TEOLOGIA EM FOCO: OS QUATRO ÚLTIMOS IMPÉRIOS MUNDIAIS - DANIEL CAPÍTULO 7

terça-feira, 18 de novembro de 2014

OS QUATRO ÚLTIMOS IMPÉRIOS MUNDIAIS - DANIEL CAPÍTULO 7


O sonho do profeta Daniel no capitulo sete, é a mesma profecia do capitulo dois que interpretou ao rei Nabucodonosor; esta se deu 40 anos depois, já no reinado de Belsazar filho de Nabonido (Dn 7.1). No capítulo dois, ele descreve aparência exterior deste império; ao passo que, no capitulo sete, revela sua índole e caráter.

No capítulo 2 os impérios são representados por uma imagem de metais em quatro partes, no presente capítulo, estes mesmos impérios são representados por quatro animais.

A imagem de metais é descendente, começando com metal mais valioso (ouro) para o mais forte (ferro). De forma similar, a hierarquia dos animais move-se do mais honroso (leão, rei dos animais) ao poder mais esmagador (animal indescritível, mais feroz que qualquer um conhecido na natureza). 

I.        O CURSO DOS TEMPOS DOS GENTIOS 

1. O paralelo entre os capítulos 2 e 7 de Daniel. Duas revelações paralelas no livro de Daniel nos dão a descrição completa deste período. No capítulo 2, por meio de Nabucodonosor, Deus revelou o lado político destes últimos impérios mundiais. No capítulo 7, por meio do profeta Daniel, Deus revelou o lado moral e espiritual através de quatro animais. A história política havia sido mostrada a Nabucodonosor, mas a história espiritual foi mostrada a Daniel. Notemos ainda o seguinte: No capitulo 2, as figuras representadas são tomadas da esfera inanimada, materiais como ouro, prata, bronze, ferro e barro. No capítulo 7, as figuras são representadas por seres animados, aqueles animais estranhos. Nos dois, aparecem quatro elementos, que obviamente seguem um ao outro cronologicamente, alcançando o clímax escatológico – o estabelecimento final do reino de Deus sobre a terra. 

2. O Mar agitado. Dn 7.2-3 “Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar grande. “E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar”. 

A palavra “mar” na linguagem escatológica sempre representa as nações gentílicas (Is 17.12,13). O mar agitado representa as nações inquietas (ref. Ap 17.15). A inquietação e perplexidade das nações é uma característica do fim dos tempos, isto pelas crises mundiais cada vez maiores. “Os ventos” podem ser os poderes do mal que incitam e afligem as nações. São poderes usados por Deus para agitar a humanidade e são específicos. Obedecem e cumprem fielmente sua missão, agitando geologicamente mares, rios e a terra com seus vulcões. Açoitam a terra varrendo os continentes, e também sopram brandamente sobre a terra, avisando-a de possíveis catástrofes.

Em seguida é revelado a Daniel quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar (Dn 7.3), isto é, saem do meio dos povos. 

II.     O PODER DOS GENTIOS 

As nações usam imagens de animais como seus representantes, comunicando uma mensagem sobre como eles vêm a si mesmas. Algumas escolheram uma águia, outras um leão e ainda outras um urso ou um antílope.

Em Daniel 7 também encontramos vários animais. Entretanto, estes animais são indefiníveis ou misturas estranhas de bestas e todos eles são ferozes. Este capítulo nos leva para a parte escatológica do livro. 


1. O Leão com asas de águia.
“O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem” (Dn 7.4). 

Era como o leão e tinha asas de águia (Império Babilônico). O leão corresponde a cabeça de ouro da estátua do capítulo 2 (2.32, 37, 38), a Nabucodonosor, rei do Império Babilônico.

O leão é a cabeça de ouro, refere-se ao orgulho, a vaidade e a fineza da Babilônia; leão com duas asas como de águia, nos diz a respeito da força e rapidez nas suas conquistas, como revela a história do nosso mundo. 

1.1. Breve história do Império Babilônico. O império Babilônico teve início no ano 612 a C.539 a.C.

A cidade era extravagante; luxuosa e pomposa além do que se possa imaginar; era sem rival na história do mundo. Isaías diz a respeito de Babilônia: “Babilônia, a joia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus” (Is 13.19). Jeremias diz que a Babilônia era a “glória de toda terra” (Jr 51.41).

Os antigos historiadores declaram que seu muro alcançava 96 km de extensão (24 km de cada lado da cidade), 90 m de altura e 25 de espessura. O muro tinha ainda 250 torres e 100 portões de cobre. Sob o rio Eufrates, que dividia Babilônia ao meio, passava um túnel. Os diversos muros da cidade e do palácio e fortalezas eram tão espessos e altos, que para qualquer tipo de guerra da Antiguidade, Babilônia era uma cidade simplesmente inconquistável. 

1.2. O orgulho pessoal e político do rei. “A grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder, e para glória da minha majestade” (Dn 4.30).

O homem mais orgulhoso da época se vã gloria pelos seus feitos; o Senhor Deus diz ao profeta Isaías: “E a minha glória não a darei a outro” (Is 48.11b). Devemos ter o cuidado, pois, com o costume de receber a glória que pertence só a Deus. 

1.3. As profecias referentes à Babilônia. Veremos a seguir algumas profecias bíblicas vaticinadas pelos profetas que se cumpriram em Babilônia.

Nunca mais seria habitada. “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca mais será habitada nem reedificada de geração em geração: nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão os seus rebanhos. Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais” (Is 13.19-21 – outras ref. Jr 50.13, 39; Jr 51.37, 58).

Aos olhos humanos era impossível a Babilônia ser conquistada, mas o que Deus falou por intermédio de Seus profetas cumpriu-se. Diz a história em confirmação com a Bíblia que o rio Eufrates que passava sob a Babilônia secou-se e os Medos e Persas a conquistaram.

“Cairá à seca sobre as suas águas, e secarão” (Jr 50.38). “Quem diz às profundezas: seca-te, e eu secarei os teus rios” (Is 44.27).

Jeremias profetizou 50 anos antes da queda do Império Babilônico e que seria dominado pelo rei da Média. “Alimpai as flechas, preparai perfeitamente os escudos: O Senhor despertou o espírito dos reis da Média: porque o seu intento contra Babilônia é para destruir” (Jr 51.11). Cinquenta anos após Jeremias ter profetizado, o profeta Daniel relata no capítulo 5, a tomada da grande Babilônia.


No ano 538 a.C. o rei Belsazar, filho de Nabonido e neto de Nabucodonosor, rei da Babilônia, estava num grande banquete juntamente com mil convidados, onde bebia muito vinho e davam louvores aos seus deuses. A Bíblia diz que bebiam vinho nas taças de ouro trazidas do templo de Jerusalém quando Nabucodonosor trouxe Israel para o cativeiro Babilônico. Na noite da festa, Belsazar teve uma visão, viu uns dedos de mão de homem que escreviam na parede do palácio real, que dizia: Mene, Mene, Tequel, Ufarsim. Como Daniel já era conhecido pelos seus feitos no palácio, foi comunicado por intermédio da rainha, e então trouxeram o profeta Daniel para fazer a leitura da escrita. No mesmo instante que Daniel viu a escrita a interpretou dizendo: Mene: “Contou Deus o teu reino e o acabou”. Tequel: “Pesado foste na balança, e foste achado em falta”. Peres: “Dividido foi o teu reino, e deu aos medos e aos persas” (Dn 5.26-28). E mais uma vez o profeta Daniel, com a sabedoria divina, trouxe conhecida o enigma divino.

Os Persas formaram uma colisão para derrotar a Babilônia. A Média sob o comando de Dário e a Pérsia sob Ciro. Na mesma noite em que Belsazar teve a visão, os Medos e os Persas invadiram a Babilônia, mataram Belsazar e tomaram o Palácio. Assim terminou o magnífico império babilônico, (a cabeça de ouro da estátua de Dn 2.32, o leão com duas asas de Dn 7.4). 


2. O Urso destruidor.
“Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual levantou-se de um lado, tendo na boca três costelas entre seus dentes; e foi-lhe dito: levanta e come muita carne.” (Dn 7.5). 

Depois do império babilônico viria um império que seria um pouco inferior, representado pela prata (Daniel 2.39).

O urso representa o segundo império mundial dos gentios, Medo-Persa. E corresponde ao peito e os braços da estátua (Dn 2.32-39). Este império teve início no ano de 539 a.C. 331 a.C.

As três costelas na boca do urso aludem à conquista da Babilônia, Lídia e Egito pelo império. 


3. O Leopardo altivo.
“Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas: tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.” (Dn 7.6). 

O leopardo representa o terceiro império mundial o império Grego, que surgiu no período de 331a168 a.C., tendo como Governante Alexandre o Grande e os quatro generais; Este animal leopardo tinha asas em suas costas, que significa que era rápido como foi Alexandre em suas conquistas.

O leopardo corresponde ao ventre e as duas pernas de bronze da estátua do capítulo 2. 

O leopardo tinha “quatro asas e quatro cabeças”. As quatro asas do leopardo, indicam mais rapidez nas conquistas do que Babilônia, pois era um exército relâmpago em suas conquistas na guerra. As quatro cabeças falam da divisão do Império Grego em 4 partes (quatro reinos). Após a morte de Alexandre, o império Grego foi dividido entre os quatro generais: Cassandro (Macedônia), Lisímaco (Trácia), Ptolomeu(Egito) e Seleuco(Síria) isto representa a divisão do império em quatro reis. 


4. O animal terrível e espantoso.
“O quarto monstro que vi naquela visão era terrível, espantoso e muito forte. Tinha enormes dentes de ferro e com eles despedaçavam e devoravam as suas vítimas; o que sobrava ele esmagava com as patas. Esse monstro era diferente dos outros três e tinha dez chifres” Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nessa ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente.” (Dn 7.7-8). 

O quarto animal seria um rei ou um reino, como os demais animais. Ele representa o quarto império mundial o império romano. Esta besta causou espanto em Daniel, por isso o chamou: espantoso, terrível e muito violento. Este animal tinha dentes de ferro, assim como as pernas de ferro e os pés, correspondem à visão de Nabucodonosor de que o quarto reino é forte como ferro, quebrando em pedaços e esmagando todos os outros (Dn 2.40,41), portanto o ferro representa dureza e maldade deste reino. Este reino seria forte, ou seja, um reino da força, da ferocidade, do esmagamento, como foi o império romano, diferente de todos os reinos.

O reino de ferro dominou o mundo numa amplitude que nenhum império dantes o fizera. Com seus dentes de ferro despedaçava e devorava suas vítimas. 

4.1. Os dez chifres da besta. Este animal possui dez chifres (Dn 7.7, 20) e a estátua possui os dez dedos dos pés da estátua (Dn 2.33, 41) que representam as dez nações na grande do Império Romano que irá ressurgir no governo do Anticristo na tribulação (Ap 17.12). 

4.2. Ele abaterá três reis. “E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis.” (Dn 7.24). 

A identificação do império pretendido por esta besta tem sido o ponto crucial dos intérpretes.

Os dez chifres são dez reis ou reinos anteriores ao “pequeno chifre” (v. 8), o qual arranca três deles. Aqui está uma nova fase do quarto império. O o pequeno chifre simboliza o aparecimento do anticristo (2ª Ts 2.3-4,8). Também a simbologia usada sugere que esse chifre se refere a um indivíduo e não a um reino. Nesse chifre havia olhos como os de homem e uma boca que proferia palavras insolentes. 


4.3. Pequeno chifre.
Desejo ser sucinto neste quesito, pois no estudo do último Império mundial, desejo elucidar com mais clareza.

Segundo a visão de Daniel a ponta pequeno se eleva após sua ascensão, a princípio “pequeno” (Dn 7.8); mas depois de destruir três dos dez, ele se torna maior que todos (Dn 7.20; Dn 7.21). Para entendermos este mistério precisamos nos reportar para o livro apocalíptico onde o anjo explica para o apóstolo João dizendo: “o mistério da mulher e da besta e tem sete cabeças e dez chifres.” (Ap 17.7); “E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição. (Ap 17.11).

Esta visão nos traz ao fim dos tempos dos gentios. Quando a quarta besta com dez chifres e o chifre pequeno, a última coisa falada sobre este império mundial, está em pleno andamento, então chega o fim.

Os três desaparecidos, ele é o oitavo (cf. Ap 17.11); uma cabeça distinta, e ainda “dos sete”. Como os reinos mundiais anteriores tinham suas cabeças representativas, vejamos:

1º O primeiro império mundial na história, conforme a Bíblia foi o Egito, na época de José no Egito, e da fome generalizada sobre a terra; quando também os israelitas permaneceriam escravos no Egito por aproximados 400 anos. (Livro de Êxodos – Bíblia). E o Egito, nessa época chegava a ter sob seu comando mais de um milhão de escravos hebreus a servir-lhe.

2º Segundo império mundial na história conforme a história é a Assíria. No tempo dos reis de Israel e Judá. São exatamente os reis da Assíria que deportam os judeus (do norte em Israel) transportando-os a outras nações, destruindo Israel (reino do norte) em cumprimento ao castigo da lei de Moisés; e, ao mesmo tempo, os reis da Assíria levariam povos estrangeiros p/ habitarem Israel, em lugar dos hebreus (por toda a Galileia e Samaria). (Isaías e 2º Reis e 2º Crônicas).

3º Terceiro império mundial na história – Babilônia – Daniel 1 e 2.

4º Quarto império mundial – Medos e Persas – Daniel 6 – Esdras e Neemias.

5º Quinto império mundial – Grécia –  Daniel 2.32c – Daniel 7.6 – Daniel 11  – Livro de Macabeus.

6º Sexto império mundial na história – Roma – Daniel 2.33a – Daniel 7.7 – os Evangelhos.

7º E o Sétimo e último império mundial. O sétimo reino (ONU), surgira com dez reis e entregarão o poder ao Anticristo no final dos tempos.

8º O oitavo império mundial. O governo único através do Anticristo.

Desde Antíoco Epífanes, o anticristo do terceiro reino em Daniel 8.1 e Daniel 8.27 era o inimigo pessoal de Deus; assim será o anticristo final do quarto reino, seu antítipo.

“O anticristo que já se manifestou na pessoa de Atíoco Epifânio (Dn 8.9,22), reaparecerá em forma ainda mais forte e global”. [Comentário Russel Shedd].

A Igreja sempre sofreu perseguições por vários anticristos no decorrer da história, porém, após seu arrebatamento da terra, levantar-se-á um que receberá poder de satanás no final dos tempos (Ap 13.2); será diferente dos outros reis (Dn 7.24); falará coisas espantosas (Dn 7.7); vai blasfemar contra Deus, caluniar Seu nome, (Dn 7.25; 11.36; Ap 13.5); irá perseguir o povo de Deus (Israel – Ap 12.3), fará guerra contra os santos (Dn 7.21,25; Ap 13.6-7), irá oprimir os santos e será́ bem sucedido por 3 anos e meio (Dn 7.25; Ap 13.7). Ele Mudará os tempos e as leis. Ele vai tentar mudar o calendário, talvez para definir uma “nova era” Nova ordem mundial, relacionada a si mesmo (Dn 7.25).


Pr. Elias Ribas
Dr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau SC



Um comentário:

  1. É, Amado Pr Elias Ribas. As profecias, batem perfeitamente. A vinda de Jesus está mais perto do que imaginamos.
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