TEOLOGIA EM FOCO: julho 2015

segunda-feira, 27 de julho de 2015

A GRANDE BATALHA DO ARMAGEDOM


“Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol. Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha). Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom” (Ap 16.12-16).

I.        O SIGNIFICADO DA PALAVRA ARMAGEDOM

As duas letras iniciais “ar” de Armagedom significa “monte”, “colina”, e Armagedom significa “colina de megido”. A raiz da palavra “Megido” significa “derrubar”, “cortar”, “matar”. Outra interpretação da palavra Armagedom é: “abater o alto”, “matança”. Em todos os casos, o nome indica acontecimentos que se darão por ocasião da luta final. Este é um lugar no centro de Israel à entrada ocidental para o Vale de Jezreel. O Rei Salomão tinha enormes estábulos lá e Napoleão chamou esse vale de o mais ideal campo de batalha na terra. Aqui ele é usado como o palco para as tropas reunidas contra o anticristo e haverá um terrível derramamento de sangue.

II. QUANDO ACONTECERÁ A BATALHA DE ARMAGEDOM?


Quando faltarem poucos dias para a volta de Cristo em glória a esta terra, o Anticristo irá congregar todas as nações para a batalha do Amargedom, guerra essa que terá por finalidade destruir por completo o povo judeu (Ap 16.13-14). Dentro da maior angustia e desmaiando de terror, Israel será arrastado ao martírio no vale de Jezreel.

Quando essa guerra estiver para estourar, os 7 anos de grande tribulação já terão terminado e o tempo do Anticristo chegará ao fim.

O derramamento da sexta taça da cólera tem uma profunda conseqüência geopolítica e profética, pois no Apocalipse 16.12 diz: “Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol” (Ap 16.12). Esse grande rio situa-se na fronteira norte de Israel. O Eufrates é o maior e mais importante rio da Ásia ocidental. Ele nasce nas montanhas da Armênia e desemboca no Golfo Pérsico. Ele forma a fronteira natural e protetora entre Israel e os povos a leste.

O significado do Eufrates como fronteira natural e espiritual desaparecerá, portanto em breve, quando a sexta taça da cólera de Deus for derramada sobre o mundo. O grande rio irá secar ficando sem esta barreira, e então Israel estará no maior perigo.

Todos os reis da terra serão ajuntados contra Israel: “Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom” (Ap 16.16). “Multidões, multidões no vale da decisão” (Jl 3.14).

III.  COMO ESTARÁ ISRAEL NESTE DIA?


Israel estará cercado pelos grandes exércitos do Anticristo, para se cumprir o que está escrito no livro de Zacarias: “Está chegando o dia em que o SENHOR Deus julgará as nações. Então a cidade de Jerusalém será conquistada, e os inimigos repartirão entre si tudo o que encontrarem nela. O SENHOR ajuntará todas as nações para atacarem Jerusalém. A cidade será conquistada, tudo o que estiver nas casas será levado embora, as mulheres serão violentadas, e metade dos moradores será levada para o cativeiro. Os outros poderão ficar em Jerusalém” (Zc 14.1-2).

Os exércitos de milhões que então se ajuntarão, vão se espalhar por quilômetros para atacar Jerusalém: “Levantem-se as nações e sigam para o vale de Josafá” (Jl 3.12). Nessa hora de angústia e desespero para o povo judeu, onde estarão em plena luta, serão surpreendidos pela presença majestosa do Senhor que virá dos céus para livrá-los. Jesus descerá dos céus com santos e Seus anjos descerão sobre o Monte das Oliveiras o qual irá se fender até o vale de Josafá onde ficará com maior extensão para a o julgamento das nações.

“Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade, para o sul. Fugireis pelo vale dos meus montes, porque o vale dos montes chegará até Azal; sim, fugireis como fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá; então, virá o senhor, meu Deus, e todos os santos, com ele” (Zc 14.4-5).

Jerusalém é designada por “cidade santa” (Ap 11.2); para ela o Senhor tem um ajuste de contas especial (Is 28.17-21; Os 12.2; Mq 6.2); o Senhor reunirá Israel em Jerusalém e a purificará de todos os seus pecados, “como se funde a prata no meio do forno” (Is 1.21-28; Ez 22.19-22).

IV.  O LAGAR FOI PISADO FORA DA CIDADE


“E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios” (Ap 14.20). Jerusalém é a cidade em referência. Fora da cidade significa a Palestina em seu todo. “Seiscentos estádios” correspondem aproximadamente a trezentos quilômetros. Isso, por sua vez, mostra que a luta final dos povos em Armagedom atingirá mais que todo o território atual de Israel.

Em Lucas 21.20 e 24 o Senhor diz: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles”. Isso se cumpriu em 70 d.C. Mas Mateus 24 menciona algo que não aparece no Evangelho de Lucas, pois se cumprirá apenas nos tempos do fim: “o abominável da desolação” (v. 15).

No Evangelho de Lucas, que trata primeiro da destruição do templo em 70 d.C., está escrito: “...haverá grande aflição na terra” (Lc 21.23) (não está escrito: “grande tribulação”). Mas em Mateus 24, que em primeira linha fala dos tempos do fim, lemos sobre uma “grande tribulação” “como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (v. 21). A expressão “grande tribulação” diferencia nitidamente a angústia de 70 d.C. da “grande tribulação” no final dos tempos.

V.     O LAGAR ESTÁ CHEIO

O profeta Joel, em sua visão profética desse mesmo acontecimento diz: “O lagar está cheio” (Jl 3.13). Formar-se-á um grande rio de sangue, cuja torrente atingirá 1.600 estágios que equivale 296 km de comprimento por 1,20 metros (altura de um freio de cavalo). E toda aquela área João vê como um mar de sangue coagulado.

O que encontramos agora individualmente em pessoas em poder e maldade, aparecerá aglomerado em Armagedom: todos os poderes humanos e demoníacos estarão ali reunidos, ou seja, o dragão, a besta, o falso profeta, os reis da terra, os espíritos imundos. Eles marcharão para armagedom com os mais terríveis armamentos e os inventos mais desenvolvidos do espírito humano.

Lá se reunião todas as nações para a batalha final. Deus permite que se chegue a esse clímax: ele cala-se. Mas então acabará definitivamente seu tempo de silêncio. Cumprir-se-á então a palavra de Isaías: “Por muito tempo me calei, estive em silêncio e me contive; mas agora darei gritos como a parturiente, e ao mesmo tempo ofegarei, e estarei esbaforido. Os montes e outeiros devastarei e toda a sua erva farei secar; tornarei os rios em terra firme e secarei os lagos” (Is 42.14-15).

Quando vemos o desenvolvimento em nossos dias, ficamos apavorados com relação à ameaça a Israel e Jerusalém. Mas a situação vai ficar ainda muito pior. Israel será cercado de exércitos. As nações cercarão Israel, mas quando aflição for maior e a tribulação de Israel tiver atingido seu clímax, o Senhor sairá, como pelejou no dia da batalha, conforme o que está escrito em Zacarias 14.4-5.

Quando a batalha do Armagedom, que é uma realização visível do salmo 2.1-3, estiver sendo realizada com todo o furor, acabou o tempo do silêncio de Deus.

“Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo: rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas. Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá. Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão.Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra” (Sl 2.1-10).

O Senhor Jesus Cristo estabelecerá Seu reino em Israel e de lá exercerá Seu abençoado domínio de paz sobre o mundo. O motivo porque até ao dia de hoje Israel é incapaz de ver isso, é somente por causa das nações, pois romanos 11.25-27 diz: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados”.

A cegueira de Israel durará até o momento em que se alcançar a plenitude dentre os gentios, até o momento em que o último dentre as nações tiver os olhos abertos. Então acontecerá o arrebatamento da Igreja, e em seguida começará a grande tribulação com suas ondas de juízos e a grande batalha final em Armagedom. Então Jesus voltará, e Israel o verá e se converterá a ele, a quem transpassaram.

Deus vê todas as nações da Sua perspectiva divina, e confronta-as com Seu poder divino. Ele vê os exércitos do mundo inteiro, e ri deles.

O orgulho humano terá atingido seu clímax, e então terá chegado o momento de Deus para desmascarar a Satanás e seus espíritos da mentira, descera do céus para julgar as nações e estabelecer Seu reino milenar: “O SENHOR será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o SENHOR, e um só será o seu nome” (Zc 14.9). 

Então se calará o riso do homem e começará o tempo de Deus rir.

VI.  A PEDRA ANGULAR


A batalha do Amargedom se dará no fim dos tempos, quando judeus estarão sendo sitiados pelos poderes gentílicos sob o reino do Anticristo e o falso profeta (Ap 13.1-18). Esta última grande batalha dos “tempos dos gentios” e do presente século, tem seu cumprimento na profecia da “pedra cortada sem auxilio de mãos” (Dn 2.35-45), que esmiuçará a grande estátua e que inaugurará “o dia do Senhor”, quando Deus de modo visível manifestará seu glorioso poder na destruição de Seus inimigos.

A pedra que Deus transformou em pedra angular, mas que foi rejeitada pelos homens, como está escrito no Salmo 118.22, esmiuçará então a obstinada imagem das nações, que já Nabucodossor viu em sonho (Dn 2).

Deus dá seu tempo a todos, a ti também Ele dá tempo de se arrepender e se converter a Jesus Cristo Rei dos reis. Aparentemente podes fazer o que queres; pode se rebelar contra Deus, pode rejeitar Seu Filho Jesus, Ele te deixa, pois deixa que tudo amadureça para o juízo. Ele deixa também Satanás, a besta e o falso profeta ajam livremente; Ele permite a livre ação dos espíritos imundos. Dessa maneira os homens não têm desculpa. Também Satanás não terá motivo para acusar a Deus, de que o restringiu em seu esforço de ganhar os homens para si. Deus deixou Satanás agir livremente para tentar Jó. Mas quando então todos os povos estiverem reunidos para a peleja naquele grande dia do Deus Todo Poderoso, a paciência de Deus terá acabado e acontecerá o último confronto entre o Cordeiro e a serpente, entre Cristo e o Anticristo, entre Deus e Satanás. Então a vitória de Jesus obtida na cruz do Gólgota será exercida plenamente contra todos os poderes das trevas. Então Israel terá “Shalom”, isto é, paz.

Jesus vai aparecer no final da grande tribulação em meios aos acontecimentos dos tempos finais, quando os poderes do engano estiverem reunidos em Armagedom.

Jesus morreu na cruz do Calvário e clamou: “Está consumado”. Lá ele foi sepultado, ao terceiro dia ressuscitou, após 40 dias subiu ao Pai, e de lá Ele voltará em grande poder e glória! Por isso vigia, pois Ele virá como vem o ladrão a hora que ninguém sabe!

VII.        A DERROTA DE SATANÁS


A vitória na batalha de Armagedom (19.11-21) não será completa apenas com a destruição dos exércitos das nações e ao lançar o Anticristo e o Falso Profeta vivos no lago de fogo e enxofre. É necessário também prender a Satanás, pois ele, realmente, que instigou a rebelião que atingiu tanto os céus como a terra.

A derrota final de Satanás está diretamente relacionada à ação da Mulher vestida de sol e se insere no contexto de um contínuo e gigantesco combate entre as forças do bem e do mal que se trava no domínio espiritual, envolvendo os anjos e os demônios e a humanidade inteira, desde períodos imemoriais (Ap 12, 7-9); é uma luta tremenda e incessante entre os espíritos fiéis ao Criador e os sequazes de Satanás, desencadeada pelo orgulho e soberba de Lúcifer em ser maior do que Deus. Expulsos do paraíso e precipitados no inferno, os demônios atuam sobre a humanidade, buscando prostrá-la sob o jugo do ódio, da violência, das guerras, do egoísmo, do prazer, da soberba e da apostasia.

“Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos” (Ap 20.1-2).

O abismo é a casa de prisão dos espíritos maus (Jd 6; Ap 9.1-2), e os encerrados ali estão expulsos da esfera humana. É o que vai acontecer com Satanás. Ele por mil anos vai ficar fora da esfera humana, não podendo ter nenhuma influencia sobre a mesma. Não confundir abismo com lago de fogo.

Os mil anos de Satanás no abismo, não produzirão nenhuma mudança em seu caráter maligno, uma vez que seja liberto provara ser o mesmo antigo diabo. Mas enquanto estiver presa a terra se sentira aliviada, e o reino de Cristo trará paz e prosperidade a todos.

Pr. Elias Ribas


terça-feira, 7 de julho de 2015

AS BODAS DO CORDEIRO – APOCALIPSE 19



Depois do Arrebatamento da Igreja será estabelecido o Tribunal de Cristo, onde as obras dos crentes serão provadas pelo fogo (2ª Co 5.10; 1ª Co 3.12-15). Após teremos as Bodas do Cordeiro, já no céu, entre Cristo e Sua Igreja. A Noiva do Cordeiro (a Igreja) é composta dos cristãos verdadeiros e dos crentes de todas as épocas.

As bodas do Cordeiro é um evento mais importante para a Igreja de Cristo, será uma festa que se realizará no céu. É a união do Noivo Jesus com Sua noiva Igreja glorificada. Essa festa só acontecerá no final da Grande Tribulação, antes da vinda de Jesus em glória. 

I.        A IGREJA GLORIFICADA NO CÉU 

1. Como acontece esse casamento. Para entendermos a festa sobre as Bodas do Cordeiro, é necessário conhecer a tradição judaica da época sobre o casamento. No Antigo Testamento o casamento bíblico o era dividido em três partes:

1ª A primeira parte os pais da noiva e os pais do noivo assinavam um contrato e os pais do noivo, dava um dote em dinheiro aos pais da noiva.

2ª A segunda parte do casamento só acontecia depois de completar um ano. O noivo convidava seus amigos e com tochas nas mãos se dirigiam até a casa da noiva. E a noiva sabendo que seu noivo se aproximava, também chamava suas amigas e se dirigiam ao encontro do noivo. Esse costume hebreu é a base da parábola das dez virgens contada por Jesus (Mt 25.1-13).

3ª A terceira parte, era realizado o casamento e a festa era chamada “a festa das bodas” e segundo o costume essa festa podia durar até sete dias, assim como o casamento em Cana (Jo 2.1-2).

A visão que João teve das Bodas do Cordeiro retratava o casamento de Jesus com sua Igreja no céu. Também podemos dividir em três fases.

1ª Parte do casamento da Igreja com Jesus se deu quando confessamos aceitamos a Ele (Jesus) como único e suficiente Salvador da nossa vida e isso acontece com grande alegria. Nesse casamento o Pai do Noivo também pagou o dote oferecendo o Seu Filho para derramar o Seu sangue na Cruz do Calvário em favor da noiva Igreja.

2ª A segunda parte do casamento só acontecerá quando o Noivo vier arrebatar Sua noiva-igreja para levar para a casa do Pai (Jo 7.1-3).

3. A última parte acontecerá no céu é a União do Noivo (Cristo) com Sua noiva (Igreja). Após a festa a Igreja-noiva viverá eternamente com seu Noivo (Jesus). Somente os salvos pela fé em Cristo vão ter a honra e o privilégio de se assentarem à mesa do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

No Novo Testamento há uma relação simbólica entre a Igreja e Jesus. A Igreja é representada como Noiva e Cristo Jesus como Noivo (Jo 3.29; 2ª Co 11.2; Ef 5.25-33; Ap 21.1). 

2. O louvor no céu. “Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus” (v. 1). 

Três vezes No livro de Apocalipse encontramos a grande multidão, sempre no céu e sempre adorando ao Senhor (7.9-10; 19.1; 19.6).

Depois destas coisas, ou seja, depois das catástrofes e do julgamento da prostituta, João vê os salvos no céu com voz de grande júbilo, dizendo Aleluia! Se Apocalipse 18 é o capítulo dos “ais”, Apocalipse 19 é o capítulo dos “aleluias”.

A palavra aleluia vem de duas palavras hebraicas: hala, que significa “louvor”, e Yah, é uma abreviação do Tetragrama Sagrado do nome Yavé que é o nome próprio do único Deus verdadeiro, portanto a palavra aleluia significa “louve a Yavé”. Isto mostra que o Deus do Antigo é o mesmo Deus do Novo Testamento: O Deus que foi adorado no passado é o Deus adorado no Novo Testamento. Aqui, os salvos no céu louvam ao Senhor, porque Deus julgou o mundo e vingou aqueles que o mundo fez sofrer, e porque Jesus Cristo está voltando a terra para reinar, por isso a Igreja canta aleluia no céu. 

3. Verdadeiros e justo são os Seus juízos. “Porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.” (V. 2). 

Depois de anunciar a queda da Babilônia política e religiosa nos capítulos 17 e 18, é chegada à hora de exultar, pois a prostituta saiu de sena e deu lugar à virgem noiva do Cordeiro.

Portanto, trata-se da celebração da justiça de Deus. Pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos:

No julgamento, Deus se mostrou justo e respondeu à petição das almas debaixo do altar, no quinto selo, que esperavam a vingança contra seus perseguidores (6.9-11).

Por ocasião da Segunda Vinda, os verdadeiros e justos juízos de Deus serão vistos claramente por todo o Universo.

O júbilo no céu menciona o completo cumprimento da oração dos mártires. “Pois julgou a grande meretriz…”, e das mãos dela vingou o sangue dos Seus servos”.

4. Os anciãos representam a igreja. “E outra vez disseram: Aleluia! E a fumaça dela sobe para todo o sempre.4- E os vinte e quatro anciãos e os quatro animais prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! 5- E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, tanto pequenos como grandes. 6- E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! Pois já o Senhor, Deus Todo-Poderoso, reina”. (Vs. 3-6). 

Semelhante a multidão que louva ao Senhor nos capítulos 4 e 5, mas aqui a adoração é semelhante, os 24 anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! Em seguida saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes” (v. 4-5). E o louvor começa como voz como de uma grande multidão, como voz de muitas águas e forte como de grandes trovões que dizia: “Aleluia! Porém, lá no céu, a noiva irá pronunciar com júbilo em frente de Seu Noivo. Amem!

A Igreja hoje não estranha está expressão de louvor, pois os seus lábios não se cansam de dizer Aleluias! Porém, lá no céu, a noiva irá pronunciar com júbilo em frente de Seu noivo. Amem!  

II. O MOMENTO MAIS SUBLIME NOS CÉUS 

“Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” (Vs. 7-8). 

1. O momento de jubilo. O motivo dessa alegria é: “...porque que são chegadas as bodas do Cordeiro...”, a festa de casamento.

A figura do casamento para representar a relação de Deus com o seu povo é usada no Velho Testamento para falar sobre o povo judeu. Deus tomou Israel (ou Judá) como sua esposa, mas ela foi infiel, cometendo adultério espiritual (Ezequiel 16; Oséias 2 e 3). No Novo Testamento, Cristo se entregou por sua noiva, e quer que ela seja “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5:25-27). 

2. A hora do encontro. E após a morte até o corruptível será revestido de incorruptibilidade (1ª Co15.52-54). Os teólogos concordam que a Igreja noiva já arrebatada está no céu num corpo incorruptível, antes da vinda de Cristo em glória (Ap 19.11-21).

Essa festa se dará no céu: “Depois destas coisas, ouvi no céu...”.  A noiva já no céu, está vestida com “a justiça dos santos”, que são seus atos de retidão (v. 8). Para os atos de retidão dos santos estarem completos, eles precisam estar no céu e libertos de toda a impureza.

A Igreja, a Noiva, será apresentada para o seu Noivo: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2ª Co 11.2).

Noiva é representada pelos vinte quatro anciãos. A Igreja noiva, são aqueles que aceitaram e creram na Palavra de Deus, e ficaram firme na fé aguardando a volta de Jesus (o Noivo), através disso, como membro individual, ela é acrescentada a Igreja de Jesus, que é a Igreja – Noiva de Jesus (1ª Co 12.13). 

3. Os ornamentos da Noiva. Há um contraste entre a noiva e a meretriz, a falsa noiva, no capítulo 17. Ela estava vestida de linho finíssimo, mas sua posição como rainha durou pouco tempo. A noiva do Cordeiro “Cuja esposa a si mesma já se ataviou...”, isto é, a noiva se preparou, se vestiu para o casamento, como uma noiva se prepara para o Seu Noivo. Não pelas suas justiças, mas pelas justiças de Cristo. Este “se ataviou” é a obra ativa da Igreja em se santificar, em viver a prática das boas que são frutos da verdadeira fé, obras de gratidão e que somente promovem a glória de Deus e bem do próximo. É o que nos ensina o mestre Jesus: “Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” (Jo 15.8). Quando o crente produz fruto o nome do Pai e do Filho é glorifica no céu e na terra.

Linho fino é a roupa adequada para um servo na presença de um rei (Gn 41.2). Deus vestiu Sua esposa em linho fino (Ez 16.10,13). Em outros trechos do Apocalipse, linho finíssimo mostra a pureza dos servos de Deus. É vestido pelos anjos que saem do santuário com os sete flagelos (15.6; cf. Ez 10.2-7).

A Igreja está bem vestida e gloriosa, não por sua própria justiça, mas porque Deus deu a ela as vestes, os atos de justiça. Se a glória final da Igreja fosse uma parceria entre Deus e o homem, então, João não teria ouvido: “demos-lhe a glória de uma vez por todas. Não é a Igreja que merece ser glorificada, nem Pedro, João ou Maria, eles fazem parte da noiva, mas somente o Deus da Igreja deve ser glorificado na terra e no céu. Porque a Esposa se atavia com vestimentas que foram dadas a ela.

O Senhor Deus nos convida a cear aqui na Terra na expectativa da Ceia do Casamento do Cordeiro que acontecerá no Céu. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo.” (Ap 3.20).

A Ceia do Senhor (o partir do pão e tomar do cálice, que é uma ordenança do Senhor até que Ele venha (1ª Co 11.23-26)), que hoje participamos neste culto, é o começo da grande ceia da do casamento do Cordeiro.

Um dos atos desta maravilhosa festa é a celebração da ceia do Senhor, dando cumprimento às palavras de Cristo. “E, chegada à hora, pôs-se à mesa, e, com Ele, os doze apóstolos. E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta Páscoa, antes que padeça, porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no Reino de Deus. Porque vos digo que já não beberei do fruto da vida, até que venha o Reino de Deus” (Lc 22.14, 15, 16, 18).

II.     OS CONVIDADOS PARA FESTA 

Quem são esses convidados das bodas? “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus. (V. 9).

O casamento é de Cristo e a Igreja, mas os convidados são muitos. De acordo com Dn 12.1-3 e Is 26.19-21, o Israel salvo da Grande Tribulação são os convidados especiais. Devemos ter cuidado na interpretação desse evento para não confundirmos nem misturarmos os fatos que envolvem as bodas no céu e as bodas na terra. A cena das bodas no céu difere das bodas na Terra. No céu, as bodas são da Igreja e o Cordeiro (Ap 19.7-9). Na Terra, as bodas envolvem Israel e o Cordeiro (Mt 22.1-14; Lc 14.16-24; Mt 25.1-13). A cena das bodas no céu difere das bodas na Terra, Israel estará esperando que o esposo venha convidá-los a conhecer a esposa (a Igreja), que estará reinando com Ele no período milenar. 

No capítulo 22 de Mateus, o Senhor Jesus Cristo comparou o Reino de Deus a uma festa de casamento, onde o Rei enviou seus servos para convidar para a festa das bodas, porém, eles não quiseram vir.

Antes das bodas o Rei veio fazer um convite, mas os judeus o rejeitaram o convite, porém Jesus disse aos seus servos: sai pelas ruas e becos da cidade e convida os pobres, aleijados, cegos.

Esta parábola é uma alegoria da história de Israel. O rei representa Deus; o filho, Jesus; os servos, os discípulos de Jesus; e a bodas simbolizava a grande festa messiânica da qual os judeus aguardavam participar com o Messias no início de Seu reinado.

Os pobres aleijados e cegos representam os gentios qual era seu estado. Aqueles que aceitaram este maravilhoso convide, foram inseridos no corpo de Cristo e fazem parte da Igreja noiva.

Antes das bodas Jesus veio para convidar aqueles que desejam fazer parte desta festa. Depois de Sua morte e ressurreição, o Noivo voltou à casa de Seu Pai para preparar um lugar para Sua noiva (Jo 14.2, 3). Jesus veio para firmar um contrato de casamento com Sua noiva, mas em breve Ele virá para busca-la e aqueles que permaneceram fieis até o fim, subiram em Sua vida. O Cordeiro o Noivo, e a Igreja noiva serão o centro das atenções no céu.

Para realizar um casamento são necessários um noivo, uma noiva e os convidados. Os convidados não devem ser confundidos, portanto com a Igreja arrebatada e que se encontra com linho finíssimo.

Mas quem são os convidados? No meu entender os convidados são os cento e quarenta e quatro mil selados, da nação de Israel que serão tomados da terra, durante a Grande Tribulação. (Ap 14.1-5). Eles não farão parte da Igreja.

“Um grande número dos santos nos céus serão chamados à ceia para testemunhar as bodas do Cordeiro com a Sua Noiva (Ap. 19.6-9). Os que compõem a Noiva de Cristo são os Cristãos que perseveraram durante seu tempo na terra: (Ap 3.4). Essa ceia será no céu logo antes da segunda fase da vinda de Cristo. Portanto, precisam estar lá.

Enquanto o Senhor está na ceia das bodas com sua Igreja (Mt 26.29), em festa de glória e gozo eterno, nestas hora estará Satanás, através do Anticristo, se reunindo no grande vale do Armagedom, para fazerem guerra contra os filhos de Israel.

Quando Cristo vier para estabelecer o milênio na terra, virá com os exércitos no céu que são vestidos de linho fino, branco e puro (Ap. 19.14). Estes virão com Ele por que estão com Ele, e estão com Ele, pois foram arrebatados da terra antes deste tempo”. (T. Ross, pgs. 70-72).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC