TEOLOGIA EM FOCO: O PERIGO DO FARISAÍSMO

sábado, 29 de setembro de 2012

O PERIGO DO FARISAÍSMO

Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios” (1ª Tm 4.1)

O termo apostatar-se do grego afisthmi aphistemi significa: fazer retroceder, remover, abandonar, desviar-se ou afastar-se da fé. Este sinal já está acontecendo nos dias de hoje. Muitas autoridades das igrejas têm distorcido o verdadeiro evangelho.

O apóstolo Paulo deixa um alerta a Timóteo contra os falsos mestres que estavam desviando a fé muitos crentes.

Ora, a primeira idéia que ocorre ao ler o texto é que as igrejas vão ficar vazias, ou seja, parece que todos vão desviar-se, afastar-se ou abandonar suas igrejas. Mas, observemos com mais atenção as palavras de Paulo, principalmente os versos 10 e 11 de 2ª Tessalonicenses 2: ele menciona sinais e prodígios de mentira sendo apresentados, assim como engano para os que perecem porque não receberam o amor da verdade.

Paulo estava preparando os novos crentes para não perderem-se num novo legalismo. Tanto os homens quanto as mulheres teriam que aprender a preocupar-se primariamente com o espírito da lei – a lei do amor a Deus e ao próximo. Ele empreendeu uma campanha tremenda contra o legalismo dos judaizantes e contra aqueles que pretendiam introduzir ou impor o ascetismo (a auto-negação) na nova fé cristã.

A igreja de Cristo não é uma igreja de proibições, mas sim atender às diretrizes de Deus: pureza (cobrir o corpo, especialmente as partes mais sensuais) e simplicidade (não atrair a atenção dos outros indevidamente).

A Bíblia instrui-nos claramente que questões sobre comidas e dias especiais, bem de outros usos e costumes não tratados especificamente na Bíblia, são de inteira responsabilidade, entendimento e crença pessoal de cada um. E, se, porém um lado não devemos julgar ou discutir com irmãos sobre estas questões, por outro, não devemos fazer nossos irmãos tropeçarem por causa de nossas crenças pessoais (Rm 14.1-23; 15.1-7; Cl 2.16-19; 1ª Co 8.1-13; 10.23-33). No entanto, precisamos ter cuidado para não comermos comidas, por exemplo, “sacrificadas aos ídolos”, ou então guardarmos dias dedicados aos “santos” e etc. (1ª Co 10.14, 22).

Se o pregador pensar que não pode trazer uma mensagem verdadeira pensando que vai escandalizar seu irmão, nunca irá pregar as verdades bíblicas por causa dos débeis na fé (Rm 14.1). A igreja está vivendo os últimos dias na face da terra e presto a sermos arrebatamento, mas muitos líderes espirituais não tiveram a coragem de falar as verdades bíblicas. Ficam enganando os outros com coisas fúteis. É irmãos, a nossa igreja é assim porque ela tem tradição!

 Satanás introduziu no meio cristão um tipo de evangelho corrupto, farisaico, gnósticos, ascético e mentiroso, enganando centenas de irmãos. Há uma grande necessidade dos obreiros de Deus ter a coragem de levantar-se como fez Martino Lutero conta às tradições da Igreja Católica e proclamar a verdade que Liberta. Se uma igreja alimentar-se a vida inteira de leite não irá crescer. Os ministros de Deus precisam tratar a igreja não só de leite, mas de alimento sólido, que contenha a Verdade.

Para muitos ser crente é não usar brinco, batom calça comprida, nem ir a praia. Para os tais serem crente é cuidar do figurino de acordo com as regras de usos e costumes ditadas pelo seu pastor. É exterioridade. Não importa se há pecados carnais ou não é o exterior e pronto. Precisamos saber diferenciar a aparência externa de um coração puro e submisso ao Senhor.

Nos assuntos não mencionados explicitamente na Bíblia, devemos nos valer dos ensinamentos gerais da mesma, dos princípios bíblicos que referem-se às situações genéricas. Pergunte-se antes de adotar, aceitar ou rejeitar qualquer coisa: Agrada a Deus? Jesus Cristo faria isto? Jesus combateu isto? Edifica, instrui ou consola minha vida ou de alguma outra pessoa? É digno de um cristão? Prejudica a pregação do Evangelho?

Naquilo em que a Bíblia fala, nós devemos nos calar e aceitar a sua autoridade. Naquilo que a Bíblia cala, nós somos livres para buscar a direção do Espírito Santo para nossas vidas individualmente.

Ao contar a parábola do Filho Pródigo, Jesus não receia afirmar que o pai ornou o seu filho com um anel. Embora aquele anel representasse uma forma de restituir a autoridade do filho, não se pode esquecer-se que o anel também era uma peça de ouro e de adorno: “O Pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés” (Lc 15.22).

 O grande desafio para os evangélicos é o de não condenar ou afastar-se da cultura por medo de ceder ao mundanismo. Agindo assim, rechaçamos e subestimamos a cultura passando a viver em guetos (viver isolado da sociedade ou com cultura própria).

Ser evangélico não significa pertencer a uma cultura própria, separada. Cristo nunca intencionou isto. Tanto que na oração sacerdotal de João 17, Ele pediu ao Pai que não retirasse as pessoas do mundo, mas as livrasse do mal. A intenção de Deus não é que formemos guetos culturais, mas que fôssemos sal e luz dentro de nossa realidade. A ética evangélica sobre a cultura deve discernir com precisão o que é produto do pecado e o que é fruto da graça de Deus.

Portanto, devemos ensinar o povo a aplicar os princípios básicos da Bíblia. Para que os valores eternos do Reino de Deus sejam implantados nos corações das pessoas. Não entendo que certos ministros sejam codificadores de trajes, ou que estejam capacitados por Deus a medir os centímetros das saias e bermudas dos irmãos e irmãs. Quando caem nessa armadilha, os ministros tornam-se alvos de chacotas e perdem o vigor de seu ministério.

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Blumenau - SC

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