança em seu caráter maligno. A Bíblia ensina que, terminado o Milênio, Satanás será solto de sua prisão por algum tempo (Ap 20.3, 7-10).

A Igreja fará parte desse julgamento. A Bíblia assegura que Deus é o juiz do mundo (Sl 96.13; At 17.31; Ap 20.11-15), até mesmo dos anjos maus (2ª Pe 2.4; Ap 12.9). Por que, então, Paulo afirma que os cristãos serão os juízes do mundo e dos anjos?

Na teologia paulina, ele nos ensina sobre o juízo arbitral da Igreja (6.1-6). Sabemos que por nós mesmos não temos qualquer condição de nos colocar na posição de juízes. Somos apenas os instrumentos mediante os quais Deus executa o Seu julgamento. Não competirá a nós tomar as decisões finais.

A Bíblia afirma quando Cristo voltar estaremos como Ele, ou seja, participaremos com Ele do grande julgamento, pois estaremos na posição de perdoados, de justificados. O que Paulo está dizendo, que em virtude do relacionamento com Cristo, os crentes julgaram o mundo e os anjos juntamente com Ele, isto é, Igreja está unida ao grande Juiz de toda terra por isso estaremos juntos nesse julgamento.

Depois deste julgamento (1ª Co 6.3), serão lançados no lago de fogo (Mt 25.41-46; Jd 6; 2ª Pe 2.4) e logo após o julgamento dos anjos caídos acontecera o juízo do Grande Trono Branco e da destruição do antigo céu e Terra.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

Um comentário:

  1. Excelente estudo. Esclareceu bastante as minhas dúvida. Deus os abençoe em Cristo Jesus. Abraços

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