TEOLOGIA EM FOCO: setembro 2015

sábado, 12 de setembro de 2015

O JULGAMENTO DAS NAÇÕES

 Mateus 25.31,32 “E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória; 32- e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. 33- E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. 34- Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; 35- porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; 36- estava nu,e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. 37- Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? 38- E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 39- E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? 40- E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. 41- Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; 42- porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; 43- sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não me visitastes. 44- Então, eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão e não te servimos? 45- Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando o a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. 46- E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna.” 

Após a vinda de Jesus em glória (Ap 19.11-21) e a derrota final do Anticristo e do Falso profeta no Armagedom (Ap 19.11-21), Satanás será preso por mil anos e lançado no abismo (Ap 20.1-3). Portanto, ao findar os sete anos da Grande Tribulação, ou seja, a última semana do profeta Daniel (9.25-27), dar-se-á o julgamento das nações, e sequenciado pelo Milênio. O alvo imediato desse julgamento será pôr fim à guerra de rebeldia instalada de ordem mundial, e trazer a ordem ao mundo (Ap 16.12-21; 19.11-21). Então assentar-se-á como Rei e Juiz, em glória e poder e todos os povos comparecerão perante Jesus.

Este julgamento será para todas as nações, ou seja, o restante dos povos que não morreram na Grande Tribulação. Esse julgamento, não é o julgamento do “Grande Trono Branco” o “O Juízo Final” de Apocalipse 19 e sim daqueles “ …que restaram de todas as nações que vieram contra Jerusalém …” (cf Zc 14.16), mas que, sem dúvida, incluirá também aquelas nações que durante séculos reconheceram Israel como nação do Senhor (Sl 122.6; Mt 25.40).

Mateus é um julgamento dos vivos; Apocalipse é um julgamento dos mortos. O julgamento de Mateus acontecerá antes do milênio e Apocalipse depois do milênio. O julgamento de Mateus será na terra, porém, Apocalipse será no espaço. Em Mateus Jesus fala de grupos, a saber: ovelhas, bodes e irmãos presentes. Apocalipse só os perdidos. Em Mateus, será um julgamento coletivo. Apocalipse será um julgamento individual. Em Mateus sem ressurreição exceto dos mártires da Grande Tribulação. Em Apocalipse após a segunda ressurreição.

Esse primeiro julgamento de Mateus 25.31-46 objetiva selecionar as nações que ingressarão no Milênio, ou seja, as que farão parte no reino milenar de Cristo. Vejam: “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o REINO que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34). O segundo julgamento de apocalipse 20.11-15, será um julgamento para pôr fim toda a maldade do universo e estabelecer o estado eterno.

Neste julgamento, estarão os judeus e as nações da terra. Segundo Mateus 25.33, as nações serão separadas em dois grupos. As ovelhas e os bodes. E então o Senhor porá as ovelhas à sua direita (aqueles que apoiaram Israel na Grande Tribulação), mas os bodes à esquerda (os inimigos de Israel no governo do Anticristo). Jesus destruirá os bodes com Sua espada (Ap 19.19-21): “reis da terra e seus exércitos” são os bodes referidos em Mateus. Serão colocados pelo Senhor Jesus à sua esquerda, e lançados para o fogo eterno.

As “ovelhas” representam uma classe de nações e os “cabritos” representam outra classe. Os “irmãos” de Jesus (segundo a carne), na opinião de eruditos, são os judeus. A base do julgamento será então a maneira pela qual essas nações trataram Israel (Mt 10.6; Jo 1.11; Rm 9.5). O propósito é determinar quem entrará no Reino de Deus (Dn 7.9-14-22; Ap 11.15) e a dar aos mansos a terra como prometido (Sl 37.11; Mt 5.5). Este princípio de relações divinas com as nações foi estabelecido há muitos séculos passados, na ocasião do pacto com Abraão; “abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (Gn 12.1-3). Essa promessa refere-se não somente a Abraão. Como também à sua posteridade. 

O remanescente de Israel será salvo. Há uma promessa de Deus, que um remanescente de Israel seria preservado para salvação nos últimos dias pela graça maravilhosa de Deus. “E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar. Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira! Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. E este será o meu concerto com eles, quando eu tirar os seus pecados.” (Romanos 11.23-27)

Segundo o novo comentário bíblico do Antigo Testamento a palavra remanescente significa sobrevivente, estes são aqueles que no momento do cerco do Anticristo foram salvos milagrosamente quando o Senhor Jesus vem em glória e Seus pés repousam sobre o monte das oliveiras e monte de abre no meio e os judeus escapam por esta fenda aberta.

Os judeus rejeitaram ao Senhor quando veio ao mundo como Messias (Jo 1.11-12). Porém, mediante a promessa feita, o Senhor resolveu salvar a Israel considerado o filho pródigo, que não quis participar da festa do Pai (Lc 15.25-32). Nesse dia Israel vai entrar para festa do Reino, porque reinará com o Senhor por mil anos na Terra.

Quando a plenitude dos gentios se cumprir, Deus voltará a tratar com Israel. A rejeição de Israel é parcial e temporária. Por isso que afirmamos que Israel continua sendo povo de Deus. O apóstolo prevê a salvação em massa dos judeus (11.26,27), quando o Messias voltar (Ap 1.7), algo também previsto pelos profetas do Antigo Testamento (Is 59.20; Zc 12.10).

Para o povo judeu será um grande e aguardado momento, quando o Senhor cumprirá Sua promessa de reino eterno, feita a Abraão, e confirmada a Davi. A promessa diz que nunca faltaria sucessor em seu trono.

O remanescente de Israel será então recolhido de entre as nações em toda terra e o reino milenial de Cristo terá início, em que Israel será “a cabeça” e não a “cauda” entre as nações. O resto das nações (as ovelhas), reconheceram a Deus e ao lado do povo israelita honrarão ao Senhor (Zc 14.16).

Naturalmente, conforme já notamos, a salvação do povo de Israel será uma prioridade máxima, uma vez que esse país já terá retornado no plano divino. O evento do retorno do Senhor resultará na volta do povo judeu ao Seu Deus, em tristeza e arrependimento.

A vinda gloriosa de Cristo resultará no estabelecimento de um reino mundial de retidão, chamado de milênio ou reino milenar (mil anos de justiça e paz sobre a terra). Este governo de Cristo será mundial e ainda antes do Juízo Final. Aqui também se cumpre o sonho dado a Nabucodonosor em sua íntegra, onde os pés de ferro e barro são esmiuçados, cumprindo-se espetacularmente mais uma profecia (Dn 2.44-45).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau -SC