TEOLOGIA EM FOCO: janeiro 2015

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

AS DUAS BESTAS DO APOCALIPSE 13

O Anticristo e seu falso profeta

  
O Anticristo e seu falso profeta

 Apocalipse 13, fala de forças satânicas que estão tentando obter a adesão de todo ser vivente. A decisão de cada pessoa determinará o seu destino eterno. Cristo assegura a Seu povo o vigilante cuidado e a aprovação divina. A fidelidade dos seguidores de Cristo em resistir à tirania de Satanás será reconhecida e recompensada pelo Céu.

I. O DRAGÃO A ANTIGA SERPENTE

Antes de examinar Apocalipse 13, é bom analisar o capítulo 12 que estão intimamente relacionadas: “E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas.” (Ap 12.3).

Sinal” é a palavra grega “semeion”, a mesma usada por João no evangelho para descrever os milagres de Jesus. Isto, além de servir como uma das fortes evidências de que o autor do evangelho de João e do Apocalipse é a mesma pessoa.

O sinal do grande dragão vermelho é interpretado no versículo 9 como Satanás, que inicialmente aparece nas Escrituras como uma serpente no jardim do Éden (Gn 3). A imagem está de acordo com o Antigo Testamento e com o uso extra bíblico (Is 27.1). O dragão com sete cabeças e dez chifres se refere a Satanás e ao império sobre o qual ele governa durante o curso de tempo.

Sete cabeças, dez chifres e sete diademas referem-se ao esplendor, ao poder e à glória de Satanás (v. 9) como deus deste século (2ª Co 4.4). Ele é representado como um dragão por ser poderoso e muito perigoso. Todas as outras criaturas malignas em Apocalipse obedecem ao dragão. Essa descrição é quase idêntica à da besta que subiu do mar em Apocalipse 13.1.

Satanás nosso inimigo. Fomos advertidos: “O diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.” (Apo 12.12). Em Apocalipse, o dragão é o inimigo principal do povo de Deus. Ele luta contra os fiéis, tenta destruir a obra de Deus e quer ser adorado pelo mundo.

O dragão dá poder a duas bestas, uma que sai do mar e outra que sai da terra (Apocalipse 13.2). Essas bestas dominam sobre o mundo e recebem adoração de muitas pessoas no mundo. Os seguidores de Deus são perseguidos e o dragão reúne os povos de todo o mundo para lutar contra Deus.

I. A BESTA QUE SUBIU DO MAR - Ap 13.1.10


No capítulo 13 do livro do Apocalipse, o apóstolo João vê duas bestas; uma besta que sobe do mar que representa o Anticristo (um líder político) e a besta que surge da terra que representa o falso profeta (um líder religioso).

1. A diferença entre Satanás e o Anticristo. No capítulo 12 e verso 3 de Apocalipse, João viu Satanás o grande dragão vermelho (Pai), que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas, mas no capítulo 13 e verso 1, João vê uma besta (Anticristo) com sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres, dez diademas. Vamos analisar uma diferença entre Satanás (o pai) e o Anticristo (o filho). Note que ambos tinham sete cabeças e dez chifres, a diferença é que Satanás tem “sete” diademas sobre a cabeça e o Anticristo tem “dez” diademas sobre os seus chifres. Deste modo, os diademas do dragão eram sete, e os da besta eram dez.

O dragão tem diademas sobre as sete cabeças. A besta tem diademas sobre os chifres, que serão identificados como reis que reinariam com a besta por pouco tempo (17.12).

2. A besta que sobe do mar. Eis que surge do mar (dentre as nações: Is 17.1-13; Ap 17.15). A Besta que surge do mar refere-se ao Império do Anticristo; ele é assim chamado por duas razões: opõe a Cristo no sentido de resistir e hostilizar, mas também se chama assim porque imitará a Cristo no seu papel de redentor.

No livro do Apocalipse são descritos três símbolos caracterizados como besta de sete cabeças: o dragão vermelho (Ap 12.3), a besta semelhante a leopardo (Ap 13.1) e a besta escarlate (Ap 17:3). Os elementos visuais e anatômicos desses monstros apocalípticos são os recursos de uma linguagem metafórica empregada na descrição de conflitos de natureza cultural, política e religiosa.

A palavra usada no original indica animal selvagem. Isso mostra o caráter bestial, animalesco, baixo e vil do Anticristo, quando ele se manifestar abertamente.

A besta que sobe do mar é o último grande governo mundial da história e consiste em dez reinos sob o controle do Anticristo. No sonho de Nabucodonosor revelado ao profeta Daniel no capítulo 2 e verso 41 e 42, ele vê uma estátua com os dez dedos dos pés, mas no capítulo 7 e verso 7 e 20, Daniel vê um terrível animal com dez chifres, porém aqui o profeta João vê uma besta com como dez diademas sobre os chifres. Nas revelações de Daniel e aqui no apocalipse, os números dez também representa dez reinos. Mas as sete cabeças são sete montes onde a besta estará assentada (Ap 17.9).

A besta será apoiada por todas as nações em troca de promessas fabulosas de “paz e segurança”. Visto naturalmente, esse reino oferece paz, mas na realidade, será um reino brutal, animal, evidenciando o espírito de uma fera (besta).

3. No sentido figurado como será esta besta?

Na visão de Daniel no capítulo sete, ele vê quatro terríveis animais (leão, urso e leopardo e o quarto animal que era terrível, espantoso e muito forte). Aqui no Apocalipse, João vê a besta com aparência de todos os animais juntos. Entretanto no verso dois, João vê o retrato da besta: “Era semelhante ao leopardo, com pés de urso e boca de leão” (v. 2).

O leopardo fala de rapidez; o urso de força e o leão de soberba. Certamente isso significa a rapidez, a força e a soberba desse monstro dos últimos tempos. Aboca de leão fala da autoridade que ele irá receber de Satanás para guerrear contra os santos na Grande Tribulação. Esta besta será uma pessoa cruel como uma fera, que conseguirá o governo político e religioso do mundo naqueles dias. O Anticristo afirmará ser o Messias verdadeiro (Mt 24.24).

A besta receberá o trono e autoridade de Satanás para governar o mundo: “E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade” (v. 2).

Esta besta, sendo o último representante dos poderes gentílicos do mundo (como a grande imagem em seu aspecto final, Daniel cap. 2). Ela é, realmente, a quarta besta no último tempo de seu reino; agora revivificada e restaurada no poder de Satanás, que levantará a sua força contra o Rei dos reis e encontrará sua ruína nas mãos d’Ele, depois que o Senhor e os seus santos descerem para reinar sobre a terra.

4. Será ferida de morte.


“Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada” (v. 3).

As pessoas não aceitam Cristo, a Verdade, mas recebem o anticristo, a mentira. A besta blasfemará a igreja no céu e perseguirá o remanescente judeu crente na terra. Como vimos em Apocalipse 11, nesse ponto ela tam­bém matará as duas testemunhas, cujos corpos, após três dias e meio, serão levantados da morte.

Satanás deu-lhe poder para fazer prodígios. 2 Tessalonicenses 2 afirma que Deus permitirá que brote no mundo descrente a “operação do erro”. Parecerá ao mundo que o Anticristo foi mortalmente ferido e depois revivificado pelo poder miraculoso de Satanás (2ª Ts 2.9; Ap 17.8). Nesta época Deus permitirá a Satanás, imitar o poder de Cristo, podendo ser este seu principal meio de enganar a raça humana, pois o seu objetivo principal é enganar os homens. E o mundo irá maravilhar-se com isto e irá adorar a besta: “e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta; e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta?” (3b, 4).

A expressão “maravilhou-se” fala não somente de maravilhar-se no sentido de aplausos e louvores, mas de adoração e endeusamento completos que renderão á besta e ao dragão, a qual será adorada universalmente, como acontecia aos antigos reis, que se julgavam ser os deuses supremos de toda a terra.

5. Receberá poder e sabedoria. “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu” (vs. 5-6).

Daniel estava considerando as pontas do quarto animal, em sua visão, quando viu a saliência da “ponta pequena” sobre as outras pontas “que possuía uma boca que falava grandiosamente” (Dn 7.8).

João contempla o cumprimento desta visão: a Besta (a ponta pequena), arrogante no poder que lhe foi dado, insurge-se contra grandes coisas e blasfema contra o Todo poderoso e Sua obra.

A especialidade do adversário é maltratar e lançar todo o impropério contra seu inimigo. Assim a besta, em que sua grande campanha, blasfemará com todo o ardor satânico, com vingança e ódio contra Deus, contra seu nome, contra o Tabernáculo e contra os que habitam no céu.

“... e recebeu autoridade para continuar quarenta e dois meses...”. Nos primeiros três anos e meio, a metade da tribulação, será um período de falsa paz entre o mundo. A besta terá inigualável habilidade de influenciar as massas humanas, pelos seus discursos inflamados. Com os modernos meios de comunicação, alcançará o mundo todo com sua demagogia saturada de poder maligno.

Nas ações iníquas, praticadas pela besta, notam-se as expressões: “foi lhe dada uma boca”; “deu-lhe poder”; “foi permitido fazer guerra aos santos”; “deu-se lhe poder sobre toda tribo, língua e nação” Esse poder provém de Deus (conf. 1° Rs 22.19-23), que não quer que o mundo se pereça na obstinação em que tem vivido (Ez 18.23; 1ª Tm 2.4). O homem tem resistido a todos os rogos de Deus em seu favor (Pv 23.26; Is 1.18; Mt 11.28); por isso Deus vai permitir a toda humanidade tragar o amargo fruto da sua rebeldia e desobediência.

Quarenta e dois meses é a duração da supremacia mundial da besta, de acordo com a profecia em Daniel 7.25. Ela recebeu toda a medida de poder depois de matar as duas testemunhas (Ap 11.7) ao final dos três anos e meio do ministério delas (v. 3). Os dois números sucessivos somam sete anos, o período total da tribulação.

6. Levantar-se-á contra Deus e o que se chama Deus.


“E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los” (v. 7). A Grande Tribulação é esse período de angustia sem igual que envolve o mundo todo, mas é, especialmente, o tempo de angustia para Jacó (Jr 30.7), tendo por centro Jerusalém e a Terra Santa. Nessa oportunidade, a besta estará furiosa, lutando contra os santos, subjugando os seus súditos e desafiando o próprio Céu (v. 6; conf. Dn 7.25).

“...como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta” (Vs. 15b).

O Anticristo fará guerra contra os santos, a fim de vencê-los (v.4). Os tais santos mortos pela besta são os mártires da grande tribulação.

“...e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (v. 8).

Na metade da grande tribulação, o Anticristo se levantará contra Deus e todos os que se chamam pelo seu nome e ele se assentará como um deus (2ª Ts 2.4). O Anticristo se apresentará como se fosse deus com poder sobrenatural demoníaco (2ª Ts 2.9). Ela é um objeto de adoração mundial e também de adoração individual. O povo terá de escolher entre a nova, popular religião que o Anticristo implantará, ou crer em Jesus e permanecer fiel. Quem não aceitar o plano do Anticristo e sua marca será morto (Ap 20.4). Satanás concede seu poder ao Anticristo para combater contra Deus e seu povo. Seu povo aqui significa os que ficaram na tribulação e a nação de Israel. Eles não adoram a besta, mas, por serem imponentes diante de todo aquele poderio infernal, não a puderam vencer: foram levados cativos a morte, mas triunfaram na fé e perseveram na confiança do Seu Deus.

Isto levará o mundo a adorá-lo. A religião do Anticristo ensina a divinização do ser humano ao invés da verdade, que somos pecadores e precisamos de salvação e que em Cristo Deus se tornou homem (Jo 1.14). O Anticristo propaga a mentira de que, nele mesmo a humanidade é parte de Deus (2ª Ts 2.4). Atualmente a Nova Era já enfatiza claramente a doutrina do Anticristo, sem dúvida preparando as massas para a aceitação posterior e final desta doutrina.

II. A BESTA QUE SUBIU DA TERRA


1. A segunda besta ou o Falso Profeta.
 “Vi ainda outra besta emergir da terra (v. 11).

A primeira besta sobe do mar (nações - v. 1), o que lembra a agitação e o estado de perturbação e instabilidade dos povos em seus governos políticos (Dn 7.2). A segunda besta subiu da terra, símbolo daquela parte do mundo para onde estão voltadas todas as atenções divinas e humanas - a Terra da Promessa, por dependerem dela como verdadeira bússola os planos e os propósitos de Deus, com relação ao bem de toda a humanidade (Gn 12.7).

A segunda besta será chamada falso profeta, vai preparar o mundo para adorar o Anticristo, que é a primeira besta que João vê. Se Satanás imita o Pai, o Anticristo o Filho então o Falso Profeta irá imitar o Espírito Santo.

O falso profeta construirá uma imagem do Anticristo que será colocada no templo de Deus. O Senhor Jesus profetizou isso no Seu evangelho: “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel, estiver no lugar Santo quem lê que entenda” (Mt 24.15). E concernente a isto Daniel diz assim: “Ele firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade da semana fará cessar os sacrifícios e as ofertas de manjares, e sob a asa das abominações virá o assolador” (Dn 9.27).

Em Mateus 24.15, Jesus estava falando uns 200 anos depois que a abominação da desolação descrita acima tinha ocorrido. Então, Jesus estava profetizando que em algum tempo futuro uma outra abominação da desolação iria acontecer no Templo de Jerusalém. A maioria dos intérpretes das profecias bíblicas acreditam que Jesus estava se referindo ao anticristo, que vai fazer algo muito parecido ao que Antióquio Epifanes fez. Isso é confirmado pelo fato de que parte do que Daniel profetizou em Daniel 9.27 não ocorreu em 167 A.C. com Antióquio Epifanes. Antióquio não confirmou uma aliança com Israel por sete anos. É o anticristo que, no final dos tempos, vai estabelecer uma aliança com Israel por sete anos e então quebrá-la ao fazer algo parecido com a abominação da desolação no Templo de Jerusalém.

Ele colocará a imagem da besta dentro do templo, e o mesmo falará, e obrigará a todos que adorem a imagem da primeira besta (2ª Ts 2.4).

2. O falso profeta será um líder religioso.


“...possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão” (v. 11).

Os dois chifres é símbolo de poder em qualquer sentido, tanto político como religioso, pois no verso 12 diz que ela exerce a autoridade da primeira besta e compele todos à adoração da primeira besta “Parecendo cordeiro”, mas falava como dragão.

A segunda besta é descrita como cordeiro, o que indica o seu caráter religioso, que é confirmado pelo seu título “falso profeta”. Profeta de quê? Só pode ser uma falsa religião, um falso líder religioso que conquistará as nações, com seus discursos inflamados.

A falsa igreja que podemos chamar de igreja ecumênica, será a unificação de todas as religiões, desde que creiam em Deus. Sabemos que há um movimento muito grande em prol do ecumenismo, pois o palco para seus autores já está sendo montado.

A segunda besta liderará uma falsa igreja que adorará o Anticristo e sua marca. Isso será efetuado mediante grandes sinais e maravilhas (2ª Ts 2.9). Ora, o comparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios de mentira. Portanto serão como sempre, milagres falsos.

Não é difícil pela luz da Bíblia identificar o falso profeta. Se analisar as igrejas em geral veremos uma que sempre buscou o poder e se coloca como única “igreja” verdadeira. Para sermos bem claro, há algumas “arrogâncias” certos líderes que para Deus são blasfêmias. Por exemplo: sua pretensão de perdoar pecados. Depois da ascensão de nosso Senhor Jesus Cristo, São Pedro deixou bem claro que ele (Pedro) não tinha poder para perdoar pecados, que esta é atribuição de Deus (At 8.20-13). Evidentemente ele conhecia o princípio bíblico de que só Deus tem poder de perdoar pecados e que, quem pretende fazê-lo, blasfema (Mc 2.7). Proclama ser cabeça da igreja, usurpando assim a função de Cristo, que é o cabeça do corpo da Igreja (Ef 5.23). Também aceita homenagens que na Santa Bíblia são um ato de adoração que corresponde só a Deus. Referimo-nos à prática de ajoelhar-se diante de seus líderes. São Pedro proibiu a Cornélio que o fizesse por considerar-se (Pedro) um mero ser humano (Atos 10.25-26). Note que o anjo de Deus, apesar de ser superior a um apóstolo, proibiu a João que se ajoelhasse diante dele, explicando-lhe que isso era um ato de adoração que só corresponde praticar perante Deus (Ap 19.10; 22.8-9). Agora entendemos melhor o que quis dizer o apóstolo Paulo quando escreveu na sua carta que “o homem da iniquidade, o filho da perdição, a ponto de sentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2ª Ts 2.3-4). Por isto é ele o Anticristo (quer dizer que se põe no lugar de Cristo, e também se opõem a Cristo).

“...falava como dragão”. O povo de Israel esperava um messias de atitude forte e agressiva e com uma completa liderança para reinar. Eles queriam que Jesus expulsasse os romanos da Palestina e se constituísse rei de Israel. E assim Israel esperava um reino material e poderoso. Foi a maior decepção para eles e seus líderes: Jesus só falava de coisas espirituais, e de um reino espiritual e santo, que seria formado com base no sacrifício d’Ele próprio. Isto porque não podiam compreender o plano de Deus para a salvação de toda a humanidade.

A maneira que o Anticristo e o falso profeta se imporão ao povo de Israel, fazendo ouvir a voz do dragão, revela a sua grande astúcia. Satanás sabe inteiramente, o porquê da rejeição de Jesus e assim inspira o seu representante junto a Israel, para preencher todas as medidas exigidas pela nação. Eis porque lhe será fácil a conquista dos israelitas; mas, o verdadeiro Israel, os assinalados, serão libertos dos ardis satânicos.

“E esse rei fará conforme a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito. E não terá respeito aos deuses de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá. Mas ao deus das fortalezas honrará em seu lugar; e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis. E haver-se-á com os castelos fortes com o auxílio do deus estranho; aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por preço” (Dn 11.36-39).

“E não terá respeito aos deuses de seus pais...” (Dn 11.36-39). Daniel descreve como o Anticristo viverá em Jerusalém. Ele será um judeu apóstata, verdadeiro ateísta, que não respeitará o Deus de seus pais (referindo-se ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e contra o Senhor falará coisas espantosas). É muito importante sabermos que besta nunca poderia apresentar-se como Messias, ainda que falso, se não fosse um judeu; porque, de outro modo não seria aceito por Israel.

“E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada” (Ap 13.12).

Aqui fica demonstrada a aliança entre o Anticristo e o falso profeta, pela ação dos milagres que opera. Para os judeus o falso milagre operado pelo falso profeta será considerado um milagre da parte de Deus.

“E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida de espada e vivia (Ap 13.13-14).

Os antigos imperadores exigiam a adoração de seus súditos e consideravam-se deuses. Os magos e falsos profetas mantinham esta adoração supersticiosa aos imperadores (conf. At 13.6-12; 2ª Tm 3.8), erigiam suas imagens, colocando-as nos templos de seus deuses para serem adorados. Assim procederá a segunda besta, exercendo a sua função de falso profeta.

3. O falso profeta, a segunda besta, ajudará a preparar o mundo para adorar o Anticristo.


“E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (v. 15).

Esse “sinal”, visível, relaciona-se primeiramente com a profanação do templo judaico daqueles dias em Jerusalém, pelo Anticristo.

O Anticristo, também chamado o homem do pecado, colocará uma imagem dele mesmo no templo de Deus, declarando ser ele mesmo Deus (2ª Ts 2.3,4; Ap 13.14,15).

Será lançado um decreto ordenando a morte de todos que recusarem a adorar o governo mundial e sua imagem. Noutras palavras, muitos que resistirem ao Anticristo e permanecerem fiéis a Jesus, selarão sua fé com suas vidas.

4. Obrigará os homens a usarem o sinal da besta. 


“E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhe seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” (v. 16-17).

O caos econômico, o terrorismo e a violência estão levando o mundo para uma sociedade sem dinheiro, onde instituições financeiras interligadas com os governos controlarão toda a humanidade através da tecnologia por um curto período de tempo chamado “A Grande Tribulação”.

O Anticristo terá o total controle econômico do mundo. Todo o mundo será obrigado a adorá-lo e receber um sinal na mão ou na testa, a fim de poder comprar ou vender, identificando, assim, os adeptos dessa religião mundial do Anticristo. Quem se recusar a aceitar o sinal será procurado e morto: “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na sua mão; e viveram e reinaram com Cristo por mil anos” (Ap 20.4).

Esta multidão incontável pode referir-se aqueles que, então, guardaram sua fé e confessarem a Cristo como seu messias durante a grande tribulação. Note que eles serão perseguidos e mortos pelo próprio Anticristo e o falso profeta. Mas aquele que irão aceitar a marca da besta deve dizer que não terá o seu nome escrito no livro da vida e no juízo final serão condenados e lançados no lago de fogo (Ap 20.15).

“...e que não adoraram a besta nem a sua imagem...”. A palavra aqui traduzida como “marca” “charagma” – ocorre apenas em um lugar no Novo Testamento, exceto no Livro do Apocalipse e Atos, onde é traduzido como “esculpido.” Em todos os outros lugares onde é encontrado (Ap 13.16-17; Ap 14.9; Ap 14.11; Ap 15.2; Ap 16.2; Ap 19.20; Ap 20.4; At 17.29), é traduzido como “marca” e é aplicado à mesma coisa – a “marca da besta”. A palavra significa apropriadamente “algo esculpido ou esculpido”; consequentemente:

a) Gravuras, esculturas, trabalhos esculpidos, como imagens ou ídolos;

(b) Amark cortado ou carimbado – como o carimbo de uma moeda;

“Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor.” (Lv 19.28).

No hebraico a palavra marca כְּתֹ֫בֶת que se pronuncia Katabah significa literalmente impressão, marca. Portanto o texto original fala de uma marca, uma impressão na pele, mas uma marca em relação ao quê?

No Egito antigo era mutilação utilizada pelas religiões pagãs para honrar os mortos e inclusive deuses pagãos. Percebemos então que os hebreus saíram do Egito, uma nação pagã que venerava o deus da morte “Seth” possivelmente teria práticas pagãs que envolveriam golpes nos corpos para prestar honras aos mortos e aos deuses e a única forma das pessoas provarem que honraram estas crenças era apresentarem marcas na pele do ritual que tinham feito.

“... vocês são filhos do SENHOR, nosso Deus. Portanto, quando chorarem a morte de alguém não se cortem, nem rapem a cabeça, como os outros povos fazem” (Dt 14.1 NTLH).

Estes sinais de luto pelos mortos, que eram praticados pelos cananeus como reconhecimento da divinização do falecido, foram estritamente proibidos para o povo de Deus. “Tanto os ricos como os pobres morrerão nesta terra, mas ninguém vai sepultá-los, nem chorar por eles. Ninguém se cortará, nem rapará a cabeça em sinal de tristeza” (Jr 16.6 NTLH). Era costume rapar-se a cabeça na parte frontal da testa.

Jr 41.5. “Corpo retalhado”: uma forma pagã de lamentação proibida ao povo de Deus. (1ª Reis 18.28, e Zc 13.6).

No V.T., Deus estabeleceu a circuncisão quando fez Sua aliança com Abraão. Deus prometeu abençoar Abraão e ser seu Deus, se ele obedecesse aos Seus mandamentos (Gn 17.9-11). A circuncisão era um ato de submissão a Deus.

No Novo Testamento a circuncisão é no coração (Rm 2.28-29). O coração representa a força espiritual (Lm 3.41), como intimo da pessoa (Jr 17.10). Emprega a palavra para indicar a percepção (Jr 4.9); o pensamento (Ec 2.20); a memória (Sl 31.12) e a consciência (Jó 27.6).

O apóstolo Paulo explica que o mais importante é a “circuncisão do coração”. Deus se preocupa com o interior, não com cerimônias exteriores. Quem tem o coração marcado pela presença de Jesus Cristo faz parte da Nova Aliança e é verdadeiramente circunciso (Fl 3.3). A aparência exterior não afeta o interior, mas o interior afeta a vida toda. Por isso o cristão não precisa nem deve se circuncidar.

“Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne. Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais” (Fl 3.3-4).

“...somos a circuncisão...”. Significa que pertencemos a Cristo. No N.T. adoração é uma marca que pertencemos a Cristo e esta marca é no coração através do novo nascimento. Por isso Jesus disse para mulher samaritana: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.23-24).

A marca da Besta. O falso profeta vai exigir uma “marca” em sinal de lealdade e devoção à besta, e essa marca será “sobre a mão direita” – não a esquerda – “ou sobre a fronte” (Ap 13.16).

A marca deve ser algum tipo de gravura ou carimbo, semelhante às que recebiam os soldados, escravos e devotos dos templos na época de João. Na Ásia Menor, os seguidores das religiões pagãs tinham prazer em exibir essas tatuagens para mostrar que serviam a um determinado deus. No Egito, Ptolomeu IV Filopátor (221-203 a.C.) marcava com o desenho de uma folha de trevo os judeus que se submetiam ao cadastramento, simbolizando a servidão ao deus Dionísio (cf. 3º Macabeus 2.29). Esse significado lembra a antiga prática de usar marcas para tornar pública a fé religiosa do seu portador (cf. Is 44.5), e também a prática de marcar os escravos a fogo com o nome ou símbolo de seu proprietário (cf. Gl 6.17). O termo charagma (“marca”) também era usado para designar as imagens ou nomes dos imperadores, cunhadas nas moedas romanas e, portanto, poderia muito bem aplicar-se ao emblema da besta colocado sobre as pessoas.

Apocalipse 13.17, o “nome” ou o “número”. Essa marca parece ser uma paródia do plano de Deus, principalmente no que se refere aos 144.000 “selados” de Apocalipse 7. O selo de Deus sobre Suas testemunhas é invisível, no coração e tem o propósito de protegê-las do Anticristo. Por outro lado, o Anticristo oferece proteção contra a ira de Deus – uma promessa que ele não tem condições de cumprir – e sua marca é visível e externa. Como os que receberem a marca da besta o farão voluntariamente, é de supor que as pessoas sentirão um certo orgulho de terem, em essência, a Satanás como seu dono. O Dr. Thomas afirma: “A marca será visível e identificará todos os que se sujeitarem à besta”. [Thomas, Revelation 8-22, p. 181].

A marca será inscrita de maneira tão indelével na mão ou na testa, de modo a mostrar que quem o descobriu pertencia à “besta” e estava sujeito à sua autoridade – como escravo é ao seu mestre, ou um soldado ao seu comandante. Aplicado ao Anticristo, o significado é que haveria alguma marca de distinção; algum sinal indelével; algo que designaria, com toda a certeza, aquelas pessoas que lhe pertenciam e que estavam sujeitas a ele; que pertence a ele; e quem tem comunhão com ele, ou seja, aqueles que pertencem a essa comunhão e, em todo o mundo.

O capítulo conclui com uma profecia do que poderia ser chamado de ditadura econômica. O texto não diz que os homens não poderão comer se não tiverem a marca da besta, mas não poderão negociar sem esse sinal.

Por fim, o apóstolo João faz uma alerta, que deve servir para mim e para você nos dias que vivemos: “aqui está a sabedoria: aquele que tem entendimento calcule o número da besta”. Com isto João não está orientando e incentivando uma busca desenfreada por descobrir alguém que tenha as letras de seu nome somadas 666. A sabedoria consiste em discernir acerca do que é perfeito daquilo que é apenas uma cópia falsa e barata do que é verdadeiro. Portanto, o número 666 se refere ao número do homem que é imperfeiro,. Todavia o homem do pecado (666) será três vezes imperfeito e não a soma de números de um nome, ou um código que é muito usado hodiernamente como o código de barras.

Na minha opinião o chip que contém o código de barras, e hoje está sendo implantado na humanidade como uma identificação documentaria distinto em cada ser humano é uma identificação normal sem a demonização do que muitos pensam ser a maraca da besta. Todavia, em breve também será obrigatório. Porém, a marca “charagma” conforme já vimos será um sinal esculpido em seu corpo físico, uma aliança onde cada ser humano terá de decidir se aceita adorar e cultuar a besta ou decidir pelo testemunho de Cristo e manter-se fiel a Sua Palavra. Todavia, a marca da besta (Ap 13.16-18) é uma marca que está intimamente ligada à adoração à besta (13.12, 15; cf. 19.20; 20.4). Assim, a marca da besta é uma marca de lealdade e devoção à besta. Os cristãos serão perseguidos e decapitados pela autoridade decretada pelo Anticristo. E esta decisão decidirá a vida ou morte, ou seja, a vida se receber a marca da besta (uma aliança com a besta) ou a morte por decapitação se decidir por Cristo Jesus (Ap 20.4). Essa marca será usada como uma forma de controle pelo Anticristo, para identificar seus adoradores.

Todos os homens deverão ser marcados. Quem não tiver a marca da besta e não adorar ao Anticristo como deus, não poderá comprar ou vender, sendo caçados para que sejam mortos. Cabe a você decidir.... qual sua escolha?

Pr. Elias Ribas

Dr. Em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau SC

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A GRANDE TRIBULAÇÃO


Mt 24.21 “Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais.” 

I. O QUE É A GRANDE TRIBULAÇÃO 

1. O significado do tremo. A expressão Grande Tribulação (do grego θλιψις - thilipsisq e μεγαλη - grande) é um termo que encontramos na Palavra como a descrição do tempo que antecede a volta do Rei Jesus.

A palavra “tribulação” significa literalmente “cumprir com força”, como se faz com as uvas no lagar, ou com a cana de açúcar na moenda; “colocar uma carga sobre o espírito das pessoas”. A Grande Tribulação será um período de maior angústia da história humana, em que os ímpios serão obrigados a reconhecer quão terríveis é cair nas mãos do Deus vivo. De acordo com a profecia da Bíblia, ela vai acontecer nos “últimos dias”, ou no “tempo do fim” (2ª Tm 3.1; Dn 12.4).

A Grande Tribulação é um termo bíblico que descreve o tempo de julgamentos e provações, sem precedentes,
pouco antes do retorno de Cristo à terra.
 

2. A grande tribulação é também chamada de:

·           Dia do Senhor     Sf 1.14.

·           Ira do Cordeiro                            Ap 6.16.

·           Última semana de Daniel            Dn 9.24-27.

·           Tempo de angústia de Jacó          Jr 30-7; Sf 1.15.

·           Ira futura                                      1ª Ts 1.10; 5.9; Ap 6.16-17.

·           Tempo de destruição                   1ª Ts 5.3.

·           Tempo de Eclipse (escuridão)     Is 24.10-23; Am 5.18.

·           Tempo de castigo                        Ez 20.37-38.

·           Tempo de choro (pranto)             Am 5.16-17.

·           Tempo de aflição                         Mt 24.21.

·           Dilúvio de açoites                        Is 28.15-18. 

3. As três teorias acerca do arrebatamento da igreja e a grande tribulação.

existem três interpretações principais:

Existem três teorias acerca do arrebatamento da igreja:

1.      O Prétribulacionismo. Ensina que o arrebatamento da igreja (tanto os santos vivos quanto os mortos) ocorrerá antes do período de sete anos da tribulação, ou seja, antes do início da 70º semana de Daniel 9.24-27. É necessário dizer “antes do período de sete anos de tribulação” (RYRIE 2004, p. 563). 

2.      O Mesotribulacionismo. A visão do arrebatamento mesotribulacionista defende que o arrebatamento da igreja ocorrerá no meio dos sete anos e meio. Segundo esta visão, a tribulação é somente a segunda metade da 70º semana de Daniel. (RYRIE 2004, p. 579). 

3.       O Pós-Tribulacionismo. Ensina que o arrebatamento e a Segunda Vinda são facetas diferentes de um único evento, que ocorrerá no final da Grande Tribulação, quando Cristo voltar. A Igreja estará na Terra durante a tribulação para experimentar os eventos desse período. (RYRIE 2004, p. 582). 

II. QUAL A DIFERENÇA ENTRE TRIBULAÇÃO E GRANDE TRIBULAÇÃO? 

João 16.33 “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo! 

1. O que significa tribulação. A palavra tribulação na língua grega aparece como thilipsis que significa: pressão, aflito, angustia, sobre carregado, pressionado, perseguição e tribulação.

Na tradução da Vulgata Latina, a palavra é tribulum, e se refere a uma espécie de grade para debulhar o trigo. Um instrumento que o lavrador usa para separar o trigo da sua palha. A ideia figurada, aqui, é a de afligir, pressionar. A expressão é essencialmente escatológica. 

“No mundo tereis aflição, mas coragem!” Quando os discípulos de Jesus lhe perguntaram sobre os sinais que indicariam a Sua vinda e fim do mundo (Mt 24.3), Ele foi bem sincero, ao predizer que eles enfrentariam dificuldades, como injustiça e perseguições (Mt 10.17-25; Mt 24.9; 2ª Tm 3.12). Mesmo nas cartas do Apocalipse Jesus falou à igreja de Smirna que eles teriam uma perseguição de dez dias (Ap 2.10).

Isso se cumpriu quando Pedro e João foram levados ao conselho, (At 4.5-7). Marcos acrescenta que eles deveriam ser entregues às sinagogas e prisões a serem espancados e levados perante governantes e reis por causa de seu nome (Mc 13.9). Tudo isso já se cumpriu. Pedro e João foram presos (At 4.3); Paulo e Silas foram presos (At 16.24), e também espancados (At 16.23); Paulo foi levado antes de Gálico (At 18.1, antes de Félix (At 24.24) e antes de Agripa (At 25.23).

Muitas vezes o cristão até pode passar pelo “vale da sombra e da morte” em sua vida (Sl 23.4). Situações na área da saúde, finanças, família, trabalho e relacionamentos. O crente, não está isento de enfrentar obstáculo e dificuldade na caminha cristão. Pois, o próprio Senhor Jesus nos advertiu sobre isso em João 16.33. O apóstolo Paulo diz no livro de Atos: “Pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus.” (At 14.22). E na carta aos Romanos 8.18, Paulo fala da tribulação do tempo presente; isto porque refere-se aos momentos difíceis do dia-a-dia. Entretanto, não vamos sozinhos, Ele vai conosco em nossa caminhada.

Vivemos em um mundo com situações que nos afligem, assim como afligiram homens e mulheres no passado.

Deus ouve nossas súplicas e nos livras. O salmista Davi no Salmo 143, descreve a situação de seu coração dizendo, que as adversidades são muitas e não há paz ao seu redor. No Salmo Salmos 18.4-6 Ele clama por misericórdia, dizendo: “As cordas da morte me enredaram; as torrentes da destruição me surpreenderam. 5- As cordas do Sheol me envolveram; os laços da morte me alcançaram. 6- Na minha aflição clamei ao Senhor; gritei por socorro ao meu Deus. Do seu templo ele ouviu a minha voz; meu grito chegou à sua presença, aos seus ouvidos.”

Por meio da oração, Davi assegura que os justo que clamam com fé ao Senhor, serão ouvidos: Salmo 34.17 “Os justos clamam, o Senhor os ouve e os livra de todas as suas tribulações.”

O Senhor atende o clamor daqueles que estão atribulados: Salmos 34.6 “Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu, e o salvou de todas as suas angústias.”

A palavra “pobre” aqui não significa “pobre” no sentido de falta de riqueza, mas “pobre” no sentido de ser afligido, esmagado, abandonado, desolado. Quando Davi estava no maior estreito de Gate, como estando em perigo de destruição se ele ficasse lá, e ainda não sabia como escapar; mas Deus ouviu seu clamor e o libertou. de todos eles.

Quando olhamos para a história da Igreja não temos dúvida dessa realidade. A Igreja de Cristo tem sempre passado perseguições aflições, provas e tribulações em lugares diferentes, em épocas diferentes, por motivos diferentes. São batalhas espirituais que enfrentamos contra o inimigo de nossas almas (Satanás). Todavia, essas aflições são formas que Deus usa para corrigir o seu povo nesta terra. O apóstolo Paulo fala da tribulação do tempo presente (Rm 8.18), isto porque refere-se aos momentos difíceis do dia-a-dia.

Foi assim nos três primeiros séculos da Igreja no Império Romano. Foi assim após a Reforma Protestante. Foi assim no século XX sob os governos comunistas. Tem sido assim ao longo da história.

Todas essas passagens bíblicas nos mostram as aflições e tribulações que passamos em nossa vida, porém, isso tudo são tribulações, e nada comparado com a Grande Tribulação que virá no tempo do fim (Mt 24.31). 

2. Grande Tribulação. Mateus 24.21 “Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.” 

A Grande Tribulação no grego da Septuaginta θλίψις μεγάληthlipsis megalē, é, na escatologia cristã, o período de grande sofrimento anunciado por Jesus Cristo no Sermão da montanha. Ele marca o fim dos tempos ao preceder a parusia e o advento do Reino de Deus na terra. Tradução: sofrimento; carga; trabalho forçado. Essas duas palavras são compostas por um adjetivo (GRANDE) e um substantivo feminino (TRIBULAÇÃO). 

2.1. Análise da palavra Tribulação no hebraico. Para melhor compreensão, vamos analisar algumas palavras no hebraico relacionadas a TRIBULAÇÃO.

1º A palavra סבל – sevel, significa sofrimento; carga; trabalho forçado.

2º A palavra é בִּעוּת - bi'ut, significa espanto, horror, terror; angústia, susto.

3º A palavra דְּאָבָה - d'avah, significa tristeza, pesar, angústia, aflição.

4º A palavra דָּחַס – dachas, significa pressionar, comprimir, compactar.

5º A palavra בּוֹשֵׁם – boshem significa pisar, pisotear; oprimir.

6º A palavra צער tsarah significa lamentar. 

2.2. Análise da palavra GRANDE no hebraico. A palavra Grande no hebraico é גָּדוֹל, Gadol que significa grande, denotando um rabino que se presume ser ainda maior do que os outros.

As duas palavras μεγαλη e θλιψις – thilipsisq no grego e גָּדוֹל, Gadol דְּאָבָה d'avah no hebraico é traduzido como “angústia, aflição, adversidade, tribulação de angústia, aperto”.

A palavra “tribulação” significa literalmente “cumprir com força”, como se faz com as uvas no lagar, ou com a cana de açúcar na moenda. A Grande Tribulação é o período de maior angústia da história humana, em que os ímpios serão obrigados a reconhecer quão terríveis é cair nas mãos do Deus vivo.

A Grande Tribulação é chamada na Bíblia como o “Dia do Senhor” o qual Deus entrará em juízo com o mundo altivo, rebelde e impenitente que não ouviram e nem obedeceram a Sua Palavra (Is 13.9-11; Ml 4.1).

A Grande Tribulação, thlipsis megalē é o futuro período de tempo na história da Terra, quando o sofrimento e a guerra se tornarão comuns. Ela foi prevista acontecer pelos profetas de Deus e Seus apóstolos e pelo próprio Jesus (Mt 24.1-51, Mc 13.1-37, Jo 16.1-33), e no livro das revelações apocalítica (Ap 2.22; Ap 7.14), entra em detalhes precisos sobre os eventos que irão acontecer durante a Grande Tribulação.

A “Grande Tribulação” é muito mais do que uma mera perseguição à Igreja. É um período sem precedente na história do mundo, um período de ira divina. Embora alguns teólogos digam que a Grande Tribulação já aconteceu por ocasião da destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C., e que o Anticristo teria sido o imperador Nero, a maioria dos historiadores dizem que Apocalipse foi escrito no fim do século I, nos últimos dias de Domiciano (90-95 d.C.). Ademais, em Mateus 24.21 há duas características da Grande Tribulação pelas quais se evidencia que ela ainda não aconteceu. Primeira: “haverá, então, grande aflição como nunca houve desde o princípio do mundo até agora”. Segunda: “nem tampouco haverá jamais.” (Mt 24.21).

Em todas essas passagens bíblicas expressam que a Grande Tribulação não é o mesmo que falar de tribulações e aflições da vida. Houve e haverá sempre perseguições para a verdadeira Igreja de Jesus. Mas a Grande Tribulação está determinada somente para o povo Judeu, e não se destina à Igreja a noiva do Cordeiro (Ap 19.7-9) 

III. AS SETENTA SEMANAS

Daniel 9.24-26 “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos. 25- Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26- E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.” 

Nos livros do Pentateuco temos a base para entender a duração das 70 semanas do profeta Daniel. Quando Deus instituiu o descanso no sétimo dia para o povo judeu, Ele criou também um ciclo de 7 anos.

De acordo com o livro Levítico 25.8, o povo de Deus tinha um ciclo de 7 anos, ou seja, uma semana. A cada 7 anos a terra deveria descansar da agricultura para que o solo pudesse repor seus nutrientes. Quando os judeus não pararam de cultivar a terra no sétimo ano por setenta ciclos, eles acabaram como escravos na Babilônia por 70 anos.

No cativeiro babilônico, o profeta Daniel lendo a mensagem do livro de Jeremias, descobriu que a profecia determinava um tempo de setenta anos de cativeiro para os judeus. Logo este tempo marcado pelo sofrimento chegaria ao fim (Jr 25.11-13; 2º Cr 36.21; Dn 9.2). Por isso, na Bíblia, o número setenta ganhou um sentido profético.

O termo original traduzido por “semana” em Daniel 9.24 é literalmente “setenário”, isto é, sete anos. Portanto, as setenta semanas não se refere a “semanas de dias” e sim “semanas de anos”, onde cada semana equivale a 7 anos, totalizando 490 anos. 

A contagem das “setenta semanas” compreende, portanto, a um período de 490 anos: (70 ciclos de 7 anos, cada, considerando o ano profético de 360 dias). 70 x 7 = 490. Assim, cada dia da semana pode significar um ano; cada semana, um período de sete anos. Então, as setenta semanas compreendem o período de 490 anos, setenta multiplicado por sete.

As setentas semanas = 490 anos, divididos em:

·         07 Semanas                         Dn 9.25                         49 anos - da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém.

·         62 Semanas                         Daniel 9.25                   434 anos.

·         01 Semana                          Daniel 9.26                   7 anos. 

1º O primeiro período. O primeiro grupo de “sete semanas”, é equivalente a 49 anos, ou seja, sete períodos de sete anos. O início desta profecia começou a partir da ordem para reconstruir Jerusalém (v. 25). Os principais estudiosos do assunto concordam que se trata do decreto de Artaxerxes, baixado em 445 a.C. (cf. Ne 2). 

2º O segundo grupo. O segundo período seria de sessenta e duas semanas. Subtende-se que se trata de 62 x 7= 434 anos. Essas sessenta e duas semanas, somadas às sete primeiras semanas, chegariam ao tempo da restauração de Jerusalém até a vinda do Messias (vs. 25,26). Neste tempo o Ungido (que em hebraico é Messias) viria e seria morto no fim desse tempo, depois Jerusalém seria destruída até que o tempo dos gentios se completasse.

Lc 21.24 E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.” 

3º O terceiro período. Esta semana ainda não aconteceu (v. 27). Compare o versículo 27 de Daniel com Mateus 24.15 e veja como se trata de uma profecia que ainda não se cumpriu. Esta última semana, ou seja, sete anos, quando haverá uma invasão do Anticristo e se iniciará um tempo de tribulação para Israel. É o período denominado como o da “Grande Tribulação” (9.27).

Segundo a Bíblia Sagrada, a Grande Tribulação ocorrerá em um período de sete anos ou pares de sete anos, cada. Sabemos isso porque o profeta Daniel já as considerou como anos.

Quando Israel rejeitou seu Messias, Deus suspendeu temporariamente o Seu plano para Israel. Assim, há um intervalo de tempo indeterminada entre a 69ª e a 70ª semana-ano. Jesus fala de eventos futuros, inclusive a destruição de Jerusalém e Seu retorno, Ele diz que “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos destes se completem.” (Lucas 21.24). Paulo escreve na sua carta aos Romanos dizendo que “até que a plenitude dos gentios haja entrado. (Rm 11.25).

As 70 semanas de Daniel são uma profecia sobre o futuro de Jerusalém e a vinda do Messias. Portanto, podemos verificar que a última semana que equivale o período de sete anos será cumprida perto do fim dos tempos. 

IV. A ÚLTIMA SEMANA

1. A Grande Tribulação terá duração de sete anos e equivale a última semana de Daniel. 

3. As três divisões da profecia.

A. Profecias cumpridas. Jerusalém foi reconstruída quando os israelitas voltaram do exílio; Jesus, o Messias veio e foi morto; Jerusalém foi destruída novamente em 70 d.C. 

B. Profecias que não foram cumpridas. O povo do príncipe, “governante que virá”, ainda não veio, nem se já fez uma aliança com Israel, nem o que é o “sacrilégio terrível”. 

C. Profecias ainda por cumprir. O pecado ainda não acabou, a justiça ainda não foi estabelecida em toda parte e nem toda visão e profecia foram cumpridas.

A profecia das 70 semanas resume o que acontece antes que Jesus estabeleça o Seu reino milenar (Ap 20.6). De especial nota é o terceiro na lista de resultados: “expiar a iniquidade.” Jesus realizou a expiação pelo pecado por Sua morte na cruz (Rm 3.25 e Hb 2.17). 

4. Quando começou a contar a 70 semanas? As 70 semanas-ano ou 490 anos, começou a contar no dia 5 de março de 444 a.C., quando o rei Artaxerxes, da Pérsia, emitiu a ordem, permitindo que os judeus, liderados por Neemias, retornassem à sua terra para reconstruir a cidade de Jerusalém (Ne 2.1-8). 

5. A Semana final das 70 semanas. Das 70 semanas, 69 já foram historicamente cumpridas. Isso deixa mais uma semana, ou seja, sete anos ainda a ser cumprido. A maioria dos estudiosos acredita que agora estamos vivendo um enorme intervalo entre a semana 69 e a semana 70. O relógio profético foi pausado, por assim dizer. A final semana de Daniel é o que normalmente chamamos do período de Grande Tribulação. 

6. Como entender as divisões da última semana. No estudo sobre as 70 semanas de Daniel, podemos verificar que a última semana que equivale o período de sete anos que ainda não se cumpriu e é exatamente a Grande Tribulação que terá uma duração de sete anos, divididos em duas partes de três anos e meio. 

Para compreensão desta profecia, a matemática divina é a seguinte:

·         um tempo equivale a um ano ou 360 dias proféticos;

·         dois tempos equivalem a dois anos ou 720 dias proféticos;

·         metade de um tempo equivale a meio ano ou 180 dias proféticos. 

Os três anos e meio (360 + 720 + 180) totalizam 1260 dias proféticos. Considerando que cada dia corresponde a um ano literal (Números 14.34; Ezequiel 4:6), o resultado é 1260 anos. É interessante que o mesmo período profético é mencionado em outras passagens bíblicas.

·                    Mil duzentos e sessenta dias – Ap 11.11; 12.6.

·                    Quarenta e dois meses – Ap 13.5.

·                    Um tempo e tempos e metade de um tempo. (Dn 7.25; Ap 12.14). 

Daniel 7.25 “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo. 

“um “tempo” é modo hebreu de expressão para um ano. Daniel 11.13b “...ao cabo de tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande exército e com muita fazenda.” 

“de tempos”. A interpretação desse versículo nós encontramos no livro de Daniel 4.32ª. que diz: “E serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo domina sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.” 

“sete tempos sobre ti”. Na versão NVI: “Passarão sete anos até que admitas que o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer.” 

A punição determinada por Deus ao rei Nabucodonosor, por causa de seu orgulho, durou sete anos. Mas ao fim daqueles dias eu, Nabucodonosor. O terrível teste chegara ao fim. A temível experiência de sete anos finalmente terminou.

Com base nesse versículo podemos entender que um tempo, significa 1 ano, e tempos, são dois tempos igual a 2 anos e metade de um tempo a 6 meses: total de três anos e meio, que literalmente são 1260 dias ou três anos e meio.

Outro texto é Apocalipse 11.2-3, no Novo Testamento que diz: “E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o anjo e disse: Levanta-te e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. E deixa o átrio que está fora do templo e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois meses.”

42 meses = 1260 dias = 3 anos e meio. Portanto, podemos interpretar “um tempo, tempos e metade de um tempo” e também “quarenta e dois meses”, que representam nas profecias bíblicas o período de 1260 dias.

Em síntese: Nas passagens proféticas (Dn 7.25; Ap 11.2; 12.4 e Ap 13.5), 1260 dias ou 42 meses, equivale a representação numérica exata para 3 anos e meio. 

“E proferirá palavras contra o Altíssimo”. Note que em Daniel 7.25, a ponta pequena (o Anticristo) profere palavras contra o Altíssimo e faz guerra aos santos do Altíssimo por 1260 dias. O apóstolo João em Apocalipse 13, confirma dizendo que o mesmo Anticristo profere grandes coisas e blasfêmias contra Deus, e recebe poder para agir por “quarenta e dois meses”. (Ap 13.5). Também no Apocalipse 11, o mesmo Anticristo pisará a cidade santa por “quarenta e dois meses.” (Ap 11.2).

A profecia de Daniel7.25, se cumpriu em partes na vida do Imperador Epifânio um tipo de Anticristo, mas ao dizer “e não terá respeito ao Deus de seus pais?” (Dn 11.37), Daniel descreve a nacionalidade do Anticristo, isto é, ele será um Judeu apóstata, verdadeiro ateísta, que não respeitará o Deus de seus pais (referindo-se ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e contra o Senhor falará coisas espantosas) e não a Epifânio como alguns afirmam. É muito importante sabermos que o Anticristo nunca poderia apresentar-se como Messias, ainda que falso, se não fosse um judeu; porque, de outro modo não seria aceito por Israel. 

6.1. A Grande Tribulação será dividida em duas fases.

1ª Fase. Já entendemos a divisão dos tempos, que os sete anos serão divididos em duas partes de 3 anos e meio.

Os primeiros três anos e meio, será de uma falsa paz que o Anticristo trará para o mundo. Neste período o mundo o receberá como grande solucionador dos problemas da humanidade.

A primeira metade da semana será marcada pelo reinado absoluto do Anticristo, liderará uma coalizão de nações ocidentais naqueles dias, fará também uma aliança com Israel em Jerusalém trazendo paz aos Judeus. Devido a essa paz, o Templo de Salomão será reconstruído na primeira parte da Tribulação (Dn 9.27) prevê que na primeira metade da Tribulação haverá “sacrifícios” em Israel, atividade feita exclusivamente no Templo.

O período citado de 42 meses (v. 2), confere exatamente com 1.260 dias (v. 3) e também com os três anos e meio anunciados pelo profeta Daniel, se referindo ao período da Grande Tribulação (Dn 9.27 e Ap 12.14), confirmados por Jesus (Mt 24.15) dizendo que seria um “tempo abreviado” (Mt 24.22). Então, esta duração abrange a meia semana, três anos e meio, pois de acordo com Daniel 9.27, o Anticristo, o príncipe no qual Israel então terá feito uma aliança, interromperá no meio da semana o serviço do sacrifício. Então dar-se-á o início da segunda fase. 

6.2. Acontecimentos que ocorrerão na primeira fase da Grande Tribulação. A primeira fase da Grande Tribulação que são três anos e meio terá os seguintes acontecimentos:

·           Israel terá pleno domínio de Jerusalém (Dn 9.24).

·           Israel fará acordo com o Anticristo por sete anos (Dn 9.27; Jo 5.43; Is 28.15-18).

·           Israel irá construir o templo derrubado por Roma em 70 d.C. (2ª Ts 2.4).

·           O livro com os sete selos será aberto Ap 6.1-17; 8.1).

·           As duas testemunhas darão as suas profecias (Ap 11.1-12). 

2ª Fase. Os primeiros os três anos e meio, terminarão com o “homem da iniquidade” declarando ao mundo sua divindade e se “assentando no santuário de Deus” (2ª Ts 2.4), uma referência ao novo Templo de Israel. Então termina a falsa paz, e dar-se-á início a segunda fase da Grande Tribulação que são os três anos e meio que faltam para completar os 7 anos. Nessa última parte da Grande Tribulação, são determinados os juízos de Deus onde Ele irá derramar as pragas do Apocalipse sobre os homens e haverá pestilências em todo o mundo, fazendo assim o Senhor estará frustrando o reinado do Anticristo. 

6.3. Acontecimentos que ocorrerão na segunda fase da Grande Tribulação.

·           O Anticristo vai romper o pacto com Israel, fazendo cessar o sacrifício (Dn 9.27) e vai assentar-se no trono para ser adorado como deus (abominação desoladora (Dn 9.27; Mt 24.15 2ª Ts 2.4);

·           Israel é invadida pelo Anticristo (Ap 12.6);

·           O Anticristo sentará no templo exigindo adoração (2ª Ts 2.3-4; Dn 9.27. Jo 5.43Is 28.15-18).

·           As duas bestas (O falso profeta e o Anticristo) (Ap 13).

·           As sete trombetas do juízo de Deus (Ap 8.2-12; 9.1-13; 11.15).

·           As sete taças (Ap 15 e 16).

·           O espírito do demônio controlará os reis da terra (Ap 16.13-14).

·           Os reis do oriente marcham rumo a Israel (Ap 16.12-16).

·           Uma chuva de meteoro de até um talento que equivale a 34 quilos (Ap 16.21; Mt 24.29).

·           A batalha do Armagedon: grande guerra e perseguição dos exércitos do Anticristo contra a nação de Israel (Is 28.15-18; Zc 14.12-13; Ap 19.19).

·           A Volta de Cristo com Seus santos para livrar Israel (Ap 19.11-26; 1.7; Judas 1.14; Mt 24.30-31).

No final da Grande Tribulação, quando o Anticristo entrar com seus exércitos na terra de Israel, o Senhor descerá do céu montado num cavalo branco, e Seus olhos como chama de fogo, para julgar (Ap 19.11-12). Ele destruirá os exércitos da Besta com o esplendor da Sua vinda. Jesus Cristo, a Pedra cortada sem mãos (Dn 2.34,35,44,45), esmigalha os dez dedos da estátua – o Império Romano restabelecido pela Besta. 

7. A finalidade das 70 semanas. Em Daniel 9.24, o Senhor Deus tinha seis objetivos para esses 490 anos. Os três primeiros se referem ao pecado do homem e os últimos três, à justiça de Deus: 

·                    “para fazer cessar a transgressão”;

·                    “para dar fim aos pecados”;

·                    “para expiar a iniquidade”;

·                    “para trazer a justiça eterna”;

·                    “para selar a visão e a profecia”;

·                    “para ungir o Santo dos Santos”.

Por ocasião da Sua primeira vinda, a morte de Cristo na cruz trouxe o perdão dos pecados, mas Israel somente reconhecerá esse sacrifício quando o Seu povo estiver em contato com a Sua segunda vinda e demonstrar arrependimento, ao final das 70 semanas-ano. Os últimos três objetivos relacionados em Daniel 9.24 projetam o olhar sobre o vindouro Reino de Cristo. 

8. Propósitos da Grande Tribulação. Dois principais propósitos de destacam: Levar Israel a receber o seu Messias e trazer juízo sobre todo o mundo, especialmente, sobre as nações incrédulas.

1. Repreender, castigar e educar Israel com vara de Juízo, preparando os Judeus para enfim aceitarem a Jesus Cristo como o Messias prometido (Ezequiel 20.37; Dt 4.30; Mt 23.37-39).

2. Separar os judeus fiéis a Deus (Zc 13.8-9; Ap 14.1-3).

3. Castigar os ímpios que rejeitaram o maior presente de Deus que é o amor de Cristo, e não se converteram dos seus pecados, pois recusaram a luz de Cristo para viver em trevas (2ª Ts 2.11-12) e preferiram crer nas trevas e na mentira do diabo.

4. Trazer aflição e angústia porque rejeitaram a Jesus como salvador da humanidade.

5. Derramar a ira de Deus (Ap 6.16-17; 2ª Ts 1.7-9).

6. Destruir o império do Anticristo (Ap 16.10).

7. Desestabilizar o atual sistema mundial (Dn 2.34-35).

8. Implantar o reino de Nosso Senhor Jesus Cristo (Dn 2.44). 

Finda-se aqui as 70 semanas de Daniel. Israel reconciliar-se-á com Deus. Ter-se-á cumprido o tempo determinado por Deus, para a execução da transgressão, o fim do pecado, a expiação da iniquidade, para que venha a justiça eterna.

Com o fim das 70 semanas, a visão e a profecia estarão seladas (Dn 9.24). Jesus, então, instalará o Milênio. Israel, agora salvo, estará ao lado de Seu Messias, como a nação líder, tanto política como espiritualmente. 

V. PARA QUEM ESTÃO DETERMINADAS AS SETENTA SEMANAS 

Daniel 9.24“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade....”. 

1. “...estão determinadas sobre o teu povo”. As 70 semanas, ou os 490 anos, estão determinada para a nação de Israel. As Escrituras Sagradas afirmam que este período de tempo irá cumprir-se sobre o povo Judeu (o teu povo) e sobre a cidade de Jerusalém (a tua cidade), sendo assim, “não deve-se confundir Igreja com Israel.”

O anjo Gabriel disse a Daniel que esse tempo estava determinado “...sobre o teu povo (Israel) e sobre a tua santa cidade (Jerusalém), e na oração de Daniel ele diz: “teu santo monte” (v. 16), a “cidade que é chamada pelo teu nome” (v. 18), o “teu santuário assolado” (v. 17) e a “tua cidade e o teu povo” (v. 19). Portanto, a revelação a respeito das setenta semanas foi direcionada para os judeus exilados na Babilônia.

Esta profecia de Daniel 9.24-27, está determinada as seguintes condições para seu fiel cumprimento: Quando Deus rejeitou Israel, por ter desprezado o Messias, parou a contagem do tempo, uma vez que as 70 semanas estavam determinadas para os Judeus. Resta, ainda, uma semana, a última. Os Judeus necessitam estarem em Jerusalém (cidade Santa), e a Igreja já arrebatada. Portanto em 1948, o povo israelita foi reconhecido com nação e os Judeus voltaram para sua terra.

2. Israel não é a Igreja. Romanos 11.25-26 “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. 26 E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades.” 

A Carta aos Romanos é o fundamento da nossa fé, e é justamente nesse texto que Paulo esmiuça com detalhe sobre Israel.

Paulo apresenta diversos argumentos, provando que Deus não desistiu de Seu povo. Deus escolheu o povo israelita com um propósito de abençoar toda a humanidade: revelar Seu poder, Sua Palavra e enviar o Salvador ao mundo. Porque Israel não seguiu o caminho da fé, mas o das obras, e por isso tropeçou (v. 32). Israel tropeçou por haver rejeitado o seu Messias (v. 33).

A rejeição judaica da justiça pela fé em Cristo Jesus, abriu espaço para um número muito grande de gentios a serem enxertados na árvore enraizada na antiga aliança de Deus com Abraão. 

3. “...até que a plenitude dos gentios haja entrado.” As palavras de Jesus registradas no Evangelho de Lucas revelam que a destruição de Jerusalém não traria o fim da era presente, pois Cristo afirmou que os judeus sobreviventes seriam levados cativos para todas as nações e disse ainda: “até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles.” (Lc 21.24)

Jesus menciona uma época em que Jerusalém estava sob o domínio da autoridade gentia. A profecia diz respeito tanto ao início quanto ao fim da “destruição de Jerusalém”. A conquista de Jerusalém por Nabucodonosor em 588 a.C. começou esse período e continua até os dias de hoje, e define este período como “os tempos dos gentios” (v. 24).

Deus decretou que completaria a redenção messiânica dos judeus e de Jerusalém (incluindo os dois adventos de Cristo) em 70 semanas (490). Porém, a restauração completa de Israel não se cumprirá com o retorno de um remanescente dos exilados depois dos setenta anos de cativeiro na Babilônia.

Jesus usou a profecia de Daniel para predizer eventos futuros, de modo que nós também devemos interpretá-la desta forma.

Os autores do Novo Testamento usaram a profecia do profeta Daniel para predizer eventos futuros, de modo que nós também devemos interpretá-la de forma futurista.

Paulo estava convencido de que no futuro Israel será salvo. Para ele, isso terá seu cumprimento quando se completar a “plenitude dos gentios”. A rejeição dos judeus trouxe a justificação ao mundo gentílico. Quando Deus cumprir seu propósito para com os gentios cumprirá também suas promessas de restauração para todo o Israel. 

4. Há uma distinção entre Israel e a Igreja. Romanos 11.17-24 “E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, 18- Não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. 19- Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. 20- Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme. 21- Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também. 22- Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado. 23- E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar. 24- Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!” 

4.1. Israel é os ramos da Oliveira. A oliveira era um símbolo da nação de Israel. Ela é usada por Paulo nessa seção como uma ilustração ou alegoria dos tratos de Deus com judeus e gentios.

Paulo explica nos versos 17-24, que o zambujeiro é uma referência aos cristãos de origem gentílica e a oliveira é uma alusão a Israel, aos que herdaram as promessas estabelecidas na antiga aliança de Deus com Abraão (Gn 12.1, 2; 17.7, 8; Os 14.6).

Os ramos da Oliveira (Israel), foram quebrados por que rejeitaram o Messias. A Igreja como um zambujeiro foi enxertado na Oliveira pela fé em Jesus Cristo. Enxertado em lugar deles. Paulo estende a analogia para o enxerto com o propósito de comunicar aqui que os gentios foram sobrenaturalmente ligados à família de Deus. Mas, também ele mostra Deus não rejeitou os israelitas, porém, a incredulidade do seu coração levou Deus a cortar da Oliveira Verdadeira, e Deus nos enxertou pela fé na promessa da videira, sendo agora, a Igreja o Seu povo.

Paulo ele explica que os judeus tropeçaram na pedra de tropeço que era Cristo, mas, ele enfatiza que o plano de salvação de Deus sempre incluiu os judeus, e que a rejeição de Cristo tornou a salvação disponível para os gentios.

As promessas terão seu fiel cumprimento através dos judeus remanescentes, dos gentios que abraçaram a fé e do Israel que será restaurado no futuro. Embora a palavra remanescente signifique “o que resta”, particularmente o que pode permanecer após uma batalha ou uma grande calamidade. Em Romanos 11.5, Paulo fala sobre o remanescente escolhido pela graça de Deus, isto é, “uma pequena parte ou porção”. Da grande multidão de israelitas, restarão tão poucos que será apropriado dizer que era um mero remanescente.

No Dia do Senhor, no final da Grande Tribulação (7 anos), quando Israel estiver cercado pelo exército do Anticristo na guerra do Megido (Ap 7-9; Ap 19.11-21; 14.1; 16.21), Jesus aparecerá no céu para salvar outra vez e resto do seu povo” (Is 11.11; Zc 14.1-4). Os pecadores serão julgados e o remanescente fiel de Israel será separado para sempre como o povo santo de Deus (Zc 13.8; 14.21).

No capítulo 7.1-8 de Apocalipse, João vê 144 mil selados de todas as tribos de Israel, com a missão de proclamar o evangelho na Grande Tribulação, Diferenciando-os da “grande multidão: “....de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 1.1; 7.4-10). Mas ambos os grupos foram salvos pela graça, pela fé no Cordeiro de Deus. É como o cumprimento da promessa apontada pelo apóstolo Paulo sobre o remanescente de Israel que será salvo depois da plenitude dos gentios (Rm 9.27; 11.25).

As promessas de Deus feitas a Israel ainda serão mantidas no futuro. Podemos ter certeza de que tudo o que Deus disse é verdade e acontecerá por causa do Seu caráter e consistência. A Igreja não substitui Israel e não deve esperar uma realização simbólica das promessas da Antiga Aliança. Ao ler as Escrituras, é necessário manter Israel e a Igreja separados.

Para concluir desejo dizer que há uma grande diferença entre a Igreja e Israel. Os Judeus os ramos cortados da Videira que é Cristo Jesus, estarão na Terra no período da Grande Tribulação, mas a Igreja a Noiva estará no céu participando das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). 

5. O Anticristo abominação desoladora. Daniel 9.27 “E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.”

O evento notável que leva à conclusão do programa messiânico para Israel na segunda metade da septuagésima semana é a “abominação desoladora”.

Muitos intérpretes consideram que a abominação desoladora se cumpriu durante a guerra dos Macabeus quando Antíoco Epifânio interrompeu o culto judaico e profanou o santuário.

Jesus e Paulo apontam o cumprimento desta profecia no futuro. Jesus fala que a futura profanação do Templo seria o sinal inevitável para Israel no tempo da Grande Tribulação.

Mateus 24.15 “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda. 16- Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; 17- E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; 18- E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. 19- Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! 20- E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; 21- Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.”

Veja que Jesus aponta a abominação desoladora para os dias da tribulação como um dos sinais que antecedem a Sua vinda. Portanto, não pode ter se cumprido se não ele teria falado, mas veja que o Senhor aponta para o futuro, afirmando que a abominação desoladora surgirá dentro da tribulação.

O apóstolo Paulo também vai citar uma profanação feita pelo Anticristo: 2ª Ts 2.4 “O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.”

O momento de maior triunfo de Satanás será introduzir o seu representante no Santo Templo em Jerusalém.

O assolador de Daniel 9.27 é o Anticristo, que fará um concerto com Israel por sete anos (uma semana), (Jo 5.43 e Is 28.15-18), e na metade da semana (três anos e meio), fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares, assentará, no templo de Deus exigira adoração como se fosse Deus. Ap 13.6, João escreve dizendo: ⁸ E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra...”.

Jesus advertiu que alguém o “abominável da desolação”, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda.” Assim também escreveu o apóstolo Paulo, pois quando, virdes que o homem da iniquidade profanar o templo.

“Dele sairão forças que profanarão o santuário, a fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício diário, estabelecendo a abominação desoladora” (Dn 11.31). “Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias” (Daniel 12:11).

Quando isto acontecer, será deflagrada toda a ira de Deus tanto sobre o Anticristo como sobre os seus adoradores. Mostrará Deus, uma vez mais, que não dividirá a sua glória com ninguém. 

5.1. Uma visão profética com duplo sentido. Daniel 12.1-2, nos apresenta uma outra passagem importante sobre a Tribulação: “Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro. Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno”.

Nesse tempo”. A profecia se cumpriu em partes, quando o rei Antíoco Epífanes, (Dn 12.11 com Dn 11.31), em seu reinado resolveu investir contra a Terra Santa, especialmente, Jerusalém. Ele tinha um ódio enorme de Israel. Por isso, partiu para a profanação do Templo e fez cessar os sacrifícios diários (11.30,31).

Ao invadir Jerusalém, Antíoco Epifânio desrespeitou valores morais e éticos da sociedade israelita. Estabeleceu regulamentações contra a circuncisão, a observância do sábado e outras práticas dietéticas do povo hebreu, ele ordenou o sacrifício de porcos sobre o altar sagrado para profanar o Santuário. O versículo 31 fala da “abominação desoladora”, quando Epifânio construiu um altar a Zeus, deus grego, sobre o altar dos holocaustos no Templo. 

“....naquele tempo”. tipicamente, para o fim do reinado de Antíoco; antitpicamente, o momento em que o Anticristo será destruído na vinda de Cristo.

Quando Jesus disse: “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel...”, Ele está agora falando de um personagem da história que representa o rei futuro no final dos tempos. O Anticristo, que provocará o grande conflito com Israel e fará tudo para destruir a nação, até que venha o Senhor para aniquilar o seu poder. Reunindo assim em uma visão resumida os dois grandes períodos de aflição.

Antíoco Epifânio, prefigura o Anticristo revelado em o Novo Testamento (Mt 24.15; 2ª Ts 2.3-12). Jesus fala desse personagem em um tempo futuro, assim como o apóstolo Paulo (2ª Ts 2.3). 

5.2. “...e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve...”. O tempo de angústia a que se refere o profeta Daniel envolverá principalmente a nação de Israel depois de seu renascimento. Esse tempo é descrito pelo profeta Jeremias como “angústia de Jacó” (Jr 30.7). A nação de Israel nesse tempo, estará sendo vítimas do cerco por parte dos exércitos do Anticristo, previsto em Joel e pelo apóstolo João no livro das revelações:

Joel 3.1-2 “Porque, eis que naqueles dias, e naquele tempo, em que removerei o cativeiro de Judá e de Jerusalém, 2- Congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a minha terra.”

Ap 16.16 “E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom.”

A destruição de Jerusalém e a dispersão do povo judeu no ano 70 d.C, foi organizada apenas por uma nação, isto, é, o Império Romano, mas a grande batalha do Armagedon, as nações do mundo no comado do Anticristo estarão no vale de Josafá para a peleja final contra os judeus. Portanto há evidencias que são períodos totalmente diferentes.

Nesse tempo as nações estarão interligadas através do processo da globalização, na liderança do Anticristo, para a batalha do vale do Megido. Israel já passou por muitas angustias, (no cativeiro babilônico, e no cerco de Jerusalém pelo general Tito no 70 d.C., porém, agora, será uma batalha para a destruição total do povo Judeu, portanto, será uma angustia qual nunca houve (Dn 12.1 Mt 24.21).

No Apocalipse 7.14, um dos anciões fala ao profeta João dizendo: “Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.”

O castigo de Deus virá sobre os moradores da terra, conforme descrito no livro Daniel como “um tempo de angústia qual nunca houve” (Dn 12.1). Jesus foi ainda mais enfático quando Ele falou dizendo: “porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.21). Logo, este momento histórico é inigualável como nunca ouve na face da Terra e nunca amais se repetirá. Mesmo porque, este período também é o derradeiro, pois logo depois desses dias se seguirá o retorno de Cristo (Mateus 24.29, 30). 

No capítulo 30 de Jeremias, vemos que o Senhor está falando ao profeta Jeremias sobre Judá e Israel dizendo: 30.3-6 “Porque eis que vêm dias, diz o Senhor, em que farei voltar do cativeiro o meu povo Israel, e de Judá, diz o Senhor; e tornarei a trazê-los à terra que dei a seus pais, e a possuirão. 4- E estas são as palavras que disse o Senhor, acerca de Israel e de Judá. 5- Porque assim diz o Senhor: Ouvimos uma voz de tremor, de temor mas não de paz. 6- Perguntai, pois, e vede, se um homem pode dar à luz. Por que, pois, vejo a cada homem com as mãos sobre os lombos como a que está dando à luz? e por que se tornaram pálidos todos os rostos? 7- Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela.”

No capítulo 30, Jeremias descreve as aflições e angustias de Judá e que a miséria no cativeiro babilônico até seu “tremor” e “medo” surgindo da aproximação do exército medo-persa de Ciro contra a Babilônia. 

V. 6 “Perguntai, pois, e vede, se um homem pode dar à luz.” O Senhor faz uma analogia dizendo que os homens serão vistos com as mãos pressionadas nos lombos, como as mulheres reprimem suas dores. A metáfora é frequentemente usada para expressar a dor anterior, seguida pela repentina libertação de Israel, como no caso de uma mulher no parto (Is 66.7-9). 

V. 7 “..é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela.” Pela desobediência dos judeus, estavam passando por grande aflição no Cativeiro Babilônico, mais tarde sofreram também nas mãos do Antíoco Epifânio, no ano 70, passaram por uma grande aflição, no cerco de Jerusalém pelo general Tito, porém

A angustia de Jacó em que escreve Jeremias, é uma profecia tri partida, ou seja, em três partes: primeira já estava se cumprindo no Cativeiro Babilônico, a segunda parte se cumpriu na destruição de Jerusalém pelo general Tito, no ano 70, mas a terceira parte dessa profecia ainda não se cumpriu. Portanto, a libertação parcial na queda da Babilônia prefigura a libertação final e completa de Israel, literal e espiritual, na queda da Babilônia mística (Ap 18.1 à 19.21), no final dos tempos.

Jeremias 30.8-9, O Senhor falou dizendo: “Porque será naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, que eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço, e quebrarei os teus grilhões; e nunca mais se servirão dele os estrangeiros. 9- Mas servirão ao Senhor, seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhes levantarei.”

Se a profecia de Jeremias fosse só para o tempo do cativeiro babilônico teria algo errado. Note que o Senhor disse: “e nunca mais se servirão dele os estrangeiros.” Porém Israel voltou a viver em novo cativeiro a partir do ano 70. E o que dizer da 2ª guerra mundial onde Adolf Ritler matou mais de 6 milhões de Judeu?

“Os estrangeiros não mais farão dele seu servo” (Jr 25.14). Depois da libertação de Ciro, Pérsia, Alexandre, Antíoco e Nero, fizeram de Judá seu servo. O pleno da libertação significa que, portanto, ainda é futuro teu pescoço – o dele, isto é, o de Jacob (Jr 30.7). 

V. 9 “Mas servirão ao Senhor, seu Deus...”. A tribulação culminará na salvação física e espiritual (cf. Zc 12.10-14; Zc 13.1) que será tal que Israel nunca mais será subjugado por nenhuma nação. Isso não pode ser dito de qualquer salvação que tenha ocorrido até hoje. A promessa, “ele será salvo dela”, refere-se a um tempo ainda futuro.

Todas as passagens bíblicas deixadas por Jesus, Daniel, Jeremias Paulo e João, nos provam que as 70 semanas foram determinadas para Israel e não para a Igreja. É os israelitas que que sentir a angústia de Jacó, por terem rejeitados a Jesus como o Messias. 

VI. A IGREJA PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO? 

Cristo foi para o céu e a mulher, que representa a igreja, encontrou proteção divina no deserto durante o período de tempo profético de 1.260 dias. Neste tempo, ela aguarda o retorno de Cristo e o estabelecimento do reino eterno de Deus, mas não pode se manifestar publicamente por causa da intensa perseguição. 

1. A Igreja Passará Pela Grande Tribulação? Essa é uma pergunta que certamente já tirou o sono de muita gente. Muitos afirmam que a Igreja não passará pela Grande Tribulação e defendem um Arrebatamento Pré-Tribulacionista, outros que a Igreja será arrebatada no meio da tribulação Meso-Tribulacionistas, enquanto outros afirmam exatamente o contrário e defendem um Arrebatamento Pós-Tribulacionista.

Todos os crentes concordam que os juízos de Deus sobre Israel e o mundo naqueles dias só terão início depois que a Igreja for retirada da Terra. Até o capítulo 5 de Apocalipse se fala da Igreja, mas no capitulo 6, quando se iniciam os juízos, a Igreja não mais aparece, senão no capítulo 19.

Existem várias razões lógicas para acreditarmos que esse evento ocorrerá antes da Tribulação.

Primeiro, precisamos compreender que o principal propósito do período da Tribulação (“O Dia do Senhor”) é punir e refinar a nação de Israel e não a igreja de Jesus Cristo que é sua amada noiva.

Torna-se, pois, bem claro, à vista da Palavra de Deus, que há dois aspectos distintos da segunda vinda de Jesus.

Vejamos alguns fatos que ocorreram livramento antes da tribulação:

·         Enoque foi levado ao céu antes do Dilúvio; a Bíblia diz na carta de Hebreus para não ver a morte (Hb 11.5).

·         Elias foi levado ao céu antes do aparecimento das duas ursas que mataram os 42 rapazes (2ª Reis 2.1, 23, 24).

·         Ló foi tirado de Sodoma antes da destruição (Gênesis 19).

·         Deus não destinou a Igreja para a ira (1ª Ts 5.9).

·         João foi arrebatado ao céu logo após o relato da última carta à igreja de Laodiceia (Ap 4.1-2).

·         Se orarmos e vigiarmos escaparemos das coisas que sucederão (Lc 21.36).

·         Versículos bíblicos que nos mostram o grande livramento que o Senhor nos dará: (Salmos 32.7; Salmos 27.5- 6; Salmos 33.19; Pv 11.8; Ec 8.5; Isaías 65.13 e 1ª Ts. 1.10). 

E isso é confirmado ainda na primeira Epístola – “quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição (...) e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão” (1ª Ts 5.3,4).

Conforme o texto acima são os que estão “em trevas” que não escaparão da destruição. Os filhos da luz (1ª Ts 5.5) já terão sido arrebatados (1ª Ts 4.16-18). Por isso, mais adiante, Paulo reafirma que os salvos escaparão da ira futura: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Ts 5.9). 

2. A igreja estará nos céus. Apocalipse 19.1-3 “Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, 2- porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. 3- Segunda vez disseram: Aleluia! E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos.

O capítulo 19 começa com esta expressão: “Depois destas coisas”, ou seja, depois dos juízos e catástrofes da Grande Tribulação, ele começa a tratar da vinda de Jesus Cristo em glória, para julgar as nações e estabelecer o Seu reino eterno.

Depois, João vê o céu aberto e narra o que viu: o Rei dos reis e o Senhor dos Senhores. Ele também um coral incontável de santos que cantam aleluia e dão glória a Deus, junto aos 24 anciãos e aos quatro seres viventes.

Os vinte quatros anciãos simbolizam os salvos, antes e depois de Cristo. Juntos ele vê a noiva (esposa) e o Noivo prontos para as Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-8). Essa referência temos a Igreja reunida a Cristo nas bodas do Cordeiro no céu. Portanto, após as bodas do Cordeiro, Jesus vem em glória com os Seus, para julgar as nações (Ap 19.11-21). 

3. A ira do Cordeiro. Ap 6.16-17 “E disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?”

A ira (gr. orge), é uma expressão da justiça. É a indignação pessoal de Deus e Sua reação imutável diante de todo o pecado (Ez 7.8-9; Ef 5.6; Ap 19.15) causada pelo comportamento iníquo do ser humano (Êx 4.14; Nm 12.1-9; 2º Sm 6.6-7), e pela apostasia e infidelidade do povo (Nm 25.3; 32;10-13; Dt 29.24-28). 

3.1. A Grande Tribulação será um tempo de julgamento para as nações rebeldes Ap 6.16-17“Eles gritavam às montanhas e às rochas: “Caiam sobre nós e escondam-nos da face daquele que está assentado no trono e da ira do Cordeiro! Pois chegou o grande dia da ira deles; e quem poderá suportar?”A ira do Cordeiro descrito neste capítulo do verso 6 ao 19, é uma manifestação da vingança divina contra os transgressores da Sua Palavra e para quem não há manifestação da Sua misericórdia (Dt 32.39-43; Êx 22.23-24).

Escondei-nos daquele que assenta no trono e da ira do Cordeiro. Mesmo num mundo cheio de todo tipo de sofrimento, “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). O sexto selo claramente representa um castigo divino, identificado aqui com o poder do Pai que se assenta no trono (Ap 4.2-3) e com a ira do Cordeiro que recebe e abre o livro (5.6-7). Para aqueles que se submetem ao Cordeiro, Ele é o Salvador “que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Mas para os inimigos que o perseguem e que matam os seus servos, Ele mostra ira e poder irresistível. Ele é, ao mesmo tempo, o Cordeiro e o Leão. 

“Porque chegou o grande Dia da ira deles”. O dia aqui é identificado claramente como um dia de castigo divino.

A ira é o ódio de Deus contra o pecado, a imoralidade e a iniquidade impenitente. É o mesmo que a ira de Deus (cf. Ap 15.7; ver Rm 1.18; Hb 1.9). Os fiéis da igreja de Cristo não estão destinados à ira de Deus (1ª Ts 5.9), pois Jesus prometeu que virá para livrá-los da ira vindoura (Ap 3.10; 1ª Ts 1.10). Paulo usou a mesma expressão para identificar o dia “do justo juízo de Deus” em que ele fará separação entre os justos e os perversos (Rm 2.4-8).

O sexto selo não identifica um dia específico de castigo, mas promete a justiça de Deus que traria o devido castigo sobre os perversos. Nada tem a ver com a Igreja de Cristo. 

Pela face daquele que está sentado no trono. Eles agora viram que todos esses terríveis julgamentos vieram do Todo-Poderoso; e que Cristo, o autor da nossa fé, estava agora julgando, condenando e destruindo-os por suas cruéis perseguições a seus seguidores. 

Quem é que pode suster-se? Olhando para o que vem, esta pergunta se torna especialmente importante. Depois de ver os primeiros seis selos abertos, chegando ao sofrimento terrível do sexto, só pode se esperar que o sétimo seja pior ainda. 

VII. QUEM PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO 

Há dois grupos distintos que passarão pela Grande Tribulação: 

1. Os judeus que não tiverem aceitado a Cristo. João 5.43 “Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis.” 

Israel o povo escolhido por Deus para trazer o Messias para a salvação da humanidade, mas, lamentavelmente, não foi fiel aos pactos e, por isso, os ramos da oliveira foram cortados e houve a mudança no plano divino. Eles esperavam um messias que fosse um rei e que viesse libertas do jugo do império de Roma. Eles não esperavam um rei humilde, montado em um jumento e pregando amor aos inimigos.

A última semana sete anos de aflição, está determinada para os judeus (Dn 9.24). 

Jesus falou dizendo: “se outro vier em seu próprio nome...”..., fingindo ser o seu messias predito pelos profetas, surgira um rei que estabelecerá uma aliança de paz com os judeus e muçulmanos. 

Daniel 9.24“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade....”. 

Os 144 mil judeus selados. Apocalipse 7.1-8, João vê quatro anjos, nos quatro cantos da terra, retendo quatro ventos. Isso significa que um juízo de Deus estava para ser derramado na Terra de modo que ninguém seria capaz de escapar. Em seguida João contempla 144 mil, selados das tribos de Israel. Esses são judeus convertidos pela pregação das duas testemunhas na primeira fase da Grande Tribulação, e serrão selados pelo Espírito Santo (Ef 1.13), o que significa que eles têm a proteção especial de Deus e mantidos a salvo dos julgamentos divinos e da ira do Anticristo, para cumprir livremente sua missão evangelizadora na Terra. Já havia sido profetizado que Israel se arrependeria e voltaria para Deus (Zc 12.10; Rm 11.25–27). Portanto, os 144.000 judeus, são as primícias salvos e arrebatados desse Israel redimido, porque Apocalipse 14.4, João os vê no céu no com o Cordeiro. Com o resultado da pregação evangelizadora, “uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos.” (Ap 7.9).

Após o arrebatamento dos 144 mil selados o diabo irá perseguir os remanescentes de Israel.

Apocalipse 12.17, “Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar.”

Quando o Dragão foi lanço para Terra (Ap 12.13), perseguiu a mulher (Igreja). Porém, Deus arrebatou-a para o céu fora da vista da serpente (Ap 12.14).

O dragão não se dá por vencido e continua a sua perseguição. Agora ele sai para fazer guerra contra o restante do povo de Deus, ou seja, os remanescentes de Israel. Por fim, o remanescente israelita será absolvido pelo Justo Juiz e estará seguro, enquanto o Inimigo ficará parado sobre a areia do mar sem poder prosseguir com seus intentos (Ap 12.16-18, ARA).

Israel será julgado, repreendido pelo Senhor por ter rejeitado a Jesus como Messias e Salvador. O profeta Jeremias chamou esse período de “angústia para Jacó” (Jr 30.7).

“Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela” (Jr 30.1-7; leia também Apocalipse 12.1-7). Nesta passagem, Israel é tipificado pela mulher que, perseguida pelo dragão, vai procurar refúgio no deserto. E o dragão, que é o próprio Diabo, buscando sempre arruinar os planos de Deus, sai para fazer guerra aos descendentes da mulher que se acham espalhados pelo mundo.

Os Judeus serão enganados pelo Anticristo e sofrerão os horrores do tempo da “Angustia de Jacó”. O período da Grande Tribulação será o tempo de angústia para Israel, onde Deus enviará os seus juízos para os desobedientes.

“No momento que seriam esmagados pelas nações do mundo, no fim deste período, passarão debaixo do cajado de Deus” (Ez 20.37), que simboliza uma aproximação de Deus. Na grande Tribulação, após sofrerem, os justos clamarão o nome do Senhor, em profundo arrependimento. Os rebeldes serão destruídos e o remanescente fiel entre eles tornar-se-á o único núcleo de um Israel renovado espiritualmente, então dirão a Deus: “Mas agora, o Senhor, Tu és nosso Pai; nós o barro, e Tu o nosso Oleiro; e todos nós obra de suas mãos” (Js 64.8); (Zc 12.10; 13.1).

Será nesta hora que a nação, em sua totalidade, reconhecerá Jesus como seu Messias, sendo por Ele convertido. “Quem jamais ouviu tal cousa? Quem viu cousas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos” (Is 66.8).

No final da Grande Tribulação quando Israel estiver cercado pelo Anticristo então virá o Senhor em glória e irão dizer: “E se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos? Dirá Ele: São as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos” (Zc 13.6). 

2. Os gentios. A grande tribulação é um tempo de julgamento divino sobre um mundo ímpio que rejeitou a Cristo, mas também um tempo de ira e perseguição satânica contra os que recebem a Cristo e a sua Palavra.

“Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas mãos” (Ap 7.9, 13, 14).

Será baixado um decreto ordenando a morte de todos que se recusarem a adorar o governante mundial e sua imagem. Noutras palavras, muitos que resistirem ao anticristo e permanecerem fiéis a Jesus, selarão sua fé com suas vidas (Ap 6.9; 14.12,13; 17.9-17). 

VIII. HAVERÁ SALVAÇÃO DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO? 

Quando se estuda a Grande Tribulação, a pergunta é inevitável: “haverá salvação neste período?” É claro que sim. O livro de Apocalipse mostra dois grupos distintos de salvos: os israelitas e os gentios:

“Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos” (Ap 7.9).

Este grupo incontável compõe-se todos os salvos de todas as nações. Quando João pergunta quem são, um dos anciãos responde-lhe dizendo: “São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7.4-14).

Atribulação será um tempo de grande angústia para os ímpios por causa dos juízos de Deus. Também será um tempo de grande perseguição para os crentes que ficarem e também para a nação de Israel por causa da perseguição do Anticristo (Ap 13.7). Daniel viu o Anticristo, o qual “fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles” (Dn 7.21).

Quando a primeira fase da Grande Tribulação (três anos e meio) passarem, os santos serão perseguidos pelo Anticristo e serão martirizados para defenderem sua fé.

Ap 20.4 “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.”

João vê as almas daqueles que foram decapitados pelo testemunho de Jesus Cristo e pela fidelidade a Sua Palavra e não adoraram a besta e nem sua imagem (Ap 13.15) e puderam “viver e reinar com Cristo por mil anos”.

Esta Tribulação tem uma dimensão diferente de qualquer outra que já houve na história da Igreja. No fim dos tempos da Grande Tribulação, todos os santos defenderão sua fé através do seu martírio, eles servirão ao seu Senhor Jesus Cristo no meio de um ambiente desesperado. No entanto, em sua morte, eles venceram: “Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12.11). Mesmo quando Deus está cumprindo Sua justa punição em um mundo incrédulo, Ele restaurará Israel à fé e estenderá a graça a todos os que creem, tanto judeus quanto gentios. Deus sempre esteve no negócio de salvar as pessoas, e essa salvação ainda estará disponível durante a tribulação.

Isto significa que, apesar da oposição do Anticristo, a Bíblia continuará a ser divulgada em escala mundial. Enganam-se aqueles que afirmam que após o arrebatamento da Igreja, as Escrituras perderão sua inspiração sobrenatural e única. Tal ensinamento não conta com qualquer respaldo bíblico. Afirma o profeta Isaías: “seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de Deus subsiste eternamente” (Is 40.8).

Precisamos entender que a salvação é pela graça. A graça é manifestada a todos os homens que se arrependem de seus pecados. Na Velha Aliança, o povo era salvo pela fé no Redentor Prometido. Na Nova Aliança, somos salvos pela fé no sacrifício de Jesus no Calvário. Porém, na grande tribulação o povo será salvo por guardar a fé. Isto é também salvação pela graça (At 15.11; Ef 1.4; 1ª Pe 1.19-20).

Eles também tinham o Evangelho (Gl 3.8; Hb 4.2). Em Ap 14.1-5 vemos uma multidão de judeus salvos da terra na Grande Tribulação. Em Ap 6.9 e 7.9-11, vemos uma multidão de gentios salvos no céu, porém saídos da terra, após sofrerem martírio.

Apocalipse 22.17, “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.”

Quem houve diga vem...”. O evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, está sendo anunciada a toda a humanidade, para aqueles que ouvem e aceitam vivem uma esperança de saber que Jesus está vivo (Ap 1.18) e tem uma eternidade preparada (Jo 14.1-3), para aqueles que recebem Jesus no seu coração (Ap 3.20). 

Pr. Elias Ribas 

Bacharel em Teologia Seminário Gilgal – Cruz Alta RS.

Mestrado em Teologia – SEAMID – Cascavel PR.

Dr. Em Teologia - SEAMID – Cascavel PR.

Especialização em Apologética – ICP - São Paulo.

Grego e Hebraico - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí RS.

Exegese Grego